O Hipster está morto: a bola da vez são os “Yuccies”

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Como você chamaria um escritor de 26 anos, que tem uma bicicleta de uma marcha só, usa bigode e estudou artes na faculdade? Se você pensou “hipster”, saiba que eu também pensei.

Mas ele tem uma opinião diferente disso.

David Infante é o autor de um artigo no Mashable que, nas últimas horas, está repercutindo muito na internet.

O que ele diz, em suma, é que o hipster está morto — e a bola da vez são os yuccies, um grupo inventado pelo próprio David e ao qual ele acredita que pertence.

“Como qualquer membro privilegiado da dita classe criativa, ser chamado de hipster me ofende por sua imprecisão”, ele diz. “Então vamos considerar algo novo: yuccie.”

Young Urban Creatives, no nome completo. Em português, Jovens Urbanos Criativos.

Oi? Não entendeu? Eu também não. Mas David explica melhor.

“É uma fatia da Geração Y, nascida no conforto suburbano, doutrinada com o transcendente poder da educação, e infectada pela convicção de que nós não apenas devemos perseguir nossos sonhos, mas também lucrar com eles.”

DINHEIRO VS CRIATIVIDADE

Para quem mora numa metrópole como São Paulo, os yuccies estão por todo lugar, diz David.

São aqueles caras cujo sonho é ficar rico rápido e preservando sua autonomia criativa.

(Honestamente, isso me parece que esse é o sonho de qualquer pessoa. Mas enfim, não fui eu quem criei os yuccies.)

Em geral, eles não entraram numa carreira tradicional ao deixar a faculdade — e foram direto para o empreendedorismo, mesmo que isso significasse um salário menor.

Alguns fizeram essa transição com o tempo, deixando o emprego estável para se arriscar no próprio negócio.

“Conheço um ex-economista que agora tem uma startup de festivais de música, um graduado em MBA que largou tudo para lançar uma grife super-nichada para homens, e um ex-advogado que criou uma cervejaria artesanal.”

Estes são os yuccies que ele conheceu: combinam empreendedorismo com sua paixão.

A responsável pelo surgimento dos yuccies, segundo David, foi a internet, pelas suas incontáveis oportunidades.

Com pouco (ou às vezes nenhum) investimento é possível criar um blog, uma startup, um aplicativo, um ecommerce rentável — e isso tudo trabalhando com o que você gosta.

Nunca existiram tantas possibilidades quanto hoje, ele diz.

Ah, sim, e antes que eu me esqueça: os yuccies também são super atualizados com as tecnologias do momento.

MORTE DOS HIPSTERS

Mas por que o hipster está morto? Porque a essência do hipster é rejeitar o mainstream, diz David.

E como este comportamento virou mainstream nos últimos anos, pronto, a contradição na identidade os matou.

“Os yuccies são a prole cultural dos yuppies e hipsters”, diz. “Queremos ter sucesso profissional como os yuppies e usar a criatividade como os hipsters.”

Agora vamos ser honestos? Este tal de David soa um pouco mala, não? Assim como toda a sua cultura yuccie.

Mas, ironicamente, ele próprio admite isso em seu texto.

“Os yuccies são, de fato, meio repugnantes”, diz. “Por definição, os yuccies têm um enorme privilégio. Ser um yuccie é sinônimo de uma espécie de cinismo egocêntrico que só pode existir na ausência das dificuldades. É o luxo de escolher suas próprias batalhas.”

Como era de se esperar, na mesma velocidade em que o texto de David tem se espalhado pela internet, ele tem recebido críticas nas redes sociais.

Mas como ele mesmo afirma, ser yuccie não é motivo de vergonha, tampouco orgulho — você apenas é.

E então, caro leitor? Se identificou?

 

Redação El Hombre

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