Não conheço um casamento que tenha chegado ao fim sem alguma briga pela partilha dos bens. Não importa se o regime é comunhão parcial, universal ou separação total de bens. Fim de relacionamento que vai mal tem sempre esta competição: quem vai ficar mais miserável financeiramente ou emocionalmente.
Pelo que tenho escutado e visto, terminar relacionamentos civilizadamente está cada vez mais difícil. O divórcio em si, com a mudança das leis, nem é tão complicado. O problema acontece quando há crianças envolvidas e os parentes esquecem que pessoas importam mais do que móveis, dinheiro e poder.
Onde foi parar a promessa de ficarem juntos “na alegria e na tristeza?” Respeito mútuo é possível quando se tem o bom senso de casar com um ser humano decente. Casar por motivos certos, como o amor e não por insegurança, medo da solidão ou ganância com o dinheiro alheio. Já dizia um provérbio escocês: “Nunca case por dinheiro, é mais barato fazer empréstimo.”
Dizem que contrato pré-nupcial e assinatura de papéis em cartório acabam com o romantismo. Por que é que ninguém consegue pensar que um dia, talvez, a lua de mel pode chegar ao fim? Isto não é pessimismo, é a realidade.
Raul Seixas cantava sobre um fim de caso que a maluca quebrou sua vitrola e sua coleção de Pink Floyd. Um mais romântico falou, ela além de tudo que ele tinha, levou o seu coração. Como dói. Nelson Rodrigues dizia que o casamento não é culpado de nada. Nós é que somos culpados de tudo.
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