Os 14 lugares naturalmente mais perigosos do mundo

Compartilhe

Quem não gosta de uma boa adrenalina? Coração disparado, sangue correndo a milhão, pupilas dilatadas. Quando você está no topo da montanha-russa tudo o que pensa é “quero ir para casa”; mas quando sai do brinquedo tudo o que diz é “de novo, de novo”. Sim, que nem criança.

Mas, ei, há limites, e eu diria que os lugares listados aqui abaixo ultrapassaram em muito essa linha divisória.

Se você achou que estava correndo perigo ao avistar os dentuços Peixes Dourados ou uma sucuri adormecida enquanto descia boiando os tranquilos rios de Bonito, dê uma olhada nesses destinos e, após isso, nos diga se seu pensamento continua o mesmo.

14# O Jardim Venenoso de Alnwick, Inglaterra

Esse talvez seja o lugar perigoso mais seguro da lista. Não por conta de seu grau de nocividade – que é altíssimo – mas pelo controle que há por ali, pois trata-se de um jardim controlado na propriedade da duquesa inglesa Jany Percy.

O Jardim Venenoso faz parte do complexo do The Alnwick Garden, um projeto ambicioso que custou mais de R$120 milhões. A parte perigosa, que é a que interessa, acolhe apenas plantas venenosas ou narcóticas: são mais de 100 espécies, sendo que algumas delas podem matar apenas pelo toque.

As mais perigosas ficam abrigadas em gaiolas. Entre elas estão as famosas cicuta (que serviu para matar Sócrates), beladona, maconha, ópio e alguns cogumelos mágicos. A visita é acompanhada por guias que contam histórias das plantas mortais e também oferecem dados científicos. Mas o alerta é sempre o mesmo: “Não as toque e nem mesmo as cheire.”

13# Depressão de Afar, Corno de África

Localizado entre duas placas tectônicas (africana e arábica), esse é um dos lugares mais belos, peculiares e hostis do planeta. A primeira das peculiaridades é uma fissura curiosa entre as placas que se abre cada vez mais.

O que tem nas profundezas dessa fissura é outra peculiaridade: magma. O Triângulo de Afar (como também é conhecido) se localiza numa região vulcânica ativa. São nada menos do que 12 vulcões prontos a cuspir fogo.

Frequentemente se ouve o borbulhar das lavas por lá e vira e mexe é possível presenciar as labaredas serem lançadas ao ar a 400 graus Celsius. Os tremores de terra também divertem o local, já que é encontro de placas tectônicas, além de lagos de lava e águas borbulhantes.

12# Tsingy de Bemaraha National Park, Madagascar

Na língua local, “tsingy”, em tradução livre (que, obviamente, não foi eu que fiz), significa “lugar onde não se anda descalço”. Eu acrescentaria: “… se você quiser manter seus pés inteiros”.

O parque é composto por uma formação rochosa de pedras de 100 metros de altura pontiagudas e extremamente cortantes que ganharam esse formato por conta das chuvas tropicais. Apesar de sua aparência inóspita, o lugar serve de abrigo para flora e fauna, representados por répteis, pássaros, alguns poucos mamíferos e 11 espécies diferentes de lêmures.

É a maior floresta rochosa do mundo. As pedras formam uma fortaleza natural contra a exploração humana, o que talvez explique a integridade do ambiente.

Se você quiser conhecer o lugar, há visitações turísticas. Só não se atreva a escalar por lá: as cordas provavelmente não resistirão às pedras afiadas.

11# Vulcões de lama, Azerbaijão

Vulcões de lama. Esqueça aquela imagem do magma de um vulcão escorrendo pelo rochedo e invadindo uma pequena vila, desintegrando em poucos segundos tudo o que encontra pela frente. A lama não é quente como o magma – pelo contrário, ela é fria, muito fria mesmo.

Por isso, os vulcões de lama não são considerados tão perigosos. Mas não pense que podemos dar mole para eles.

Acontece que quando há erupção, a lama se eleva a centenas de metros no ar e a gravidade a faz voltar ao solo em peso pesado. Se isso cair em sua cabeça, bye bye, muchacho.

Essa atividade já matou alguns pastores e milhares de ovelhas no Azerbaijão, lugar que abriga cerca de um terço de todos os vulcões de lama do mundo. Segundo os relatos de um local, a lama sobe a 300 metros de altura e pode ser vista a 15 quilômetros de distância.

