“Hoje vou querer o cappuccino italiano. Enjoei do expresso.”
“Um é R$ 2 e três é R$ 5? Pô, vê seis aí.”
“Cara, hoje vamos ficar pirados. Manda 4 tequilas!”
Que hombre nunca se viu em situações parecidas no dia-a-dia? Ou mesmo nas três acima, num único dia?
Em mais uma sexta-feira comum, você sai de casa atrasado para o trabalho, sem comer sequer um pão com manteiga, entra no metrô para ir para o trabalho e escuta aquela frase mágica daquele ambulante de todos os dias, rompendo o grito que seu estômago está fazendo: “Pessoal, primeiramente bom dia”.
Pronto. Agora já está feito! Nem esperamos para saber se o que ele está vendendo é chocolate, amendoim ou chiclete (embora a expectativa pelo chocolate seja a maior), mas logo levantamos o braço anunciando nosso desespero pelo açúcar que está prestes a cair em nossas mãos.
E aí para completar a hora tão esperada, aquela velha “promoção“ do “um é R$ 2 e três é R$ 5”.
Neste momento, somos os melhores negociadores do planeta (junto aos outros cinco do mesmo vagão que também se beneficiaram da barganha). Uma barrinha é suficiente para matar a larica da madrugada insana que há pouco terminou, mas somos brasileiros e não perdemos promoção, portanto, 5 barras na mochila e uma devorada.
O dia no trabalho promete ser pesado, então melhor garantir um pão de queijo, já que nem só de açúcar é composto um café da manhã improvisado (com exceção das vezes em que a balada falou mais alto e ansiou por açúcar).
Hora do almoço. Se antes mesmo de sair de casa o estômago já berrava, imagine só como não está agora? Mas neste hora tão sagrada, melhor não entrar no mérito e mandar ver tudo que aguentar. Sem ressentimentos ao valor investido (comer é sempre um bom investimento, certo?).
Passado o suculento almoço em companhia dos hombres do escritório, chega a hora do velho cafezinho. É sexta, você entrou na conta pela internet e viu que a bufunfa caiu exatamente hoje, então por que não? Aliás, café que nada! Vai experimentar o lançamento da cafeteria! E como bom amigo, a rodada toda é por sua conta. Resultado: 4 capuccinos italianos GRANDES.
Definitivamente, hoje é o seu dia. A euforia e o poder percorre em sua veia, se estendendo até seu cartão e sobra até para o VR (sempre estourado na segunda semana do mês)
Então por que não curtir o happy hour depois de um dia estressante de muito trabalho e visita a sites de compra coletiva (em que comprou a camisa da seleção brasileira para passar a copa, mesmo resmungando o altíssimo preço)?
Se está solteiro, os amigos vão se encontrar somente as 23:00. Se namora, é casado ou está investindo na gata do RH, a reserva do restaurante é só as 22:00. Portanto, uma gelada não vai fazer mal algum. Uma porção de pastel de carne seca muito menos.
Se o dia todo permitiu os luxos e exagerados gastos, não vai ser na melhor hora do dia que as coisas mudarão. Portanto, tequila para os amigos e a melhor champanhe para a gaiata da noite. Resumindo, pé na jaca!
Enfim, o dia acabou, os prazeres foram intensos e o cartão foi o protagonista. Agora, é lamentar a fatura. Lamentar as 5 barras de chocolate que você esqueceu na mochila que derreteram exatamente no bolso em que fica o fone de ouvido. Lamentar o pão de queijo que estava meio duro, e o cappuccino italiano que custou o dobro do expresso e toda a bebedeira que regou a noite sem fim de tequilas e cervejas.
Mas será mesmo que tudo tenha sido tão ruim assim?
Isso é você quem decidirá hombre. Ou você investiu, ou você simplesmente gastou. Ou foi prazeroso, ou até o próximo holerite você certamente não gastará com nada que está fora do orçamento.
Se tratando de dinheiro, a lição que fica é que a oportunidade e a ansiedade fazem o momento. E toda essa euforia pode custar caro, fazendo seus chocolates derretidos durarem na mochila por pelo menos mais três dias no metrô. Portanto, se você está planejando algo novo, então é melhor pensar bem antes esbanjar com estilo, afinal a fatura sempre chega, e o carnê do carro ainda esta só no começo.
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