Todos sabemos que ter caráter é algo importante para as nossas vidas. Mas você sabe o que significa exatamente essa expressão? Pois é, senhores. Não é tão fácil assim de definir. Então vamos recorrer a um povo que entende bem do assunto: os samurais.
Segundo o Bushido, o código de ética dos guerreiros japoneses, o caráter consiste numa conduta de vida moralmente correta até mesmo durante os tempos mais difíceis.
Em outras palavras? Tomar decisões nobres nos mais diversos momentos da vida, sem ceder à tentação de pegar o caminho mais fácil por comodidade. Essa definição dos samurais continua bastante atual no mundo de hoje, como vocês podem notar.
Sendo assim, pode-se dizer que o caráter se assemelha mais a um hábito do que a uma virtude estática. Ele está nas pequenas atitudes cotidianas que tomamos, por isso desenvolver o caráter está ao alcance de cada um de nós.
Um bom ponto de partida é não fazer escondido coisas que te trariam vergonha caso outras pessoas soubessem daquilo. É quando ninguém está olhando que demonstramos a nossa verdadeira natureza.
Certa vez um amigo me contou a estratégia que usa para tentar tomar boas decisões: refletir o que a sua mãe acharia daquilo. E faz sentido, não? Poucas coisas seriam mais decepcionantes para uma mãe (talvez nenhuma) do que descobrir que falta caráter ao seu filho.
Quando nos encontramos numa encruzilhada, portanto, é uma boa ideia pensar: “Qual desses caminhos deixaria minha mãe mais orgulhosa ou decepcionada?” Isso joga luz e bota perspectiva na situação.
Devemos praticar diariamente atitudes ligadas à gentileza, autocontrole, serenidade, altruísmo e elegância moral, entre outras coisas. Precisamos dar o nosso melhor para nos aperfeiçoarmos dia após dia, porque as tentações de deslizar rumo egoísmo sempre vão aparecer em nossa frente.
Um dos grandes líderes do Japão antigo, Uesugi Kenshin, realizou um dos atos mais notáveis da história da humanidade.
As províncias de Takeda Shingen, seu principal rival, eram distantes do mar e, por consequência, dependiam de uma determinada província japonesa para a obtenção de sal. O soberano dessa província que lhe fornecia sal, a fim de enfraquecê-lo, rejeitou suas demandas e recusou-se a lhe vender o que quer que fosse.
Uesugi Kenshin, ao ouvir falar do dilema enfrentado pelo oponente, presenteou-lhe com uma vasta quantidade de sal, alegando na carta que lhe enviou que “lutava não com sal, mas com a espada”.
Essa história nos ensina uma valiosa lição sobre caráter: existem coisas mais importantes do que vencer. A vitória é valorosa quando a conquistamos de maneira honrosa, caso contrário perde o seu sentido, seja lá qual for a batalha.
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