10# Minas de Thetford, Canadá

Essas são minas de asbesto (também conhecido por amianto), sais minerais usados em vários produtos comerciais, como, por exemplo, alguns tecidos. Esse material é composto por feixes de fibras que, quando separadas, produzem um pó que pode ser acidentalmente inalado ou mesmo engolido. Quando isso acontece os efeitos podem ser mortais.

Foi o que se verificou numa fábrica britânica em 1906, ano em foram registradas as primeiras mortes por conta da inalação de asbesto. A partir de então o produto passou a ser proibido em diversos lugares do mundo.

No Canadá existem minas de asbesto e, se você quiser arriscar, pode visitá-las durante os meses de verão, quando ficam abertas para turismo. Ótima ideia, não?

9# Ilhas de Izu, Japão

As Ilhas de Izu formam um grupo de mais de 12 ilhas vulcânicas – 9 das quais habitadas – que dão origem a duas cidades e 6 vilarejos no sul de Tóquio. A localização do lugar não é das mais vantajosas para quem procura paz, uma vez que está na junção de três placas tectônicas, o que provoca um potencial de atividade vulcânica bem alto.

Em 1953 uma erupção matou 53 pessoas e em 2000 o povo que morava por lá teve que evacuar a área por conta dessa atividade.

Mas cinco anos depois a população pôde voltar. Só que hoje eles precisam carregar uma máscara para se protegerem da alta emissão de gases tóxicos (entre eles o enxofre, que tem um cheiro nada agradável) que aumenta subitamente vez ou outra.

8# Lago Fervente, Ilha de Dominica

Se você gosta de termas, adoraria tomar um banho nesse lago se suas águas não tivessem ultrapassado o limite de temperatura por pouco: 90 graus Celsius é a temperatura medida na margem. As águas estão sempre fervendo, nunca param.

Além disso, as pedras que limitam o lago são bem escorregadias por conta do clima ambiental, então fica a dica de apreciá-lo apenas por fotos. Mas se você gosta de aventuras, aqui vai o endereço: Boiling Lake (Lago Fervente), República de Dominica.

7# Cratera de Darvaz, Turcomenistão

Essa estrutura geológica de 70 metros de diâmetro vai fazer você considerar a veracidade do conceito católico de inferno. Não é à toa que ela é conhecida como “A Porta do Inferno”.

Em 1971 alguns cientistas da então União Soviética exploraram o local pensando que iriam encontrar uma fonte de petróleo. Mas durante a perfuração o solo cedeu, revelando uma grande cratera que exalava gases tóxicos. Esses gases se espalharam pelas redondezas e acabaram sendo motivo de algumas mortes nas aldeias próximas.

Então os pesquisadores precisavam dar um jeito de acabar com os gases tóxicos. A solução? Queimá-los, afinal, segundo suas contas, alguns dias depois o fogo cessaria. Mas havia algo de errado nos cálculos, pois as chamas na cratera ardem até hoje, 43 anos depois.

6# Caverna dos cristais, México

Quem não gostaria de ver pessoalmente cristais que chegam a ter 11 metros de altura, 4 metros de diâmetro e pesar 55 toneladas? Eu, porque sei que para isso seria preciso enfrentar uma temperatura em torno de 50 graus Celsius e uma umidade do ar que varia de 90 a 100%.

Isso mesmo. Esses cristais ficam localizados numa caverna de 30 x 10 metros em Chihuahua, no México, e é um dos maiores depósitos de zinco, prata e chumbo do mundo. Uma pessoa normal e sem equipamentos pode sobreviver por cerca de 10 minutos dentro da caverna – não mais que isso.

Os cientistas que exploram o local ficam por até 40 minutos, pois levam equipamentos e são treinados para essas operações. Uma passagem para a Caverna dos Cristais é um bom presente de aniversário para a sogra.

5# Lago Karachai, Rússia

Entre os anos 30 e 40 foi construída a usina de Chelyabinsk, no sul dos Montes Urais, na Rússia, e o rio Techa serviu como local de despejo dos resíduos radioativos das atividades que aconteciam por lá.

Acontece que o Techa fornecia água para dezenas de cidades próximas e as partículas radioativas acabaram contaminado muitas pessoas. Como as barragens do rio e a evacuação dos moradores não solucionou o problema, o jeito foi arranjar outro lugar para despejar os resíduos: o lago Karachai.

Os caras pensaram que, como o lago não faz ligação com nenhum rio, os resíduos permaneciam por ali. Mas em 1967 houve uma seca no lugar e, com a evaporação da água, as partículas radioativas se espalharam pelo ar numa área de mais de 2 mil quilômetros quadrados, contaminando meio milhão de pessoas.

