A alimentação é um fator fundamental para os resultados positivos de nossas atividades esportivas. Sobre esse assunto a sabedoria popular está cheia de verdades e mentiras que não costumamos questionar. Mas, e se estivermos fazendo alguma bobagem, que o amigo disse que o instrutor do irmão dele falou, acreditando ser uma verdade irremediável? Tem quem diga que o que os olhos não veem o coração não sente. Mas eu não sou muito adepto dessa filosofia. Até porque ela se encaixa em assuntos afetivos e não de saúde, certo?
Christine Rosenbloom, uma respeitada nutricionista americana, parece compartilhar do meu pensamento e escreveu um texto chamado “Mitos da Nutrição Esportiva” onde enumera alguns aspectos que costumam passar pela boca do povo como algo de profunda credibilidade. Não caia nessa, cowboy – o coração não sente até a primeira taquicardia patológica.
Há quem acredite que malhar sem comer proporciona algum benefício. Mas não, isso não é verdade. A comida é o que nos dá a energia que necessitamos para realizar os exercícios. Se formos puxar ferro ou fazer qualquer outra atividade física sem nada na barriga é possível que nos sintamos tontos, com dor de cabeça e até que desmaiemos. O nível de glicose em nosso sangue provavelmente estará baixo e o corpo, para gerar energia, passará a usar a proteína disponível na massa magra. E assim, ao invés de ganhar músculos, você vai perder.
Do texto de Christine, extraímos os três mitos que consideramos os mais relevantes, com dicas de como escapar das consequências negativas da sabedoria popular sobre nutrição esportiva.
1. O açucar deve ser evitado antes do treino e das competições
“O açúcar ingerido antes das competições aumenta os níveis de glicose e insulina no sangue, o que não é ruim”, escreve Christine. “O açúcar é um tipo de carboidrato. Os carboidratos ingeridos antes do exercício, provenientes do açúcar ou de bebidas, podem melhorar a performance. Um atleta que não está abastecido fica cansado e o seu desempenho fica aquém do seu melhor.”
2. As vitaminas e minerais fornecem energia extra aos atletas
“As vitaminas e minerais agem como fatores coadjuvantes para liberar a energia armazenada nos alimentos, mas elas não fornecem energia extra aos atletas”, diz a nutricionista. “Um programa de refeições rico em grãos, vegetais, frutas, carne e laticínios oferece energia aos atletas. Estes alimentos também são veículos para as vitaminas e minerais que o corpo necessita para utilizar a energia. Os suplementos polivitamínicos e/ou poliminerais podem ser necessários para alguns atletas; por si só, eles não fornecem energia extra.”
3. A proporção ideal de nutrientes é 40% de carboidratos, 30% de proteínas e 30% de gorduras
“Alguns programas alimentares recomendam que 40% da energia deve ser proveniente de carboidratos, 30% de proteínas e 30% de gorduras”, afirma Christine. “As dietas com estas proporções podem prejudicar o desempenho, pois são baixas em calorias e carboidratos. As pesquisas indicam que os melhores programas para os atletas são os que oferecem aproximadamente 55% a 58% de energia vinda de carboidratos, 12% a 15% de proteínas e 25% a 30% de gorduras.”
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