Culturalmente aceita, a bebida é companheira obrigatória de vários hombres em churrascos, baladas, reunião com os amigos, ou até mesmo um jantar a dois. Muitos a procuram porque apreciam seu gosto, ou então os efeitos que lhe causam.
Independente de qual seja a sua desculpa para aquela exageradinha no álcool, todos já vivenciaram a tão famosa ressaca. Dores de cabeça, boca seca, enjôos e mal estar, sensibilidade à luz e ao barulho, entre tantos outros, são os efeitos desagradáveis do abuso da cachaça.
Mas, e aquela sensação de tristeza e irritabilidade causada pelos comportamentos inadequados da noite alcoolizada anterior? Essa, meus caros leitores, é a conhecida ressaca moral.
A expressão é atribuída a alguma besteira colossal que se tenha feito – seja por ter dado em cima da mulher de seu melhor amigo, seja por ter gritado com seu chefe na confraternização de final de ano.
Com um toque de culpa, a ressaca moral é uma sensação psicológica ruim, causada por algum momento ou situação desagradável que se tenha vivido.
Assim como a ressaca normal, a moral aparece no dia seguinte – ou nos dias seguintes – e com lembranças que corroem a mente de sua vítima.
Apesar de não parecer, enquanto a vive, a ressaca moral é saudável se pensada em termos de proteção a si mesmo.
Esse arrependimento que se sente é um sinal interno avisando-o que fez ou falou algo que não gostaria, ultrapassando sua noção de limites de conduta. Estes limites são construídos em cada pessoa pelo decorrer da vida, desde o nascimento, levando em conta o relacionamento familiar, ambiente social e circunstâncias observadas no dia a dia.
Como cidadãos, sabemos que renunciamos a alguns prazeres e desejos a fim de pertencer a uma sociedade.
Apesar de querer ficar nu em um dia de extremo calor, dormir quando que lhe der vontade, não estudar, e brigar sempre que contrariado, os limites da moral fazem com que desconsideremos tais desejos e aprendamos a falar e colocar roupa para assim pertencer a um círculo social maior.
Já quando uma pessoa bebe, desconsidera os seus limites e abre uma porta para fazer coisas que ela mesma considera uma afronta à moralidade.
No momento em que o efeito do álcool diminui, surge o medo das conseqüências, que sugerem a possibilidade de uma punição. E para isso não há distinção de gêneros.
Tanto o homem quanto a mulher são controlados não só pela instância moral, mas também pelo papel da própria realidade na regulação de suas ações.
Beber ajuda a liberar o freio que inibe suas atitudes, mas e quando se perde o controle do carro e este cai ribanceira a baixo? Cuidado, caros hombres, vocês não vão querer dar PT, certo?