O intervalo de tempo entre 1990 e 1999 foi importantíssimo para os jogos eletrônicos de tiro em primeira pessoa (ou “FPS” que, em inglês, vem de “First-Person Shooter”). Clássicos como Doom e Duke Nukem 3D são icônicos, e até mesmo quem não é muito ligado ao gênero, com certeza já jogou alguma vez na vida.
Na lista de hoje, listamos os 10 melhores jogos de FPS lançados nos anos 90. Como é praxe em nossas listas de jogos, listamos apenas um único jogo de uma franquia. Adicionalmente, acrescentamos expansões, remakes e jogos sugeridos para descobrir (e também matar a saudade). Ao final da lista, mencionamos também jogos que não estão no corpo do artigo, mas que merecem uma alusão honrosa.
Antes mesmo da então companhia dos mestres de jogos de FPS (John Carmack, John Romero, Tom Hall, Adrian Carmack e cia.) e também antes do lançamento do revolucionário Doom, Wolfenstein 3D já mostrava uma grande evolução de seus predecessores Hovertank 3D e Catacomb 3-D.
Com um plot levemente mais robusto, o jogador toma o papel William Blazkowicz, um espião das forças aliadas que, ao escapar da prisão do castelo que dá título ao jogo, deve eliminar uma ampla quantidade de soldados nazistas, tendo como sua missão final (mais especificamente no terceiro episódio, pelo menos no âmbito do lançamento original), eliminar Adolf Hitler.
Embora “Wolf3D” (como é popularmente conhecido) seja o mais obsoleto dos títulos da lista em termos de jogabilidade, certamente foi o responsável por espalhar o gênero que se encontra tão popular nos dias de hoje. Durante seu lançamento na versão shareware (popular na sua época e que, geralmente, consistia em ter apenas o primeiro episódio de um jogo), o game da id Software sobrecarregou os servidores quando lançado, sendo um sucesso instantâneo. Até a Nintendo, que anteriormente não havia aprovado os violentos títulos da companhia, pediu para a equipe criar uma versão censurada do título para seu Super Nintendo. A nova versão removeu todas as referências nazistas, deixado o sangue dos inimigos em verde e trocando os cachorros (inimigos ocasionais do game) por ratos.
Por falar em nazismo, Wolfenstein 3D foi um dos primeiros jogos eletrônicos a ser banido na Alemanha – em virtude às inumeras referências nazistas do jogo.
Expansões/remasterizações: Spear of Destiny, uma prequel totalmente standalone, foi lançada pouco tempo depois.
Indicado para fãs de: jogos de tiro em primeira pessoa “retrô”, como Doom e Rise of the Triad, e também para os fãs da franquia que já produziu inúmeros títulos desde seu lançamento original, mas aqueles que conseguem apreciar e/ou compreender as limitações técnicas de um jogo lançado em 1992.
Turok é marcante não apenas por ser o primeiro FPS lançado para o Nintendo 64, mas sim por ser um dos primeiros títulos do gênero totalmente em 3D de grande sucesso a rodar em um console com uma taxa de quadros por segundo admirável – na maior parte do tempo.
Aqui, assumimos o papel do primeiro Turok da saga de videogames, Tal’Set, que tem como objetivo proteger a terra de alienígenas, dinossauros, monstros e solados tecnológicos. Embora Turok tenha um enredo muito simples, seu design é impressionante, pois possui uma ampla variedade de cenários, exploração, incríveis “boss battles”, gráficos memoráveis para sua época e uma ampla gama de armas disponíveis, que vão desde uma faca e flecha até escopetas, canhões e armas futuristas. Em sua essência, é um Doom mais dinâmico, explorável e com seu charme “selvagem” único.Turok é marcante não apenas por ser o primeiro FPS lançado para o Nintendo 64, mas sim por ser um dos primeiros títulos do gênero totalmente em 3D de grande sucesso a rodar em um console com uma taxa de quadros por segundo admirável – na maior parte do tempo.
