Um novo perfil de Tim Cook na revista GQ parece ser um sinal de que a Apple está se preparando para lançar alguma versão de um headset de realidade aumentada (AR). Embora Cook não tenha confirmado à GQ que um anúncio estava próximo, ou mesmo que a Apple esteja trabalhando em tal dispositivo, o simples fato de ele falar tão abertamente sobre isso parece ser o tipo de coisa que você só faz se está se preparando para revelar algo grande.
Cook até descreveu como ele evoluiu de um cético em relação à ideia de as pessoas usarem computadores em seus rostos, para alguém que pode estar subindo em um palco em algumas semanas para anunciar o que algumas pessoas acham que pode ser a tecnologia mais transformadora da Apple desde o iPhone.
“Meu pensamento está sempre em expansão”, disse Cook à GQ. “Steve me ensinou bem o seguinte: nunca se case com as suas convicções de ontem. Se você for apresentado a algo novo, que diz que você estava errado, admita e siga em frente, em vez de continuar insistindo e dizendo que você estava certo.”
No entanto, chegar lá tem sido um processo interessante, e Cook diz que é guiado por duas perguntas que aprendeu com Jobs:
“Primeiro, podemos fazer uma contribuição significativa, de alguma forma, com algo que as outras pessoas não estão fazendo? Segundo, podemos possuir a tecnologia primária? Não estou interessado em juntar pedaços do material de outra pessoa. Queremos controlar a tecnologia primária, porque sabemos que é assim que se inova.”
É claro que Cook não estava falando apenas de um novo headset. Essas duas perguntas estão no cerne de como a Apple pensa em lançar cada novo produto. Elas também são uma lição poderosa para todas as empresas.
A Apple só quer entrar em uma nova categoria de produto se sentir que pode fazer uma contribuição única. Não está interessada em seguir o exemplo apenas para fazer o que todos os outros já estão fazendo. Para valer a pena lançar algo novo, a Apple precisa ter sua própria abordagem.
O iPhone é o exemplo mais óbvio. Havia smartphones antes de Steve Jobs subir ao palco em 2007 e apresentar o que se tornou o produto mais icônico de todos os tempos. O iPhone era diferente de todos os smartphones que vieram antes. A Apple certamente fez uma contribuição significativa porque fez algo muito diferente. Não era apenas um smartphone, era o iPhone.
Contraste isso com uma empresa como a Meta. Às vezes, parece que toda decisão de produto que ela toma é em resposta à concorrência. O Stories e o Reels do Instagram são cópias diretas do Snapchat e do TikTok. Já o seu fone de ouvido Meta Quest Pro, de alta qualidade, tem como objetivo antecipar o que a Apple está fazendo e tentar superá-la no mercado.
Quanto à segunda pergunta, a Apple acredita que não deve fazer algo a menos que possa fazê-lo até o fim. Ela quer “controlar a tecnologia primária”. Isso significa que não constrói principalmente em cima da plataforma de outra pessoa. A Apple quer controlar a plataforma. Esse é o seu negócio principal.
Claro, ela é boa em fabricar dispositivos, mas o que realmente deseja é que você compre seu ecossistema. A Apple quer que você compre iPhones, um Apple Watch, AirPods e um MacBook Air porque todos eles funcionam juntos de maneira integrada.
Mais importante ainda, a Apple quer que você preencha todos esses dispositivos com software de suas App Stores. A Apple também quer que você compre o AppleCare, adquira armazenamento do iCloud e se inscreva no Apple Music. Todos esses serviços são executados na plataforma da Apple — a tecnologia primária.
Quando você pensa nisso, essas duas perguntas são uma lição poderosa para todos os líderes. Seu trabalho não é apenas criar mais coisas. Seu trabalho é se perguntar se sua empresa tem algo a contribuir — algo diferente da concorrência. É perguntar se você é capaz de fazer algo melhor que agregue valor aos seus clientes.
Fonte: Inc.com
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