Quando o Corinthians entrou em campo na quarta-feira, no Pacaembu, para disputar a segunda partida da Recopa contra o São Paulo, havia um torcedor para lá de especial na beirada do gramado incentivando o time: Paulinho.
Vendido ao Tottenham por R$ 53 milhões no final de junho, o volante ainda não havia embarcado à Europa para apresentar-se ao clube inglês. Seu contrato, porém, o impedia de jogar o duelo contra o Tricolor paulista.
Mas mesmo sem vestir a camisa 8 que o botou no mapa do futebol mundial, Paulinho teve um papel importante na vitória do Corinthians, segundo Tite. “Ele deu ao time confiança e aquele espírito de Libertadores que ficou caracterizado nele”, afirmou o técnico.
Resultado final? Uma vitória do Corinthians por 2×0, que somada ao triunfo por 2×1 da semana retrasada no Morumbi, garantiu o segundo título de 2013 para o clube (o primeiro foi a conquista do Paulistão em maio).
O El Hombre conversou com Paulinho no hotel Unique, em São Paulo, onde o volante da Seleção foi apresentado pela Gillette como o novo embaixador da marca no país. O meia Oscar, do mesmo Chelsea que foi derrotado pelo Corinthians na final do Mundial de Clubes em 2012, também estava no evento.
Então pintou a dúvida: será que os jogadores profissionais tiram sarro de seus colegas rivais quando ganham, como os torcedores fazem com seus amigos?
“Ah, sempre rola uma brincadeira nessas situações, né?”, Paulinho respondeu rindo ao El Hombre. “Mas é um sarro sadio. Acho que tem que ser dessa forma, porque futebol é alegria. Claro, existe responsabilidade, mas a alegria também faz parte do esporte. Então acabei tirando sarro do Oscar e do David Luiz, mas todo mundo levou numa boa.”
Toda essa rivalidade, obviamente, fica de lado quando os jogadores se juntam para defender a Seleção Brasileira, Paulinho deixou claro. “Afinal, somos nós defendendo o país”, afirmou. Por falar em Seleção, as manifestações que estão ocorrendo em todo o Brasil teriam ajudado o time de Felipão a conquistar a Copa das Confederações?
“Sem dúvida”, disse Paulinho. “Os protestos deram um ânimo extra ao time. Tudo o que aconteceu fora do estádio trouxe uma motivação a mais para nós. Nós estávamos jogando por nós, pela família e pelo povo brasileiro, que nunca deixou de acreditar em nós. E acredito que fizemos um grande trabalho, retribuindo o apoio dos brasileiros com a nossa vitória.”
A conversa com Paulinho, apesar de curta, estava boa. Mas ele é o tipo de homem que, quando está num evento, tem uma fila de pessoas esperando para falar com ele. E a equipe do CQC estava no cangote da reportagem do El Hombre, de olho em nosso entrevistado. Ok, podem pegá-lo.
Assim nos despedimos do craque, então. Mas não sem antes expressar o agradecimento da ala corintiana do El Hombre a ele por trazer, enfim, o título da Libertadores para o Parque São Jorge. Agradecimento que ele respondeu com um sorriso de trabalho cumprido, o qual Paulinho certamente treinou muito nos últimos 12 meses, desde a vitória do Corinthians sobre o Boca Juniors que coroou a histórica campanha do clube no torneio continental, dando enfim à torcida paulista aquele que era o seu maior sonho de consumo: a taça da Libertadores.