Ainda que muitos achem que seu sucessor direto, Turok 2: Seeds of Evil, seja um título superior, alguns detalhes nos fazem escolher o primeiro para a lista. Enquanto Turok 2 teve seu framerate aperfeiçoado nas remasterizações (que o tornava quase injogável no Nintendo 64, com ou sem o Expansion Pak), Turok não possuia as fases excessivamente longas de Turok 2, que por vezes deixava (e ainda deixa) muitos jogadores perdidos. Em geral, todos os quatro jogos originalmente lançados para Nintendo 64 são excelentes, mas Turok se destaca pelas características já mencionadas.
Expansões/remasterizações: Nenhuma, nem no PC. Embora não seja uma expansão, o máximo que tivemos foi a remasterização caprichada da Nightdive Studios, com gráficos mais refinados, e suporte a resoluções muito mais altas. É a forma definitiva de se jogar o clássico no PC.
Indicado para fãs da: trilogia original de N64 que jogaram os outros três títulos disponíveis para o console. O quinto e mediano título, Turok: Evolution, e o péssimo reboot, Turok (de 2008), são dispensáveis.
Confesso que de todos os jogos dessa lista, o clássico Unreal de 1998 é o que tenho menos familiaridade. E aqui não estamos falando da subsérie Unreal Tournament (da qual estou muito mais familiarizado), mas sim do game single-player, que teve uma única continuação em 2003, na forma de Unreal II: The Awakening, não recebendo nenhum título em sua série principal após este. Mas é inegável que o jogo tenha sido uma maravilha tecnológica durante seu lançamento no final dos anos 90, em uma época em que a maioria dos jogos de FPS ou faziam uso das famosas engines de Quake e Quake II ou não faziam o uso da tecnologia, mas ainda utilizavam sprites em 2D para a maioria dos objetos de um mundo 3D. Assim como no concorrente Quake, da id Software, Unreal já tinha um mundo completamente em 3D, mas seu grande diferencial estava no fato de que enquanto Quake usava em sua forma original aceleração por software, Unreal não só suportava renderização por software, mas já vinha incorporado com suporte para aceleração por hardware, por vias inclusive do OpenGL, podendo tirar o máximo de gráfico das placas 3Dfx e Savage3D da época.
Falando mais do jogo em si, após terminar a campanha, vejo Unreal como um parente de Quake, mas com mundos muito mais abertos e uma ampla variedade de cenários. Unreal não possui o mesmo nível de linearidade de títulos como Doom ou do primeiro Quake, tendo objetivos mais concretos, além de alguns momentos de “tensão”, mas sendo menos claustrofóbico que os jogos da id Software quando em ambientes fechados.
E embora o primeiro título em si não seja amplamente conhecido no Brasil, sua tecnologia, a Unreal Engine, encontra-se atualmente em sua quarta versão, e continua a ser um dos motores gráficos mais utilizados de todos os tempos, sendo simplesmente impossível um gamer que não tenha experimentado algo que começou com este primeiro FPS de 1998.
Expansões/ remasterizações: Unreal possui um pacote de missões gratuito chamado de Fusion Map Pack. Posteriormente, a Epic Games lançou a versão Gold de Unreal, que já continha a expansão comercial Return to Na Pali.
Indicado para fãs: não apenas de Quake, mas de Quake II, e vários outros títulos de FPS dessa era como SiN, Hexen II, e Kingpin: Life of Crime.
System Shock 2 é um FPS com elementos de RPG e survival horror, uma combinação que não era muito habitual na década de 90. Mesmo sendo um dos games menos conhecidos da lista, isso não significa que deixa de ser um clássico. Ao contrário, o jogo possui uma grande legião de fãs que ainda esperam um novo título com lançamento previsto para o final desse ano.
Mas falando especificamente de System Shock 2, este FPS híbrido altamente complexo, serviu como base para jogos como Deus Ex, BioShock, e Prey (não o original de 2006, mas o game da Arkane Studios de 2017). System Shock 2, na prática, criou o design de escolhas do jogador/jogabilidade não-linear nos jogos de FPS: você pode hackear sistemas ou procurar uma senha para ter acesso a determinado terminal. Pode fugir dos inimigos para poupar munição ou usar todas as suas balas e arsenal contra eles. É factível usar pontos para habilidades específicas do jogo, mas tal decisão deve ser feita com cuidado, já que melhorar os poderes especiais podem te privar de aumentar sua habilidade de hackear um terminal naquele momento. Todas essas escolhas é você quem faz, não alterando a forma de progressão do jogo.
