A alimentação é muito importante em nossas vidas. E ninguém duvida disso. Mas, por vários motivos, é comum optarmos por ignorar esse conhecimento. Quando não vez ou outra, sempre.
Pior para nós, que colheremos no futuro as consequências de nossas imprevidências.
Para você ter uma ideia, segundos dados de 2013 da Vigitel, mais de 50% dos brasileiros estão acima do peso ideal e 17,5% são classificados como obesos. É de se chamar atenção, não?
Mas não precisa ser assim. Temos em nossas mãos a possibilidade de fazer da alimentação uma aliada de nossa saúde – e não o contrário. E nesse quesito, é sempre válido lembrar Hipócrates, o pai da medicina: “Que seu remédio seja seu alimento e seu alimento seja seu remédio”.
Para nos auxiliar nessa tarefa, o Ministério da Saúde com a assessoria técnica do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (NUPENS) da USP lançou no mês passado o “Guia Alimentar Para a População Brasileira” 2014, que integra a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN).
Trata-se de um instrumento de apoio e incentivo à práticas alimentares saudáveis, tanto para pessoas quanto para coletividades, que apresenta os princípios e recomendações de uma alimentação ideal.
Além disso, o livro vai subsidiar políticas, programas e ações que visem a incentivar, apoiar, proteger e promover a saúde e a segurança alimentar e nutricional da população.
Sim, essa é uma ferramenta legal, do Estado, e vai servir para dar apoio ao direito do cidadão à alimentação saudável e adequada.
Você sabia que desde 1988, quando surgiu a Constituição Federal que nos rege atualmente, a saúde é um direito de todo cidadão e dever do Estado? E mais recentemente a alimentação também passou para a lista de direitos sociais previstos na Constituição.
É claro que na prática isso tudo deixa muito a desejar. Mas está tudo registrado no papel.
Em 2006 surgiu o primeiro material contendo as diretrizes alimentares oficiais para a população brasileira: O “Guia Alimentar Para a População Brasileira”, a primeira edição desse livro que está sendo lançado agora.
O Guia, “além de fornecer recomendações sobre escolha, preparo e consumo de alimentos, considera os fatores do ambiente que favorecem ou dificultam a colocação em prática dessas recomendações, indicando formas e caminhos para aproveitar vantagens e vencer obstáculos”.
Interessante que o material também faz questão de ressaltar que uma alimentação saudável não precisa ser ausente de prazer: “Saúde e prazer não são vistos neste Guia como opostos, antes pelo contrário”.
O livro traz recomendações básicas que você já está cansado de saber, como optar por comidas naturais em vez de processadas. Mas também apresenta outras ideias interessantes, como sugestões para o preparo dos alimentos e a importância de se fazer isso coo companhias.
O Guia Alimentar dedica uma parte importante de suas recomendações à valorização do ato de cozinhar, ao envolvimento de homens e mulheres, adultos e crianças nas atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições e à defesa das tradições culinárias como patrimônio cultural da sociedade.
Esse Guia é um material muito bem trabalhado e uma fonte importantíssima de informações sobre alimentação saudável. Ele foi elaborado por diversos profissionais da área da saúde, educação, alimentação e até representantes da sociedade civil.
Serve tanto para profissionais, quanto para famílias ou para você que simplesmente quer educar sua alimentação.
O material será distribuído em diversas redes de saúde do Estado e é disponibilizado para download gratuitamente no portal do Ministério da Saúde ou então nesse link.
Agora fique com os “10 passos para uma alimentação adequada e saudável”, encontrados no final do Guia:
- Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação.
- Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias.
- Limitar o consumo de alimentos processados.
- Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados.
- Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia.
- Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados.
- Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias.
- Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece.
- Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora.
- Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.