The Walking Dead confirma aquilo que os diretores americanos da Nova Hollywood acreditavam: a possibilidade de construir na TV uma história além daquela que é feita nos filmes, com mais desenvolvimento de personagens e da trama.
E se os prêmios que a série vem recebendo ao passar destes três anos não foram o suficiente para comprovar a tese de Martin Scorsese e companhia, os números agora falam por si só: The Walking Dead vem quebrando diversos recordes de audiência – o último deles, de série mais assistida da TV a cabo nos Estados Unidos, com o primeiro episódio de sua terceira temporada.
Baseada na série de quadrinhos de mesmo nome criada em 2003, The Walking Dead conta a história de um grupo de sobreviventes num mundo pós-apocalíptico dominado por zumbis que lembram muito os dos filmes de horror de George Romero. O grupo é liderado por Rick Grimes, um antigo xerife que acorda de um coma para se deparar com esse mundo e ir em busca de sua mulher e filho.
Ok, essa premissa pode lembrar a de muitos filmes desse gênero, principalmente a de Extermínio, de Danny Boyle. Mas é exatamente no desenvolvimento da trama e dos personagens – como profetizou a geração de cineastas dos anos 70 – que The Walking Dead consegue ir além.
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Os produtores e roteiristas da série tomaram uma decisão muito interessante: colocar os zumbis como coadjuvantes e focar na relação entre os personagens. Desta maneira, eles mostram como a personalidade deles muda conforme a trama se passa e como o vínculo entre eles se altera enquanto o drama aumenta. Os personagens se transformam completamente com o passar dos episódios .
O roteiro apresenta a situação deles de uma forma tão realista que acabamos nos colocando no lugar dos protagonistas, que se encontram em uma posição praticamente primitiva na luta pela sobrevivência. Rick, com o passar das temporadas, lembra o típico anti-herói que poderia se encaixar perfeitamente em qualquer western spaghetti de Sergio Leone.
A direção, contando com uma ótima fotografia, realmente mostra a influência do cinema nas séries de TV atuais, e cria uma atmosfera perfeita para o tom da série, trazendo uma sensação de imprevisibilidade que chega a lembrar Lost; e a direção de arte, que chegou a ganhar diversos prêmios pela maquiagem, incluindo o Emmy, cria zumbis com uma abordagem muito realista, tendo um grande papel nos sustos causados nos telespectadores.
Depois de uma ótima segunda temporada, a série começa com tudo seu terceiro ano, com a promessa de mais por vir – só resta torcer para que ela não se torne uma novela à la Lost. A terceira temporada de The Walking Dead é transmitida pela Fox todas as terças às 22 hrs.
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