Ambientado num cenário futurista/cyberpunk, o protagonista de SS2 é um marine mandado a investigar uma nave espacial no ano de 2114. Além dos inúmeros diários de triupantes mortos que irá ouvir ao explorar a nave, o jogador conhecerá SHODAN, a inteligência artificial do jogo e célebre principal antagonista.
Embora o game tenha sido lançado em 1999, System Shock 2 possui uma atmosfera claustrofóbica e pesada, tendo momentos de susto e situações em que você se verá perseguido por vermes, híbridos, monstros e outros inimigos que encontrará ao longo do game, fazendo deste um jogo surpreendentemente “assustador” em 2021.
Expansões/remasterizações: Embora tenha gerado inúmeros sucessores espirituais, System Shock 2 não recebeu nenhuma expansão oficial após seu lançamento. Em 2019, a já conhecida e mencionada Nightdive Studios (companhia que habitualmente relança títulos antigos para novas plataformas) demonstrou interesse em relançar SS2, mas pouco é sabido sobre isso.
Para fãs de que jogos é indicado: Mesmo tendo sido lançado em 1999, System Shock 2 não é exatamente um FPS “old-school”. Tendo jogado e sendo fã de vários jogos nesse estilo, afirmo que fãs de seu sucessor indireto, BioShock, vão gostar sem dúvidas do título clássico da Irrational Games/Looking Glass Studios. System Shock 2 pode ser visto como um “BioShock mais complexo” – já que muitos dos desenvolvedores da Irrational Games/2K Boston são os mesmos para os dos títulos -, mas também compartilhando fortes traços do clássico Deus Ex, com uma menor gama de diálogos entre personagens principais (já que o protagonista praticamente não fala durante todo o jogo). Fãs de Prey de 2017 (fortemente inspirado por SS2) e Dishonored também vão gostar da jogabilidade do clássico dos anos 90.
O clássico Duke Nukem 3D não poderia ficar de fora de nossa lista. Sendo um dos títulos mais influentes de todo o gênero, “DUKE3D” também possuia um enredo simples, como muitos outros títulos de FPS old-school. Aqui, controlamos Duke Nukem, que após ter tido sua nave derrubada, deve salvar a terra de alienígenas.
Diferentemente de Doom, em que grande parte da campanha se passa entre bases espaciais e no inferno, em Duke Nukem 3D nós passamos por um restaurante japonês, cinema, bases militares, loja de armas, prisões, escritórios, banco, naves alienígenas e até boates (desde que não esteja jogando a censurada versão para Nintendo 64). O arsenal de Duke Nukem 3D é diverso, sendo também possível utilizar outros itens como um jetpack (para elevar Duke para lugares secretos, não são acessíveis de pé), “asteroides” (que aumentam de maneira drástica a velocidade do protagonista) e um kit médico (para recarregar a energia no momento mais oportuno).
Mesmo sendo uma continuação de dois títulos anteriores que eram jogos em 2D, Duke Nukem 3D permanece como o único título de extrema qualidade, já que sua continuação direta em primeira pessoa, Duke Nukem Forever, é um péssimo jogo. Existem alguns títulos que da série que não são games de FPS, de qualidade oscilável, como Duke Nukem: Zero Hour ou Duke Nukem: Time to Kill (que são bons jogos), e Duke Nukem: Land of Babes (de qualidade medonha). Se ainda nunca jogou Duke Nukem 3D, esse continua sendo um título que dispensa muitos comentários e que todo gamer deveria completar uma vez na vida.
Expansões/remasterizações: Duke Nukem 3D foi pouco “revisitado” oficialmente, tendo recebido mais modificações feitas por fãs que atualizam os gráficos e um source port semi-oficial (feito por um dos desenvolvedores originais do título) que permite que o jogo seja melhor executado em máquinas modernas: o eDuke32.
