Hombres, trago uma velha e boa discussão em pauta. A participação do alviverde do Raja Casablanca em Marrocos, derrotado apenas na decisão contra o poderoso Bayern de Munique, abriu novamente uma dúvida em conversas com amigos jornalistas. O Mundial de Clubes da Fifa é verdadeiramente o campeonato que define o melhor clube do mundo? O vencedor da Copa Intercontinental Toyota, que era disputada apenas com o melhor time da América do Sul contra o da Europa, pode ser considerado campeão mundial? Caso houvesse um clube africano ou um mexicano em 1992, o São Paulo poderia ter sido eliminado nas semifinais e ter ficado fora da final contra o Barcelona?
Certamente muitos, sobretudo os são-paulinos, dirão que isto seria improvável acontecer e que esta discussão é infundada. Mas, amigos, não existe como avaliarmos ou deduzirmos como seria o campeonato antigo caso a fórmula fosse igual à atual. Mas calma: eu acredito que todos os campeões intercontinentais são, sim, verdadeiros campeões mundiais. Mas também entendo quem discorda. É polêmico. Quem disse que os times africanos eram inferiores ao sul-americanos nas décadas de 70, 80 e 90?
Acima de tudo isto, o Raja Casablanca deu mais uma mostra que os clubes sul-americanos não são superiores aos africanos. Nem mesmo também aos mexicanos. Temos que nos rebaixar e entender que a vitória do Raja não foi uma zebra, e, sim, uma realidade. Assim como fora o triunfo do Mazembe em cima do Internacional em 2010. Duas vezes, em dez torneios de Mundial de Clubes da Fifa, clubes africanos tiraram o Brasil da disputa da final. E não foi à toa.
Há pessoas que levantam outro ponto polêmico: o Raja merecia mesmo estar no Mundial, já que fora campeão nacional e não continental? Em minha opinião, não. Campeonato Mundial deve, a meu ver, ser disputado exclusivamente por campeões continentais. Quando era disputado a Copa Toyota não havia nenhum representante local e nem por isso deixou de atrair menos expectadores. O Raja não tem nada a ver com isso e mostrou o seu valor. Problema da Fifa, assim como tantos outros.
Enquanto isto, os grandes clubes europeus demonstram que, cada vez mais, se distanciam, em termos técnicos, dos outros clubes ao redor do mundo. O Bayern de Munique passeou neste Mundial e deu mostras de o porquê é um das maiores potencias do futebol mundial. Este ano entendo que manterá o seu reinado na Liga dos Campeões. É esperar para ver.
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