Amigos leitores do El Hombre, este texto não pretende ser um momento em que vocês terão que se lembrar das aulas de Geografia da escola, mas o assunto requer uma breve introdução teórica sobre vulcões. Responsáveis por belos e perigosos espetáculos da natureza, os vulcões nada mais são do que válvulas de escape que a Terra tem para regular a temperatura e a pressão em seu interior, porque abaixo da superfície terrestre há um mar de magma em altíssimas temperaturas, que é o responsável pelo movimento das placas tectônicas. As placas, por sua vez, quando movimentadas com muita força, podem expelir esse material de magma – que também pode ser cinzas, vapor d’água e gases.
Como consequência disso, o material vulcânico quando resfriado dá origem a formações rochosas. Essas formações podem dar origem a grandes pedaços de terra, como a ilha de Arrecife de Lanzarote, que pertence a Espanha e é uma das que compõe o arquipélago das Ilhas Canárias e abriga mais de 300 vulcões em seu território. Mas o que você, leitor, pode tirar de proveito de Lanzarote? Posso garantir que há muita coisa boa que você pode fazer por lá.
A ilha é uma ótima opção de turismo porque abriga belos cenários – que são uma espécie de livro de história a céu aberto por retratarem como era a paisagem na terra há milhões de anos – e também há muitos resorts que são destinos certos para a curtição com conforto. Mas há também uma atividade da ilha que chama a atenção pela história e pelo sabor: a produção de vinhos.
Essa produção foge ao que estamos habituados a ver em verdes campos franceses, por exemplo. Em Lanzarote a cultura é diferente, tendo como cenário uma paisagem coberta com areia preta.
Entre os anos de 1730 e 1736 ocorreu a chamada “grande erupção” que cobriu um terço da ilha. O resultado disso foi a devastação de suas melhores áreas de cultivo. Mas, posteriormente, os habitantes descobriram que o manto de areia preta e as paredes de pedras vulcânicas foram de extrema valia por terem feito a função de termo regulação. Isso consiste em manter a umidade da terra – da alta insolação e dos ventos quase constantes – e também quando a lava e as cinzas esfriam passam a funcionar como adubo para a terra. Condições perfeitas para o plantio.
O processo de produção de vinhos ainda é bem artesanal e teve início de maneira muito interessante. Manualmente os habitantes foram cavando buracos na terra, colocavam as sementes e protegiam as mudas com paredes de pedra. E foram incontáveis os buracos perfurados nesse trabalho hercúleo.
Na ocasião em que estive por lá, passei na vinícola Bodegas Rubicón (com origem no século XVII) e experimentei o vinho Rubicón Malvasía Seco. Um vinho branco proveniente da uva Malvasia com coloração amarelo palha e alguns tons verdes. É limpo e brilhante com aromas predominantes de frutas cítricas. Seu sabor é fresco e saboroso com acabamento limpo e harmonioso. A uva Malvasia é a predominante em Lanzarote. As outras variedades são: Muscat, Listan preto e branco, Diego, Blanca e Negramoll Burra.
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