Por outro lado, o jogo recebeu uma versão oficial extendida chamada de “Plutonium PAK”, que acrescentava um quarto episódio extra e diversas adições em relação ao game original, sendo que todos os outros relançamentos são baseados inteiramente nessa versão. Entre 1997 e 1998, o game recebeu três expansões autorizadas pela 3D Realms: “Duke it Out in D.C.”, “Life’s a Beach”, e “Nuclear Winter”, que acrescentava novas fases, e no caso das duas últimas, fases temáticas. A qualidade dessas expansões, no entanto, é questionável.
Nos anos recentes, a “20th Anniversary World Tour” foi lançada, comemorando os 20 anos de lançamento do game, podendo ser jogada no PC e consoles da geração atual. Tendo um quinto novo episódio feito pelos criadores originais, uma nova arma e novas adições, é considerada a versão definitiva para revisitar o clássico.
Indicado para fãs: de todos aqueles que gostam de títulos de FPS “old-school”, em especial que fazem uso da Build Engine, como Shadow Warrior, Blood, Redneck Rampage, e o mais recente título moderno-retrô, Ion Fury – já que todos esses jogos possuem praticamente a mesma jogabilidade.
Quake foi lançado em 1996, quando a maioria dos jogos de FPS ainda faziam o uso de sprites em 2D para o arsenal, inimigos e alguns objetos do cenário. Em contrapartida, Quake apresentava um mundo totalmente em 3D, exigindo os computadores mais bem equipados daquele ano para uma jogabilidade “lisa”. Seu design é único entre os jogos da sua era: com monstros inspirados naqueles imaginados por H. P. Lovecraft (conhecido por O Chamado de Cthulhu), Quake possui uma mistura de fantasia gótica com ficção-científica altamente tecnológica. Suas fases alternam entre bases militares futuristas, castelos, portais, masmorras, e outras áreas bem particulares. A jogabilidade é frenética (mais que seu antecessor, Doom) e a atmosfera das fases é marcada por ser extremamente claustrofóbica e sombria.
Enquanto Doom popularizou o termo “Deathmatch” e tinha suporte limitado para a jogatina multijogador, Quake foi o primeiro FPS a ter um escopo global, através da atualização-expansão QuakeWorld, que permitia gamers jogarem o Quake em uma época em que a conexão dial-up (discada) era o padrão para a maioria dos usuários. Não bastando, Quake popularizou a prática e termo “speedrun”, em que jogadores conseguem chegar ao final de uma fase e terminar o game em uma velocidade acima do normal, seja por técnicas de jogabilidade ou pelo abuso de glitches.
Expansões/remasterizações: Dois pacotes de expansão foram originalmente e oficialmente lançados: “Quake Mission Pack No. 1: Scourge of Armagon” e “Quake Mission Pack No. 2: Dissolution of Eternity”. Essas duas expansões adicionavam novos inimigos. Em 2016, foi lançada a excelente expansão/mission pack “Dimension of the Past”, seguido de “Dimension of the Machine“ em 2021.
Essa última expansão foi lançada para PC e novas plataformas em um source port totalmente novo, que permite cross-play (jogar com jogadores de plataformas diferentes), além de já conter as duas expansões lançadas nos anos 90, e a possibilidade de jogar a adaptação de Nintendo 64 de Quake.
Indicado para fãs de: não apenas jogos de FPS dessa era, mas para todos os gamers fãs de um jogo de tiro em primeira pessoa extremamente frenético.
Inicialmente desenvolvido pela 3D Realms, desenvolvedora de Duke Nukem 3D, Blood acabou sendo abandonado durante o desenvolvimento. Assim, a então desconhecida Monolith Productions (que futuramente viria a lançar clássicos como F.E.A.R, No One Lives Forever, e o mais recente Middle-earth: Shadow of War), daria continuidade ao desenvolvimento do clássico.
Blood se passa em um período/ano não especificado, com o jogador assumindo o papel do falante, irônico e sombrio protagonista Caleb, membro de um culto satânico chamado de “Cabal”. Esse culto é composto por adoradores de Chernobog, um Deus proveniente da mitologia eslava. Após ser traído e enterrado por Chernobog e seu culto, Cabal revive de sua tumba em busca de vingança.
