No dia 24/01/1999 o Palmeiras jogou contra o Vasco no Palestra Itália, em partida validada pelo Torneio Rio-São Paulo, e tomou um coça de 5 x 1. E essa foi a primeira vez que eu fui ao estádio assistir ao Palestra.
A partir daí começava uma nova fase em minha vida, em que o time de origem italiana passaria a ser um fator determinante em minhas prioridades, interesses, escolhas e etc.
Antes disso eu já havia acompanhado o Palmeiras nas conquistas do ano anterior (Copa do Brasil e Mercosul) através da TV. Mas foi em 99 que eu me tornei um verdadeiro torcedor.
Então eu vi o Verdão conquistar o que para muitos é o seu maior título na história – a Libertadores – e… só. Foi isso.
A minha vida de palmeirense se deu numa das fases mais duras da histórias do clube: os anos 2000. Na virada do século o Palmeiras ainda conquistaria o Rio-SP e a Copa dos Campeões. Mas depois disso nada.
Ou pior – menos do que nada. Caiu para a Série B e aquela história toda que já conhecemos.
Por isso, já questionei diversas vezes minha paixão pelo clube. Tive muitos mais dissabores do que alegrias nesses 15 anos de torcida apaixonada. Mas, você sabe, paixão não se explica.
Mesmo assim, qualquer palmeirense que (vai entender o porquê) quisesse explicar seu amor pelo alviverde não teria a menor dificuldade em encontrar argumentos históricos nesses 100 anos de gloriosa história completados hoje.
O Palmeiras é considerado o Campeão do Século XX. Isso porque no final do ano de 2000 diversos rankings (Placar, Folha, Estadão, FPF, IFFHS) apontavam o Palestra em primeiro lugar. Naturalmente que os rivais contradizem. Mas uma simples batida de olho na lista de feitos alviverde faz com que qualquer análise fria reconheça tal fato.
O centenário do Palmeiras é repleto de recordes e grandeza. Times que dominaram décadas, jogadores que marcaram história, temporadas que ficarão para a eternidade.
Listar os maiores momentos do clube é fácil e não é. Simples, pois o que não faltam são marcas históricas, e difícil porque será necessário fazer uma peneira.
De qualquer forma, ouso apontar alguns dos momentos mais importantes da história do Palmeiras:
- Primeiro título em 1920 – Campeonato Paulista
- Campeão Paulista de 1932 vencendo todos os jogos (único clube que conseguiu tal feito na competição até o momento)
- Mudança de nome para Palmeiras em 1942, vencendo o Campeonato Paulista desse ano
- Campeão da Taça Rio em 1951
- Primeira Academia nos anos 60
- Jogo contra o Uruguai na inauguração do Mineirão em 1965, em que jogou representando a Seleção Brasileira (único clube que representou a Seleção oficialmente)
- Segunda Academia nos anos 70
- Campeão Paulista em 1974 em cima do Corinthians no Morumbi com 100 mil corintianos, aumentado a fila de 20 anos do rival
- Recorde nacional de invencibilidade jogando em casa (68 partidas de 1986 a 90)
- Fim da fila com o Campeonato Paulista em 1993
- Melhor campanha num Campeonato Paulista na era profissional (1996 – 27 V, 2 E e 1 D)
- Campeão da Libertadores em 1999
Essa lista, obviamente, poderia ser estendida ao infinito, mas queremos abrir o espaço aqui para que você, torcedor palestrino, possa dizer qual foi o momento mais marcante na sua história como palmeirense.
Para mim é difícil escolher um único fato histórico. Então listo alguns que me marcaram profundamente.
A máquina de fazer gols
Em 1996 eu ainda não era um verdadeiro torcedor. Mas sempre me vem um flash na cabeça de eu segurando um jornal que levava a manchete: “Palmeiras, a máquina de fazer gols”, ou algo assim. E realmente não era para menos, já que o meu time marcou 102 gols em 30 jogos naquela competição, alcançando um aproveitamento absurdo de 92%.
Gol do Oséas na final da Copa do Brasil de 1998
Minhas lembranças dessa época ainda aparecem como resquícios de memória. Aquele gol mágico do Oséas, no entanto, será sempre inesquecível.
Pênalti perdido pelo Zapata na Libertadores de 1999
Como um torcedor fanático em início de carreira, eu ainda não tinha noção da dimensão que era conquistar uma Libertadores. Mas a emoção ao ver a bola do colombiano sair à direita do gol de São Marcos foi umas das maiores que eu já tive como torcedor.
Título do Rio-SP 2000
Esse foi o único título que eu vi o Palmeiras ganhar das arquibancadas, num Morumbi lotado. O 4 x 0 em cima do Vasco valeu muito bem como uma doce vingança pela minha triste estreia em estádios protagonizada pela equipe cruzmaltina.
Pênaltis contra o Corinthians em 2000
Ok, não me conformo com o fato do Palmeiras não ter sido bi-campeão da Libertadores em 2000. Mas superar o Corinthians numa disputa de pênaltis pela segunda vez consecutiva com Marcão parando Marcelinho, me serve muito bem como consolo.
Gol do Alex contra o São Paulo em 2002
Esse lance eu me lembro perfeitamente. Assistia o jogo nas arquibancadas do Morumbi. O Palmeiras não estava mal no Campeonato Rio-SP, mas o São Paulo era dado como favorito. E então, aos 15 minutos do primeiro tempo, com o placar já apontando 2 x 0 para o Verde, o Alex me pinta o Maior Gol do Mundo, segundo José Silvério. Admito que meus nervos não foram suficientes para o momento e chorei de emoção.
Jogo contra o São Paulo na semifinal do Paulista de 2008
Depois de 8 longos anos, o Palmeiras finalmente me dava mais uma alegria. O auge do Campeonato Paulista de 2008 para nós palmeirenses, no entanto, não foi a final contra a Ponte Preta, mas a semi contra o São Paulo. Mais especificamente na comemoração de Valdívia na frente de Rogério.
Título da Copa do Brasil 2012
Absolutamente desacreditado por mim e por todo o Brasil, o Palmeiras se sagrou campeão da Copa do Brasil em 2012. Mais um dos poucos títulos que vivi como torcedor.
Também tenho memórias tristes, claro. O que dizer da final da Mercosul de 2000 contra o Vasco? Mas hoje eu as deixarei deixarei de lado.
Nesse 26 de agosto de 2014 reservo minhas memórias para relembrar o tradicionalíssimo clube de origem italiana e de passado grandioso. Suas vitórias, seus recordes, seus craques, seus feitos inatingíveis fazem com que seu passado seja o maior de todos. É o alviverde imponente, que completa um século de ilustre existência.
Por essas e por muitas outras, Verdão, você merece todos os votos de parabéns. Mas não da nossa parte, torcedores, afinal, não se congratula o próprio aniversário. O que nos compete é agradecer pela digna história.
Obrigado, Palmeiras!