Independente do resultado, o Emmy de hoje será o mais injusto da história.
E a razão é simples: apenas um entre quatro atores extraordinários levará para casa o prêmio de melhor atuação.
Não quero desmerecer Jeff Daniels ou Woody Harrelson, que fizeram grandes trabalhos em The Newsroom e True Detective, respectivamente. Sou fã dos dois e das suas séries.
Mas Jon Hamm, Bryan Cranston, Matthew McConaughey e Kevin Spacey transformaram os últimos 18 meses numa era de ouro da televisão – e, definitivamente, não merecem deixar o Nokia Theatre, em Los Angeles, de mãos vazias.
Ainda assim, três deles voltarão.
Bryan Cranston é o único do quarteto que já ganhou o Emmy. E não apenas uma vez, mas três, interpretando Walter White em Breaking Bad.
Esta será, no entanto, a sua última indicação pelo show, que terminou epicamente em setembro do ano passado, numa emotiva redenção do personagem ao som de Baby Blue, de Badfinger.
O cara merece a estatueta.
Mas e Matthew McConaughey, que sacramentou sua evolução como ator dando vida a Rustin Cohle, em True Detective?
Mas e Kevin Spacey, que brilhou no papel de Frank Underwood, em House of Cards, mostrando que o Netflix pode fazer séries tão boas quanto os canais de TV tradicionais?
Mas e Jon Hamm, que está na sétima indicação por Don Draper, o anti-herói de Mad Men, e ainda não ganhou nenhuma?
Este será o tiro único de Matthew McConaughey – e provavelmente certeiro, pois ele é o favorito nas casas de apostas para ganhar. Afinal, a proposta de True Detective é renovar seu elenco a cada temporada.
Já Kevin Spacey e Jon Hamm podem ainda retornar em 2015, quando os últimos 7 episódios de Mad Men irão ao ar e House of Cards terá sua terceira (e talvez última) temporada.
Apenas um deles deixará a premiação, hoje, com a estatueta dourada da mulher segurando um átomo. E essa injustiça é a prova de que vivemos num período maravilhoso da TV.
Azar deles, sorte nossa.
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