Imagine que você leu um livro incrível e depois vai ao cinema assistir ao filme. Decepção na certa, né? Livros são sempre mais detalhados e os personagens são melhores construídos. O filme não pode seguir o roteiro do livro à risca – é fica impossível compilar tudo em apenas uma ou duas horas.
Agora pensa no caminho oposto: ver o filme primeiro. Nesse caso podemos cair na armadilha de pensar: “Já vi o filme, sei como as coisas terminam e não vou ler o livro”. Só que nos esquecemos que as páginas contêm a alma da obra, já que (geralmente) é ali que está o trabalho original do autor.
O mesmo pode ocorrer com as mulheres e suas páginas nas redes sociais: “Já vi e li tudo sobre ela, não preciso de um encontro para comprovar o que já sei”.
Claro que a gente quer ter o máximo de informações possíveis antes de sair com alguém – acredito que somos todos curiosos em relação ao outro -, mas saber demais pode estragar toda a diversão.
E saber demais, nestes casos, não significa saber como as coisas vão acontecer.
Sabe aqueles posts que você lê sobre “expectativa x realidade”? Eles fazem você descobrir que são duas posturas opostas mesmo, completamente diferentes.
Quando as pessoas querem muito que as coisas aconteçam a expectativa gera frustração. Ainda mais quando é algo que não depende só da gente, mas depende do outro também. Colocar nossa felicidade nas mãos de outra pessoa é pedir para algo dar muito errado.
A expectativa pode até ser mais poética, mas lidamos com a realidade nos relacionamentos e se dermos muita corda à expectativa a coisa toda pode ficar confusa, porque na nossa incrível imaginação tudo pode ser criado em relação ao outro, só que na realidade a pessoa é o que ela é. E não vai mudar simplesmente porque você quer.
Saber demais te dá uma falsa impressão de realidade, de que você já sabe tudo e não há mais nada a descobrir. Algo que está longe de ser verdade.
Achar que sabe tudo sobre uma pessoa também pode te trazer outro problema: insegurança. E se ela for tudo isso mesmo que diz ser? “Como é que eu vou lidar com uma mulher dessas que adora festas, trabalha 10 horas por dia e tem 1.798 amigos?”, você pensa. Só vai te deixar mais ansioso.
A verdade é que quase ninguém é o que mostra ali. As redes sociais exigem que todo mundo represente um pouco. Não há escolha porque tem chefe, clientes, parentes, amigos e pretendentes vendo tudo.
Assim, a escolha fica simples: os momentos a serem postados são sempre os felizes. Ninguém quer mostrar depressão em rede social (bem, tem queira para atrair pena dos outros, mas aí já é outra história).
Tem bastante gente por aí sem bom senso também e você pode cruzar com fotos e posts do ex-namorado dela. Eu acho que você não precisa deste tipo de informação. Se ele for forte e sarado, você vai se sentir mal. Se ele não for o que imaginava, você não vai entender nada.
É um jogo sem vencedores.
Então, qual é o sentido de fuçar?
Pode até ser matar sua curiosidade, o que é muito válido. Mas dependendo do seu grau de exigência para o sexo feminino, qualquer bobagem que ela trocou com algum amigo ou as cinquenta selfies que postou pode fazer você não botar muita fé na moça. E mais uma vez, pode ser que ela não seja nada daquilo e você goste tanto dela ao vivo que os posts que não gostou passam a não ter a menor importância.
Como quase tudo na vida, as coisas ao vivo são sempre melhores.