Sou fã do Anderson Silva e esperava ansiosamente pelo retorno da lenda viva do UFC aos octógonos.
O campeão voltou, e voltará em breve também a vestir o cinturão dos campeões da categoria médio do maior evento de MMA do mundo. Aposto com quem quiser.
Sábado à noite o compromisso está marcado para vê-lo contra Nick Diaz, em Las Vegas. A luta pode lhe dar a chance de revanche contra o atual dono do cinturão e carrasco Chris Weidman (ou Vitor Belfort, que quer enfrentará-lo no final de fevereiro).
Será mais uma, apenas mais uma, prova do que Anderson é capaz. Muita coisa está por vir.
Parecia quase impossível. Mas não. Foi, digamos, fácil para ele. Só não fosse a depressão que lutou contra inicialmente.
“Foram os piores meses da minha vida. Achei que minha carreira tinha acabado”, confessou ele.
“Tem gente que diz que depressão é coisa de boiola, mas fiquei em depressão, fiquei mal. Talvez eu não voltaria se não tivesse o apoio das pessoas. Isso fez com que eu tivesse forças para continuar.”
Enfrentar a grave lesão e colocar sua magistral carreira à prova mais uma vez foram e são fatores que o motivaram. Ainda bem.
E põe motivação nisso. Pouco mais de ano depois de fraturar a pena, Spider esbanja confiança para os desconfiados de seu retorno.
Repete o exemplo de seu amigo Fenômeno Ronaldo, como já falamos aqui.
Repetirá também exemplos de outras lendas do esporte. Renascer das cinzas. O ditado é um clichê, mas cabe ao Anderson, que fará 40 anos em breve.
Cabe mais, contudo, exemplos daqueles atletas que, mesmo experientes e vistos como velhos para o esporte, calaram a todos com conquistas fantásticas apesar da avançada idade.
Para quem duvida do quase quarentão Spider, veja só alguns poucos, mas bons exemplos. E são poucos mesmo os que conhecem a história do boxeador americano Bernard Hopkins.
Este pugilista é “somente” o atual campeão mundial da categoria meio-pesado com 50 anos. Isso mesmo. O cara tem cinquentão é ninguém consegue vencê-lo.
Assim como Anderson, ele é conhecido por ser o recordista de defesas seguidas de títulos (Spider defendeu por 10 vezes). Hopkins soma 20 defesas (1994-2005) e é o único dono da marca no boxe.
Ficou, assim como Anderson, afastado por um ano (2011) do boxe depois de perder uma revanche e se lesionar. Voltou e… Sim, ele venceu e é o detentor do título até hoje. É o campeão mais velho da história do boxe. O cara é um exemplo para os que ainda duvidam da capacidade de Anderson.
Quer mais? O que falar de Kelly Slater? Não foi o campeão deste ano (ainda bem, porque, desta forma, Gabriel Medina levou o Brasil ao topo do mundo), mas soma nada menos que 11 títulos mundiais da elite do surfe.
Assim como Slater é uma lenda no surfe, Spider é no MMA.
E se Slater pode ser o campeão no surfe, com 39 anos (foi em 2011), por que Spider não pode conseguir o mesmo? Muitos dizem que não.
O brasileiro adora desconfiar. Adora criticar. Tanto que, nas casas de apostas, ele, segundo levantamento do UFC, é tido como o azarão na luta para os brasileiros.
Anderson, porém, no total de apostas pelo mundo é visto como favorito, por conta da confiança dos europeus e americanos.
É o “complexo de vira-lata” do brasileiro, do mestre Nelson Rodrigues.
Tomo a liberdade de citar Nelson: “O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima.”
Assim como Ronaldo Fenômeno fizera quando voltou de sua grave lesão para nos ajudar a conquistar a Copa do Mundo de 2002, Anderson Silva está de volta para realinhar a autoestima dos brasileiros com o que estamos acostumados dele: vitórias, títulos, consagração, enaltecimento e veneração de Anderson.
Duvida?
Lembre do currículo do mito Anderson Silva:
- Dono do recorde de vitórias consecutivas no UFC (16)
- Tem o maior número de vitórias dos pesos médios do UFC (13)
- Tem o maior número de nocautes (11)
- Tem o recorde de defesas consecutivas de cinturão (10)
- Ele fez a luta principal em 18 de suas 19 aparições no UFC
- Tem o maior número de vitórias por nocaute ou finalização no UFC (14)