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Por que as mulheres gostam de homens sensíveis

Perguntei para vários homens durante esta semana quem seria um cara famoso que eles consideram sensível. Tudo o que recebi foram risadas e perguntas sobre o que eu iria fazer com a informação. Nenhum deles conseguiu me dar uma resposta.

Os meninos desde pequenos são sempre cercados pela crença de que eles são fortes e as meninas frágeis. Esse papo de ser sensível não tem vez, é considerado fraqueza.

Quando se tornam homens (alguns nunca o fazem), já estão imbuídos de todas as expectativas que foram colocadas em cima deles pela sociedade. Os pais querem que eles encontrem o próprio caminho e não sejam frágeis, porque encarar o mundo é um jogo árduo. É aí que o problema começa.

Não tem nada de errado em querer ensinar alguém a ser forte. O problema é que os homens negam algumas emoções e assim aprendem que devem deixar os sentimentos de lado. Torna-se bem complicado depois de um tempo fazer o menino que sempre foi forte virar um homem sensível.

As mulheres por outro lado são educadas para serem protegidas e acreditar que existe um Príncipe Encantado que vai salvá-las dos temores do mundo. Daí vem aquela ideia errada de que o sensível é tedioso e não forte o bastante.

Afinal, este não é o homem que joga uma mulher na parede, que a deixa ansiosa esperando por um telefonema que nunca vai chegar e que promete e nunca cumpre. Quer labaredas todas as noites? Vai trabalhar no Corpo de Bombeiros.

Estas gostam dos bad boys, o cara que nunca deveria ter mulheres por perto, porque o lance deles é tratá-las de qualquer jeito e manter um olho sempre aberto para a conquista seguinte.

Quem quer ser maltratada? Tem mulher que quer, vai da idade, da dependência e da vocação física e psicológica para ser mulher de malandro. Elas deveriam correr destes tipos, mas algumas não o fazem.

O cantor John Mayer é aquele famoso canalha que se passa de sensível.

Suas músicas falam de amor, o vídeo com a última namorada Katy Perry é fofo e romântico, mas até hoje ele tenta desfazer dos danos de uma entrevista que deu à revista Playboy difamando duas ex-namoradas.

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John e Katy

Jennifer Aniston era uma chata que não o deixava ficar no Twitter e Jessica Simpson foi comparada a cocaína. Não pegou nada bem. E depois, para completar, Taylor Swift fez a música “Dear John” dizendo que ele era um especialista em dar desculpas.

São os lobos em pele de cordeiro. Se você é um desses, uma hora a máscara cai. A mulher pode até levar um tempo, mas ela sempre acorda e vai procurar alguém que a respeite.

O homem “mim Tarzan, você Jane” poderia entrar em extinção porque não faz mais sentido insistir num modelo ultrapassado. Não é novidade que o mundo mudou. As mulheres já entenderam que o homem não é mais o único provedor dentro de casa, que, com o avanço no mercado de trabalho, elas são chefes deles e a grande máxima de que eles não choram já era.

O “macho” ainda fica perdido com as transformações da sociedade. O “sensível” sabe o que fazer e usa seu instinto de forma correta.

E o cara que entende as mudanças e não se sente intimidado por elas, vai levar vantagem.

O personagem Gus, do livro A Culpa é das Estrelas, ilustra bem o que é o homem que está em alta. Ele se preocupa mais com o bem-estar da namorada do que com seu câncer.

Uma frase dele reflete bem o pensamento do que é um homem sensível: “Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas.”

As mulheres conseguem expor sentimentos exatamente como Gus faz e serem vulneráveis, está no DNA. O homem sensível só vai somar nesta equação.

Ele admite quando está errado e não tenta manipular uma briga, por exemplo, virando o jogo e colocando a culpa nela. Ele sabe dizer quando não tem razão e resolver uma discussão de forma justa e na conversa.

O sensível fala e faz; fala e assina embaixo. Não diz: “isso é bobagem”. Ele se preocupa de verdade com o que está acontecendo com a mulher e seus sentimentos. E a melhor parte: ele respeita seja lá qual for o sentimento, ideia, melindre ou pavor feminino.

Ser sensível não é sinal de fraqueza. E quem já tem maturidade suficiente sabe que este é o homem de verdade e ainda uma espécie rara. Os outros – que usam tiro, porrada e bomba – são os outros.

Julia Duarte
Julia Duarte
A jornalista Julia Duarte, autora do livro "Relacionamento Ioiô", ajuda os leitores do El Hombre a compreenderem o universo feminino. "Não tenho a fórmula do amor", ela diz. "Só quero deixar a pista menos escorregadia e o beco com saída."