Foi difícil. Triste. Carregado de emoção. Trabalhoso, com mais de 27 horas em dois dias. Repleto de lágrimas de todos os companheiros de Band.
Mas foi.
Foi porque era para o Luciano. Feito especialmente pelo que ele representa para colegas de trabalho, amigos, para o esporte e para o jornalismo esportivo. Um fim de semana para homenagear o mito.
Era 16h30 de sábado quando o chefe de redação Leandro Reale me avisou: “Felipe, chame todos os repórteres de volta e avise os cinegrafistas para ficarem na redação. Daqui a pouco avisaremos o que aconteceu. Temos uma notícia muito triste”, disse, com a voz embargada.
No momento, jamais imaginei o fato.
Vinte minutos depois, o chefe de esportes Dudu Magnani teve a missão de avisar a triste notícia para todos os presentes na redação.
A partir dali foi choro, ligações de todos da equipe e algo incomum em qualquer trabalho: mesmo quem estava de folga na Páscoa voltou para ajudar no trabalho por vontade própria. Bonito.
Minha amiga e colega de trabalho Soraia Henriques e eu começamos o processo de produção da homenagem, com ajudas da equipe de jornalismo e do Rio de Janeiro, além de outras praças filiadas à Band.
Foi fácil, porém, trabalhoso. Foi fácil porque era o Luciano. Todos os principais nomes do esporte, jornalismo e autoridades queriam prestar sua homenagem.
Todos gostavam dele. José Roberto Guimarães, Neto, Denílson, Hortência, Magic Paula (apelido dado inclusive por ele), Emerson Fittipaldi, Marcelo Negrão, Bernard, Zagallo, José Maria Marin, Rui Chapéu, Renata Fan, Ricardo Boechat, Zico, Toquinho, Montanaro e Rivellino. Foram alguns dos ícones do esporte que ligaram para prestar homenagem.
A cada matéria, depoimento ou homenagem que era exibida, a comoção tomava conta de todos na redação.
Fui embora da Band às 23h30 do sábado e às 8h de domingo estava de volta para mais trabalho. Junto com toda a equipe deixamos pronto um material que simbolizaria, um pouco (pois a carreira deste ícone não tem palavras para ser descrita), toda o significado deste mito. Conseguimos.
Às 15h do domingo foi um momento triste e recompensador. Foi exibida uma matéria, escrita pelo repórter Nivaldo de Cillo, prestando uma homenagem. Foram dez minutos de silêncio e lágrimas.
Quando a bola rolou no jogo da transmissão entre Atlético-MG x Corinthians, a Band prestou mais uma homenagem muito bonita. Foi um minuto cronometrado de silêncio enquanto a bola rolava no gramado. O narrador Téo José segurou o choro e voltou com a deixa: “Band, o canal do Esporte” – marca registrada do narrador.
Este foi outro momento em que todos se abraçaram.
O comentarista Neto teve muita força para fazer o jogo. “Só fiz porque a família dele mandou e porque tenho certeza que ele me mandaria trabalhar.”
Estou sem palavras para descrever o que senti neste fim de semana. Obrigado por tudo que prestou para a classe dos jornalistas esportivos.
Band, o canal do Luciano do Valle.