No texto sobre pimenta falamos muito brevemente de alimentos funcionais – foi tão breve que é possível que tenha passado desapercebido. Hoje, porém, vamos decorrer sobre o assunto e explicar o que isso significa.
Não existe uma classificação universal para alimento funcional. Nos Estados Unidos, por exemplo, só são considerados alimentos funcionais aqueles que recebem a adição de ingrediente à sua formula original. Já no Brasil são considerados alimentos funcionais tanto os que mantêm a formula natural como os industrializados.
No caso dos industrializados, quando há um órgão nacional regulador desse assunto (no Brasil é a ANVISA), para eles serem reconhecidos como tal é preciso de provas científicas de suas propriedades funcionais. Os americanos, segundo a FDA (Food And Drug Administration, órgão regulador dos EUA), consideram suplementos e remédios como alimentos funcionais, coisa que não acontece no resto do mundo.
Mas o que realmente importa é saber a definição básica de um alimento funcional: aquele que beneficia a saúde para além de seus valores nutricionais básicos e diminui o risco de doenças. Pronto. É simples.
Alimentos funcionais, quando combinados com hábitos saudáveis – principalmente a pratica regular de exercícios físicos – reduzem a chance de doenças e melhoram em muito a qualidade de vida. Mas isso não é novidade. Quem não sabe que comer verduras, frutas e grão integrais faz bem à saúde? E mesmo assim, nem todos nós incluímos esses alimentos em nossos cardápios diários.
Foi na década de 80 que o termo “alimento funcional” passou a existir para designar alimentos que levavam a adição de alguns nutrientes que produziam efeitos fisiológicos benéficos. O governo japonês desenvolveu essa concepção alimentar mais saudável para os idosos do país que já tinham uma expectativa de vida alta. A partir de então a ideia se espalhou pelo mundo.
No Brasil, contudo, como já foi dito, não são somente os alimentos acrescentados de nutrientes que são classificados como funcionais. Aqueles que naturalmente levam compostos funcionais – como antioxidantes, por exemplo – também são considerados nessa classificação.
Uma importante consideração: não confundir alimentos funcionais com nutracêuticos. Os primeiros só são compreendidos como comidas cotidianas, normais que podem reduzir o risco de doenças (algumas frutas, verduras, cereais). Os nutracêuticos, por sua vez, produzem benefícios médicos e podem ser indicados como remédio para a prevenção e o tratamento de doenças. Eles não precisam ser necessariamente um alimento: podem ser nutrientes isolados, suplementos, medicamentos, alimentos processados e etc.
Portanto, você pode obter um ingrediente funcional como o flavonóide ao comer um tomate (alimento funcional) ou consumir diretamente esse composto em forma de suplemento ou medicamento (nutracênico). Percebeu a diferença?
Sabendo disso, no fim das contas, se você levar uma alimentação bem balanceada com comidas orgânicas que cubram todos os grupos de nutrientes necessários, você não precisará se importar com tudo isso – muito menos com produtos industrializados.
Abaixo uma lista de alguns compostos funcionais e onde encontrá-los:
Isoflavonas: Soja e derivados (reduz risco de doenças cardiovasculares, anti-câncer)
Ácidos graxos ômega: Peixes (redução do LDL, o colesterol ruim, importante para o cérebro e para a primeira fase da vida humana)
Flavonóides: Frutas cítricas, tomate, pimentão (vasodilatadora, antiinflamatória e antioxidante)
Fibras: Cereais integrais, leguminosas (melhora do funcionamento intestinal)
Sulfetos alílicos: Cebola e alho (reduz pressão sanguínea, melhora do sistema imunológico)
Probióticos: Leites fermentados, iogurtes (trabalham na função gastrointestinal)
Catequinas: Chá verde, vinho tinto, framboesa (pode reduzir a chance de alguns tipos de câncer)
Luteína e Zeaxantina: Folhas verdes e milho (protegem contra a degeneração da macula, uma estrutura do olho)
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