Tomar boas decisões não é algo fácil. Nossa tendência é optar pelo caminho mais fácil e rápido, pensando no conforto do presente. Mas as consequências disso para o médio e o longo prazo podem ser desastrosas. O que fazer, então, para tomar decisões mais inteligentes em nossa vida? Existe um sistema chamado 10-10-10 que foi recomendado pela revista americana de negócios Inc.com a seus leitores.
A ideia básica por trás dele? Refletir sobre como você se sentirá, em relação a uma decisão sua, daqui 10 minutos, 10 meses e 10 anos, porque isso nos ajuda a ter uma visão mais ampla do cenário. Confira a seguir a tradução que fizemos, aqui no El Hombre, do artigo original em inglês. Esse método com certeza será um grande aliado seu sempre que você se encontrar diante de algum dilema.
Existem muitos sistemas que você pode usar para tomar decisões melhores. Jeff Bezos utiliza o método da porta de duas vias, para identificar decisões reversíveis e adotar uma inclinação para a ação. O fundador da Southwest Airlines, Herb Kelleher, utilizava a regra de uma pergunta, para adicionar clareza ao processo de tomada de decisão.
A ciência também pode ajudar você a tomar decisões melhores. Você pode aproveitar seu ritmo circadiano. Você pode usar o poder da intuição baseada na experiência. Você até pode dormir antes de tomar uma decisão (desde que você tenha uma boa noite de sono).
O problema é que a maioria dos modelos não necessariamente ajuda você a tomar boas decisões quando suas reservas de força de vontade estão baixas. Quando a tentação supera a determinação. Quando suas emoções trabalham contra você, e não a favor, e você luta para seguir o curso que escolheu.
Ao ver dois funcionários discutindo no final de um longo dia, é tentador passar por eles e esperar que o problema desapareça. Ao sair da sua terceira reunião seguida e encontrar uma nota sobre uma reclamação de cliente, é tentador adiar aquela ligação para amanhã. Ao ouvir o despertador tocar às 6 da manhã, é tentador apertar o botão de soneca e pular o treino da manhã.
Quando você não está no seu melhor mental, emocional ou fisicamente, a imediatidade geralmente vence.
A menos que você aplique a sistema 10-10-10 de Suzy Welch.
O modelo é simples: antes de tomar uma decisão, faça a si mesmo três perguntas:
É fácil sentir-se bem em relação a uma decisão daqui a 10 minutos, especialmente se houver gratificação instantânea ou evitar conflitos envolvidos. Ter uma perspectiva a longo prazo envolve seu eu futuro: seus objetivos, seus sonhos, o tipo de pessoa que você quer ser, e restabelece — quando você mais precisa — a continuidade entre o “você de hoje” e o “você daqui a 10 meses e 10 anos”.
A pesquisa mostra que restabelecer essa perspectiva instantaneamente ajuda você a tomar decisões melhores. Um estudo mostra que pessoas com maior continuidade presente-futuro tendem a se exercitar mais. Outro estudo mostra que elas tendem a ser mais prudentes financeiramente e mais propensas a economizar dinheiro. Outro estudo mostra que elas tendem a se comportar de forma mais ética, tanto pessoalmente quanto profissionalmente.
De fato, esse estudo mostra que o grau de continuidade que você sente com seu eu futuro pode prever sua satisfação geral com a vida e seu bem-estar, daqui a 10 anos — sim, 10 anos.
Conforme os autores do estudo escrevem:
“Quando as pessoas estão mais conectadas com seu eu futuro, elas têm uma capacidade aprimorada de reconhecer as consequências de suas decisões atuais em seu eu futuro. E isso vai ajudá-las a frear esses comportamentos.”
Quanto mais conectado você se sentir com seu eu futuro, mais provável será que você considere as emoções que sentirá depois, não apenas agora, como arrependimento ou culpa.
Considere uma questão interpessoal entre dois funcionários. Daqui a 10 minutos, afastar-se ainda vai parecer bom.
Daqui a 10 meses, quando a discussão tiver se intensificado e se espalhado para as pessoas ao redor deles — como sempre acontece –, você vai desejar ter lidado com o problema. Daqui a 10 anos, pelo menos alguns de seus funcionários ainda se lembrarão do exemplo que você não deu e seguirão esse exemplo. Como você vai se sentir?
O que você faz hoje constrói a base para o que você se tornará. Quem você será daqui a 10 meses e 10 anos é resultado de cada decisão — e da ação — que você toma hoje.
Porque a consistência, não a intensidade, produz resultados a longo prazo. As escolhas que você faz e as ações que você toma irão funcionar a favor ou contra os objetivos e sonhos que você tem para seu eu futuro.
E como você se sentirá consigo mesmo, um dia.
Se você quer que seu eu futuro seja mais gentil, mais inteligente, mais em forma, mais bem-sucedido, mais rico, mais generoso — seja lá o que você espera que seu eu futuro seja –, aplique a regra 10-10-10 às escolhas que você faz.
Porque quem você será daqui a 10 meses e 10 anos começa com o que você decide e faz hoje.
E todos os dias a partir de agora.
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