Você já ouviu falar em mindfulness? Quero começar este texto com uma informação que, provavelmente, deixará você chocado. Quando estamos acordados, passamos quase metade do tempo com o pensamento vagando por aí. Em vez de focar no aqui e agora, ficamos presos ao passado, futuro ou qualquer outra coisa que esteja acontecendo longe de nós.
Surpreendente, né? A universidade de Harvard realizou um estudo que introduziu o tema da seguinte forma:
Diferentemente de qualquer outro animal, os seres humanos gastam muito tempo pensando em coisas que não estão acontecendo ao seu redor, contemplando eventos que aconteceram no passado, talvez aconteçam no futuro, ou que nunca irão acontecer. De fato, uma mente vaga parece ser o modo padrão de operação do cérebro humano.
Eles concluíram que a nossa mente fica vagando em 46,9% do tempo em que estamos acordados. Deu para entender? Se você fica 16 horas acordado, vai passar aproximadamente 7h30 pensando em algo diferente daquilo que você está de fato fazendo.
Se você está lavando louça, fica pensando em outra coisa. Se está arrumando a cama, fica pensando em outra coisa. Se está dirigindo, fica pensando em outra coisa. Se está trabalhando, fica pensando em outra coisa.
Você já deve ter reparado a grande dificuldade que temos em conseguir manter o foco total numa atividade. Por mais que você esteja fazendo aquilo, sua cabeça fica girando em outros assuntos. E se não estiver, essa concentração plena provavelmente durará poucos minutos.
Podemos jogar boa parte da culpa dessa realidade nos tempos modernos, em que a comunicação acontece numa dinâmica absurda e os estímulos externos são exagerados. É o tal do multitask. Como se tivéssemos necessidade de sempre estarmos conectados, produzindo algo, conversando com pessoas. Acontece que essa mentalidade multitarefa gera estresse e ansiedade em nós.
Apesar de divagar em relação ao presente nos possibilitar reflexões importantes — como filosofar, planejar coisas, solucionar problemas, etc — isso pode ter um alto custo emocional se você não tomar cuidado com a dose. O intento da pesquisa de Harvard era descobrir qual a relação entre uma mente vaga e a felicidade.
E adivinha só o que eles descobriram? O chamado mindfulness, um estado de consciência focado em prestar atenção no aqui e agora, ajuda a aliviar o estresse, a ansiedade e melhora o bem-estar geral (incluindo físico e emocional) das pessoas.
Pode-se dizer que o mindfulness é uma espécie de meditação ativa, na qual você dedica o seu foco à atividade que está fazendo, sem deixar divagações sobre o passado, futuro ou coisas ao seu redor perturbarem sua mente. Este estado mental, que muitas pessoas chamam de atenção plena, tem origem na milenar meditação budista e, nos últimos anos, virou uma febre mundial entre pessoas que buscam uma melhor qualidade de vida para si.
Uma boa notícia é você pode praticar o mindfulness em qualquer lugar ou ocasião. Dirigindo o carro. Trabalhando no computador. Preparando o jantar. Tanto faz. A chave é voltar 100% da sua consciência à atividade que está desempenhando naquele momento, sem juízos de valor ou observações mentais.
Nada de pensar “que saco lavar essa louça, quero terminar logo para assistir Netflix“. Deixe as reflexões para outro momento. Nesta hora você deve simplesmente sentir a temperatura da água batendo na sua mão, observar as texturas da porcelana, reparar na espuma se formando…
O mindfulness não é algo que se domina da noite para o dia. É preciso paciência até desenvolver a disciplina necessária para obter o controle da própria mente. Esse é aquele tipo de habilidade simples e, ao mesmo tempo, complexa. Você leva um minuto para aprender e a vida inteira para dominar.
Mas começar é fácil. Basta você se esforçar para manter o foco em toda atividade que fizer e, quando um pensamento avulso te distrair, você deve gentilmente deixá-lo ir embora da mesma maneira repentina que chegou. Você não precisa brigar com ele, porque isso vai te trazer ainda mais ansiedade. Relaxa. Pense que o seu cérebro é um quarto. Basta abrir a janela e deixar o vento levar o pensamento intruso embora, da maneira mais suave e natural possível.
Com o tempo isso vai virar um hábito. E aquela aceleração toda de abrir o WhatsApp a cada 5 minutos, suar frio por causa da reunião de amanhã, sofrer por algo que aconteceu ontem, em breve, farão parte do passada para você.
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