Ainda que seu enredo seja muito comparável com os títulos dessa era, Blood possui uma natureza extremamente violenta e macabra, com fases que se passam em cemitérios, necrotérios, circos, cidades e lugares abandonados, trens e outros ambientes que favorecem a atmosfera pesada do jogo.
Blood foi desenvolvido com a mesma tecnologia de Duke Nukem 3D, mas vale ressaltar que com vários aperfeiçoamentos. Não chega a ser um sucessor espiritual de Duke3D – uma vez que Blood possui a sua própria personalidade – mas é um dos melhores jogos de FPS de todos os tempos. Embora tenha sido menos conhecido que os demais, foi um dos mais avançados de sua geração em termos de jogabilidade. Um clássico imperdível.
Expansões/remasterizações: com duas expansões oficiais de alta qualidade, “Cryptic Passage” e “Plasma Pak”, Blood teve uma continuação em 1998: “Blood II: The Chosen”. Usando uma engine diferente do original e tendo uma jogabilidade muito mais genérica, o jogo não alcançou o mesmo estado de cult classic de seu antecessor, deixando a franquia dormente por anos. Durante muito tempo, a única maneira de revistar Blood em computadores modernos era por vias do DOSBox, um “emulador” de jogos que haviam sido lançados para MS-DOS.
O código-fonte de Blood jamais foi liberado pela Atari, atual detentora dos direitos da franquia. Tendo seu código-fonte fechado, surgiram na internet dois source ports para quem tem o jogo, sendo eles o BuildGDX/BloodGDX – inteiramente baseado em Java -, e NBlood, uma versão baseada no eDuke32. Esses source ports melhoram de forma drástica a qualidade do game em PCs modernos.
Em 2019, Blood recebeu uma remasterização oficial, chamada de “Blood: Fresh Supply” – também lançada pela NightDive Studios. Esse relançamento recria o jogo em uma engine completamente diferente, deixando os jogadores mais puristas levemente decepcionados. Apesar das poucas expansões, Blood possui uma ampla variedade de expansões não-oficiais, sendo “Deathwish” uma das mais bem feitas para qualquer jogo eletrônico.
Indicado para fãs de: jogos de FPS com forte elemento de terror, em especial da franquia F.E.A.R.
Em nossa lista de 20 melhores jogos de Nintendo 64, colocamos GoldenEye 007 na terceira posição. Tendo sido desenvolvido por uma equipe de continha menos de 15 desenvolvedores e lançado dois anos após o filme original, GoldenEye 007 foi o primeiro first-person shooter do espião do MI6, James Bond. Quando anunciado, a expectativa era quase que inexistente, já que ninguém esperava que um título baseado em um filme pudesse se tornar um grande sucesso. E, contrariando as expectativas, GoldenEye 007 foi um hit tão grande que nenhum outro título da franquia 007 de games recebeu o nível de aclamação do aqui presente.
Os jogos de tiro dessa época continham uma estrutura muito simples: pegue todas as chaves e encontre a saída para avançar até a próxima fase. Em GoldenEye 007, o jogador precisava completar objetivos muito específicos, como plantar bombas em um local determinado, contatar outros agentes, destruir terminais, completar missões em um determindado tempo, destruir câmeras de segurança e hackear computadores. Conforme o jogador fosse jogando em níveis mais difíceis, mais objetivos eram adicionados na missão.
Não bastando a excelente campanha single-player, GoldenEye 007 foi o primeiro jogo de tiro em primeira pessoa a conter suporte para multiplayer entre até quatro jogadores, feito nunca visto antes em outras plataformas, sendo um título que obrigou muitos gamers de PC a comprar um Nintendo 64 para aproveitar o título.
Expansões/remasterizações: GoldenEye 007 permanece sendo um exclusivo do Nintendo 64. Em 2010, vimos o lançamento do título de mesmo nome para Wii, desenvolvido pela Eurocom, e publicado pela Activision. Como destaque, foi feita a troca de Pierce Brosnan por Daniel Craig – o James Bond dessa geração. Vale ressaltar que este game não é exatamente um remake do clássico de 97, sendo mais uma reimaginação do filme do que do jogo originalmente lançado, tendo pouquissíma relação com o clássico da Rare.
