A indústria automobilística passava por maus bocados quando, de repente, se deparou com uma tremenda mina de ouro que até então não havia sido devidamente explorada.
Tratava-se de um determinado nicho de mercado composto por consumidores que desejavam ter o luxo e o conforto de um sedan top de linha embarcados no seguro e robusto corpo de uma pickup. Pessoas que desejavam desfrutar da segurança proporcionada por um veículo grande, mas não queriam pôr um utilitário burro-de-carga na garagem.
Eis então que, dessa necessidade premente, surgiram os SUVs (Sport Utility Vehicles), denominação mais do que conveniente para explicar um novo tipo de automóvel que mescla com perfeição todas essas características. E assim as montadoras viram seus lucros aumentarem consideravelmente enquanto milhares de pessoas atraídas pela novidade corriam para as revendas.
De repente, o motorista comum viu-se com a real possibilidade de colocar em sua garagem um automóvel diferente, bonito, seguro e que de quebra ainda podia se prestar a pequenas “aventuras” off-road (mesmo que muitos deles só tenham off-road mesmo no nome) pagando uma fração do que custavam os reais fora-de-estrada.
Aqui no Brasil, a pioneira Ford Ecosport abriu as portas desse novo terreno que logo começou a ser explorado por todas as outras fábricas. No mundo todo se via a frota de SUVs aumentar e, com ela, a necessidade de cada uma das marcas ter os seus representantes no mercado.
E mesmo os mais tradicionais como a Lamborghini e a Porsche embarcaram na onda, levando de roldão lendas como Maseratti e Ferrari. Como não podia deixar de ser, os alemães também entraram forte nesse segmento através da Audi, BMW e Mercedes.
E é justamente dessa última fábrica que vem o SUV mais absurdamente potente em produção. Esqueça os famosos e cobiçados modelos Cayenne da Porsche ou X5 e X6 da BMW. Perto do Mercedes G65 AMG eles não passam de cordeirinhos assustados.
Apesar do design extremamente minimalista que destoa completamente dos angulosos traços apresentados pelos concorrentes e que o remete a uma equivocada obsolescência, de ultrapassado o G65 não tem nada.
Derivado de uma plataforma que originalmente foi desenhada em 1979 para atender ao propósito militar, a série G evoluiu aos poucos do status de pé-de-boi topa-tudo até o nível “brinquedo exótico e exclusivo” que ostenta hoje.
O crescente aumento das vendas dos primeiros modelos fez com que a Mercedes melhorasse gradativamente a série G, focando cada vez mais em tecnologia sem nunca perder de vista a reputação de “indestrutível” que construiu ao longo dos anos.
Tudo no G65 é gigantesco, a começar pelo preço: US$ 138 mil na Europa. Nos Estados Unidos ele chega em novembro deste ano e, por lá, vai custar a bagatela de US$ 220 mil.
E quem tiver cacife para desembolsar toda essa grana vai ter a honra de colocar em sua garagem um SUV equipado com um enorme motor V12 biturbo de 5.5 litros que mal cabe debaixo do capô, uma verdadeira usina de força geradora de 621 cavalos capazes de catapultar esse monstrengo de mais de 2 toneladas do zero absoluto até os 100 km/h em meros 5.3 segundos, atingindo uma velocidade final de 250 km/h.
E se toda essa insanidade não bastasse, convém também mencionar que o G65 possui um sistema de tração integral 4×4 montado com três diferenciais autoblocantes que o transformam em um off-road tão brutal que faria qualquer Land Rover passar vergonha.
Para quem não faz questão de colocar as mãos em tanto poder de fogo, a Mercedes também oferece dois irmãos menores do G65: o G550 e o G63 respectivamente com 382 hp e 536 hp. Tecnicamente falando, a diversão é praticamente a mesma. O que conta aqui é justamente a exclusividade que o G65 confere ao seu dono, em praticamente todos os sentidos.