Há descrições do uso medicinal da maconha há mais de quatro mil anos. Em 1800, ela era utilizada da mesma forma que se utiliza a aspirina hoje. Entretanto, em 1937, o Marijuana Tax Act proibiu o uso desta droga nos Estados Unidos – e, com isso, a população mundial não tem mais visto com bons olhos a erva. A maconha sem dúvida apresenta muitos efeitos benéficos, mas, como todo medicamento, para que funcione é essencial que atinja uma absorção e uma dose adequadas no organismo. Por isso, cientistas trabalham tanto com seus princípios ativos – o que evitaria diferenças de concentração (que variam de acordo com a forma de uso da droga) e os seus efeitos colaterais já comprovados. Veja alguns exemplos abaixo:
1# CÂNCER: A maconha, quando usada de forma terapêutica, ajuda no controle de náuseas, dores e melhora o apetite e o humor de pacientes em uso de quimioterapia. Por este motivo, geralmente é utilizada como forma de tratamento coadjuvante em alguns países, como Israel.
2# DIABETES: Um estudo recente indica que a maconha pode ajudar a prevenir o diabetes. É uma descoberta impactante, já que nos Estados Unidos, segundo dados da American Diabetes Association, 8,3% da população (25,8 milhões) apresentam diabetes, gerando custos em 2012 de 245 bilhões de dólares. No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 8% da população é portadora desta doença (14 milhões), mas não há dados confiáveis a respeito do impacto econômico.
3# ESCLEROSE MÚLTIPLA: Na Inglaterra, existe um spray nasal, composto pelos princípios ativos da cannabis, que auxilia no controle das dores e da rigidez muscular de pacientes com esclerose múltipla, doença que, embora de incidência relativamente baixa, compromete seriamente a qualidade de vida do paciente. Os efeitos benéficos dos canabinoides (princípio ativo da maconha) também estão sendo estudados na prevenção de crises epilépticas, doença para a qual nossos medicamentos atuais possuem inúmeros efeitos colaterais. Entretanto, ainda não foi desenvolvido nenhum medicamento para isso.
4# GLAUCOMA: Quanto ao glaucoma, doença que afeta 2,2 milhões de norte-americanos, causando cegueira em 120 mil, e responde por 10% das causas de cegueira nos EUA, já se observou que os canabinoides promovem a diminuição da pressão intraocular. Alguns médicos, em estados nos quais a maconha é legalizada, chegam a prescrevê-la com esta intenção.
Na carga cancerígena, de 3 a 4 cigarros da maconha equivalem a mais de 20 cigarros de tabaco. Além disso, ela possui efeitos deletérios na memória, coordenação, comportamento e são um gatilho importante naqueles propensos a desenvolver esquizofrenia. Mas estamos caminhando; da mesma forma que conseguiram extrair morfina e outros opioides do ópio a partir de seu princípio ativo, no futuro, canabinoides extraídos da maconha serão utilizados para diversas doenças – desde portadores de AIDS caquéticos, até obesos querendo emagrecer.