Hoje a radiação do local ainda é muito alta e pode matar um ser humano em menos de uma hora, segundo informações que encontrei na pesquisa.

4# Lago Nyos, Camarões

“Fiquei rodeada de gente morta, alguns dentro de casa, outros fora e outros atrás das casas. Os animais, vacas, cachorros, por toda parte jaziam no solo, me deixando confusa. Na minha família éramos 56, mas morreram 53.”

Esse é o relato à BBC de Monica Lom Ngong, moradora dos arredores do Lago Nyos, no Camarões, em 1986. Nesse ano houve uma tragédia que matou cerca de 1800 pessoas que moravam nas aldeias dos arredores do Monte Oku.

O Lago Nyos fica localizado no flanco de um vulcão inativo e é muito profundo. Essas características fazem com que suas águas sejam ricas em dióxido de carbono, gás asfixiador para o ser vivo.

Quando há uma liberação em grande quantidade desse gás, o ambiente fica extremamente tóxico para pessoas e animais. Foi o que aconteceu em 86. Existem outros lagos com características semelhantes na África, então estude bem seu destino quando quiser dar uma passeada naquele continente.

3# Prypiat, Ucrânia

O acidente ocorrido em abril de 86 na usina nuclear de Chernobyl dispensa apresentações. O maior desastre nuclear da história obrigou 200 mil pessoas a evacuarem as regiões mais afetadas pelas nuvens radioativas e até hoje há muitos sofrendo com as consequências do acidente.

A radiação liberada pela explosão do reator foi tão grande que diversas fotos retiradas no local registraram inúmeras partículas misteriosas e suspeitas vagueando pelo ar. Hoje, 29 anos após o ocorrido, há pessoas habitando algumas áreas de exclusão (zonas altamente contaminadas pelo acidente) apesar de não ser o recomendado pelas autoridades.

Mas permanecer por ali continua sendo uma péssima ideia – e ainda será por muitos anos.

2# Ilha da Queimada Grande, Brasil

Essa ilha, localizada a 35 quilômetros do litoral de São Paulo, não tem gases, não tem radioatividade, não tem lavas e nem lama. O que tem por lá? Serpentes venenosas. “Ah, no quintal da minha casa também tem!”, você pode argumentar. Ah é, cinco por metro quadrado?

A espécie que vive por lá é a Jararaca-ilhoa. Por muito tempo elas se alimentaram somente de aves (hoje as espécies mais jovens comem também anfíbios e lagartos), o que as fizeram ter uma habilidade incrível em cima das árvores e a desenvolverem um veneno que mata imediatamente para que a ave caia perto de onde foi atingida.

Sem praia, repleta de rochedos cobertos por limo e árvores de grande porte, seu desembarque é muito dificultoso, ainda mais com a recepção calorosa das cobrinhas. Essa realidade fez com que o lugar passasse a ser proibido para seres humanos não autorizados.

Hoje somente quem desembarca por lá são os pesquisadores interessados no evidente fenômeno da evolução da espécie. Que não é o meu caso.

1# Bolton Strid, Inglaterra

Você deve estar pensando que estou de brincadeira. Esse corregozinho medíocre seria o lugar mais perigoso do planeta? Para prender sua atenção, vamos direto à estatística que circula mundo afora: 100% das pessoas que se atreveram a tomar um banho no Bolton Strid se perderam para sempre em suas águas.

Se quiser, podemos ser mais claros – morreram. Todos. Eu sei, é incrível.

Acontece que esse agradável rio, apesar de não ter mais do que poucos metros de largura, tem uma profundidade imensamente desconhecida e uma correnteza fortíssima. Dizem que abaixo da superfície há um mundo cavernoso gigantesco e misterioso.

Na verdade, o Bolton Strid é uma continuação do Wharfe River, localizado em Yorkshire, e recebe a enorme quantidade de água vinda do grande rio. Se a superfície aparentemente calma não nos deixa perceber onde toda essa água é armazenada, o imenso mundo subaquático nos faz imaginar.

E, sabendo da estatística dos 100%, estamos satisfeitos apenas imaginando, certo?

Thiago Sievers

Co-fundador do El Hombre, é responsável pelo canal do YouTube e pelas parcerias comerciais. Vem trabalhar todo dia de bicicleta e tem um condicionamento de atleta olímpico. É editor também do "Moda Masculina Journal".

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.

Saiba Mais