Se te fizessem a proposta de você trabalhar metade do tempo que trabalha hoje, na mesma intensidade e ganhando o mesmo salário, você aceitaria?
A pergunta é tão óbvia que chega a soar ridícula.
Contudo, quando a reflexão é a mesma, mas substituindo o ambiente profissional pelo do treinamento físico, a resposta muda.
Se eu te falar que você pode treinar metade do tempo que treina e obter os mesmos resultados você provavelmente achará ruim. Isso porque costumamos associar, erradamente, o tempo de treinamento com os resultados obtidos.
A maior parte das pessoas treina com um objetivo claro, que normalmente é estético – ficar mais forte, mais definido, mais magro e etc. Para fins de mensuração, seria mais palpável se os objetivos envolvessem números, como levantar mais 20 quilos no supino, perder 5 quilos de gordura, ganhar 10 quilos de massa e por aí vai.
Mas, de uma forma ou de outra, você sabe onde quer chegar. E isso é o que importa para medir os resultados.
Sabendo disso, tudo o que precisamos é de um plano que nos levará ao objetivo almejado. E como é normal querermos resultados imediatos, pensamos que quanto mais treinarmos mais rápido chegaremos a esse objetivo.
Grande equívoco.
Fazer mais não vai lhe proporcionar melhores resultados. Na verdade, simplesmente mais é mais e melhor é melhor. Com medo de não estar obtendo o melhor do treinamento as pessoas procuram aumentar a quantidade de trabalho (mais) ao invés de aumentar a qualidade (melhor).
Mas uma mensuração dos resultados vai mostrar que esse raciocínio não ajuda em nada.
Existem dezenas de pesquisas que demonstram que é possível obter bons resultados fazendo 3 séries de 1 determinado exercício para um grupamento muscular. Então por que fazer 3 séries de 4 exercícios (que é o que se observa comumente)?
Muitos responderão que se você realiza essas 3 séries de um exercício com intensidade máxima e ainda tem energia sobrando, adicionar mais um exercício é uma boa saída para aumentar o estímulo total do treino, o que pode melhorar os resultados.
Esse pensamento pode ser interessante para aumentar o estímulo total para pessoas em nível iniciante e intermediário, mas para avançados não. Afinal, é impossível aumentar indefinidamente o volume total do seu treinamento.
Mas mesmo para iniciantes e intermediários, o ideal é esquecer a ideia de que quantidade é sinônimo de bom trabalho.
A ideia central aqui é que você procure aumentar outros fatores dentro do seu treinamento, e não o número de exercícios. Você pode considerar a carga dos exercícios, a qualidade das repetições (realizar os movimentos corretamente faz diferença crucial nos resultados) e, principalmente, o esforço intrínseco que você coloca em cada série, procurando elevar a fadiga muscular ao máximo.
Quanto ao esforço intrínseco, se num exercício você utiliza a carga máxima para 10 repetições e realiza apenas 8, não se esforçou ao máximo. É possível explorar todo o seu esforço com o auxílio de técnicas de intensidade.
Não adianta você treinar duas hora, enchendo o planejamento de exercícios, se não está desafiando as musculaturas ou executando corretamente os movimentos. É melhor que trabalhe 30 minutos conscientemente.
Faça uma reflexão para ver se nos seus treinos está valorizando mais a quantidade ou a qualidade.
Essa última é sempre melhor do que a primeira.
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