Por outro lado, um remake do GoldenEye 007 original de Nintendo 64 feito por fãs, GoldenEye: Source, foi lançado na Steam há alguns anos – usando a tecnologia de Half-Life 2 -, contendo apenas a jogatina online.
Em 2020, uma versão remasterizada desenvolvida pela própria Rare em 2005 para o Xbox 360 que acabou não sendo lançada, vazou na internet.
Indicado para fãs de: Perfect Dark e TimeSplitters, visto que estes títulos são sucessores espirituais de GoldenEye 007, com a mesma jogabilidade não-linear e desenvolvidos pela mesma equipe da Rare.
O final da década de 90 recebeu títulos seminais para o gênero de FPS. Half-Life foi um dos primeiros títulos de FPS para PC a ter uma narrativa extremamente bem pensada, gráficos surpreendentes para a época e uma jogabilidade extremamente divertida. Sendo o sinônimo moderno para o gênero, é um game que dispensa muitos comentários.
Apesar de ter uma progressão mais linear que os antigos jogos old-school vistos nos anos anteriores, Half-Life continha a retirada do estilo “pegue a chave e encontre a saída” para uma história aclamada que recebeu continuações, uma centena de jogos derivados de sua engine (sendo o ultra-popular Counter-Strike um deles) e até um remake feito por fãs de extrema qualidade com aprovação da própria Valve. Também foi um dos primeiros jogos a receber expansões amplamente dedicadas a corroborar com a história como Blue Shift e a saudosa Opposing Force. Half-Life receberia uma continuação direita em 2004, que receberia o mesmo nível de aclamação do primeiro título.
Expansões/remasterizações: Além das já citadas expansões Opposing Force e Blue Shift, a versão de Half-Life para PlayStation 2 receberia a exclusiva expansão Decay, que tinha como ênfase a jogatina cooperativa entre dois jogadores – embora também pudesse ser jogada sozinho.
Em 2020, após anos de desenvolvimento, Half-Life receberia um remake completo, sendo este o Black Mesa. Embora não tenha sido lançado pela prórpia Valve, a desenvolvedora não só aprovou o remake, como colocou para venda em sua loja oficial: a Steam.
Indicado para fãs de: jogos de tiro em primeira pessoa com bastante diálogo e história e daqueles que gostam tanto do elemento de ficção-científica; também para aqueles que jogaram o clássico Half-Life 2 mas, por alguma razão, nunca tocaram no primeiro.
E você esperava outro título? Doom não foi apenas revolucionário para sua época, mas definiu o gênero de jogos 3D e de tiro em primeira pessoa com maestria. Ao longo desses quase 30 anos desde o lançamento original, Doom – e a franquia como um todo – recebeu continuações, expansões, spin-offs, remakes não-oficiais, source ports, filmes (de péssima qualidade, diga-se de passagem), livros, e inúmeros mods/mapas/campanhas feitas por fãs, tornando talvez o jogo com maior conteúdo personalizável de todos os tempos.
Mesmo sendo alvo de críticas por ser altamente violento, nada impediu o jogo e a franquia de crescerem, sendo uma das séries mais icônicas de videogames de todos os tempos. Se você é gamer, e até mesmo se você não é, já deve ter ouvido falar do game em algum momento de sua vida.
Expansões/remasterizações: A primeira sequel de Doom, chamada de Doom II: Hell on Earth, acrescenta mais de 30 novas fases, inimigos, e a icônica super shotgun, sendo mais uma grande expansão standalone do que um jogo inteiramente novo como Doom 3, e os novos ‘Dooms’ lançados há alguns anos, como a reimaginação de mesmo nome lançada em 2016. Ainda sim, o original de 1993 é o melhor, independentemente de onde for jogado.
Doom e suas expansões/continuações, sempre recebem novas versões para praticamente todas as gerações de PC.
Indicado para fãs de: qualquer jogo de FPS.
Matérias do El Hombre relacionadas ao assunto que você pode gostar também:
➤ Inscreva-se no canal do El Hombre no YouTube para vídeos diários de estilo, lifestyle e desenvolvimento pessoal.
Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.
Saiba Mais