Nosso cérebro tem um botão de “delete” e podemos aprender a usá-lo. Quando vi essa chamada no site da Fast Company, uma grande revista americana de negócios, achei impossível não clicar. Afinal, quem não gostaria de esquecer certas memórias e dar espaço para outras melhores? Achei o artigo tão interessante que decidi compartilhar o conteúdo com vocês, caros amigos.
Judah Pollack e Olivia Fox Cabane, os autores da matéria, que são especialistas em liderança empresarial, começam o texto explicando como funciona o cérebro na hora de aprender novas coisas. “Quanto mais você utiliza um circuito neural, mais forte ele fica”, escreve a dupla. É aquela velha história de que a prática leva à perfeição. Por isso você consegue tocar um acorde no violão, ou chutar uma bola de futebol, infinitamente melhor depois de repetir o movimento milhares de vezes.
Mas existe um detalhe. Sabe o que é tão importante quanto criar e fortalecer novas conexões neurais? Quebrar as antigas e desnecessárias, o que se chama de “poda sináptica“.
Judah e Olivia comparam o nosso cérebro com um jardim, onde crescem “conexões entre os neurônios em vez de flores”. Um grupo de células chamado “neuróglias” funciona como um jardineiro. Ao mesmo tempo em que elas usam adubo para fortalecer o crescimento de certas plantas, também removem as ervas daninhas para deixar o solo mais fértil.
“A questão é como elas escolhem as conexões que serão podadas”, dizem Judah e Olivia. “Pesquisadores estão começando a desvendar este mistério. O que eles já sabem é que as conexões que usamos pouco são marcadas pela proteína C1q. As micróglias detectam essa marca e destroem a sinapse, abrindo espaço físico em nosso cérebro para construir novas conexões.”
Ao aprender novas coisas, o cérebro desenvolve conexões, mas elas ainda são ineficientes. Quando elas se fortalecem? Durante o sono. “O cérebro faz uma limpeza quando dormimos”, dizem Judah e Olivia. “Ele poda várias conexões e constrói vias mais eficientes.”
Esse é o motivo pelo qual acordamos, depois de uma boa noite de sono, pensando com mais clareza. A nossa cabeça fica cheia de espaço para sintetizar informações e aprender. “Sem sono, o nosso cérebro é como uma selva densa que tentamos desbravar com um facão”, escreve a dupla. “Mas quando estamos descansados, o cérebro vira um passeio feliz no Central Park, no qual os caminhos ficam claros e distintos. É revigorante.”
Ok, ok. Mas e aquela história de que podemos aprender a usar esse botão de “delete” do nosso cérebro? Judah e Olivia explicam que nós temos um certo controle sobre o que o cérebro vai podar durante o sono: “As conexões sinápticas que você não usa são marcadas para reciclagem. As que você usa recebem água e oxigenação. Então fique atento ao que você pensa.”
Traduzindo para uma linguagem mais prática, se você passa muito tempo pensando sobre teorias de Game of Thrones e pouco tempo refletindo sobre uma lição da faculdade, adivinha só o que será podado pelo seu cérebro?
“Para tirar vantagem do sistema de jardinagem natural do cérebro, simplesmente pense nas coisas que são importantes para você”, resumem Judah e Olivia. “Seus jardineiros vão fortalecer essas conexões e podar as que você não dá atenção. É assim que você ajuda a deixar seu cérebro mais florido.” Bora colocar essas lições em prática?
Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Saiba Mais