O mundo descoloriu. Algumas cores deixaram de existir com a partida de David Bowie. Nosso Starman veio, pintou a Terra com sua genialidade e voltou ao espaço, lugar onde pertence.
Foi tipo um presente da Vida para a humanidade.
Mas o camaleão do rock não iria sem antes ofertar algo em forma de despedida para aqueles que o amam.
No dia 8 desse mês, data de seu 69º aniversário, Bowie lançou seu 25º álbum de estúdio, Blackstar. Incansável, a gravação aconteceu durante os 18 meses em que lutava contra o câncer, que culminou em seu falecimento.
O disco, portanto, foi um presente do artista para os fãs. Foi justamente o que disse Tony Visconti, produtor que trabalhou no álbum:
Sua morte não foi diferente de sua vida – um trabalho de Arte. Ele fez Blackstar para nós, seu presente de partida.
Mas a mensagem da partida está contida na terceira faixa do álbum, intitulada “Lazarus”. Ironia ou não, Lázaro é o homem que Jesus ressuscitou após quatro dias de sua morte.
Quem assistiu o clipe antes da partida de Bowie talvez não tenha percebido a profundidade da mensagem. Mas agora, sabendo de sua doença e com o acontecimento de seu falecimento, a canção ganha outro significado.
O conceito artístico, tanto do áudio quanto do visual, nos levam a vivenciar esse momento final de sua vida. Uma mistura de apreensão com vislumbre de liberdade. Quero ir, mas quero ficar.
A letra reflete a mensagem:
Olhe para cima, estou no céu
Tenho cicatrizes que não podem ser vistas
Tenho drama, não podem ser roubados
Todos me conhecem agora
Desse jeito ou de jeito nenhum
Você sabe, eu serei livre
Assim como aquele pássaro azul
Não é a minha cara?
Enfim, melhor do que ler é sentir. Assista ao vídeo, presente do camaleão, e aproveite a última genialidade de Bowie na Terra.