“Eu já sou exemplo.” Esta frase dita em uma conversa com o El Hombre já resume muito bem o que é a vida de um dos maiores ídolos do esporte nacional. E não só pela sua trajetória dentro do basquete. Oscar Schmidt, de 55 anos, transformou-se em não só um exemplo para os amantes da modalidade, mas também para todos aqueles que encontram obstáculos na vida. “Chegou o momento da verdade. Tenho que tratar mais um tumorzinho. Vou tirar de letra mais uma vez”, brincou, aos risos, o ex-atleta, que luta contra um câncer sem cura no cérebro.
“As pessoas lá na radioterapia já me dizem que eu sou um exemplo. Elas me dizem cada coisa que eu nunca imaginei ouvir. As pessoas dizem que eu dei motivação para eles procurarem a cura. Meu deus, que coisa linda! É incrível as pessoas acreditarem que podem ter cura porque eu estou lutando pela mesma coisa”, contou o bem-humorado atleta, que sequer deu sinais de abatimento ao seu problema. “Eu reagi muito bem com a notícia.”
No fim de maio, Oscar descobriu que está com um novo tumor na cabeça. A doença começou há dois anos quando Schmidt foi submetido a uma cirurgia no cérebro para retirar o tumor grau dois que, segundo ele, era do tamanho de uma laranja. Recentemente, o câncer voltou e o ex-atleta precisou passar por uma nova cirurgia. “Eu tive o mesmo problema há dois anos. Tirei um tumor gigantesco, mas dois anos depois voltou. Voltou pequenininho, mas malvado. E agora são três.”
Em setembro, ele receberá, pela sua vencedora trajetória ao longo da carreira, uma das grandes homenagens do basquete, entrando para o Hall da Fama. “Nunca pensei que pudesse ser um grande jogador e conquistar tudo que consegui. Minha vida foi muito proveitosa.” A mesma esperança que tem para a cura de seu câncer, Oscar tem para uma evolução da Seleção brasileira de basquete. “Acredito. Na Olimpíada vamos ter uma Seleção muito forte e provavelmente vamos voltar com medalha.”
Em contrapartida, critica a postura dos jogadores que não têm vontade de vestir a amarelinha. “Em alguns faltam. Em muitos, por sinal. Mas tem outros que têm orgulho de vestir a camisa da Seleção, como são os casos do Marcelinho e o Anderson Varejão. Outros não têm isso pela Seleção, como é o caso do Nenê e o Leandrinho.”