Recentemente assisti ao filme “Thanks For Sharing”, cujo enredo gira em torno de um grupo de apoio para pessoas viciadas em sexo. É muito interessante a abordagem das cenas que relatam o sofrimento envolvido no desejo incontrolável em transar. Se você imaginava que namorar uma ninfomaníaca parece legal, hoje vamos falar sobre a realidade da dependência sexual.
A ninfomania pode ser classificada como similar a uma dependência ao álcool ou substâncias químicas. (O transtorno com os mesmos sintomas nos homens é chamada de satiríase.) Ela é caracterizada por um desejo sexual elevado que prejudica significativamente as atividades diárias e relacionamentos afetivos. Como exemplo, temos relatos de mulheres que necessitam transar em média 20 vezes ao dia e ter 10 orgasmos.
No filme “Thanks For Sharing”, são mostradas cenas em que a personagem relata fracassos amorosos devido ao seu desejo por diferentes parceiros sexuais; a incapacidade em manter-se em um emprego devido à necessidade de masturbar-se constantemente; e as situações de risco e sofrimento em que se coloca para realização das fantasias sexuais.
O sofrimento está, principalmente, em não ter controle sobre o próprio corpo ou desejo. A ninfomaníaca tem dificuldade em estabelecer uma “hora” para transar. Ela quer sempre. A transa também pode ser seguida por culpa e arrependimento, o que não impede novos impulsos para outro ato, porque seu desejo nunca é satisfeito.
Talvez só tenhamos uma noção mais realista de como esse transtorno é problemático ao tomar algum tipo de contato com pessoas que sofrem com ele. Na internet há diversos relatos de ninfomaníacas.
A Marie Claire, por exemplo, conversou com Lucia (nome fictício), uma mulher que abriu sua história à revista. Ela perdeu o controle de seu desejo sexual e durante muitos anos viveu em função do sexo. Ela chegou a se relacionar com 6 caras em 6 transas diferentes ao longo de 24 horas.
Em outro caso, uma mulher contou ao Yahoo que chegou a fazer 18 abortos e transar sem camisinha com homens que posteriormente morreram de AIDS. “Quando a euforia passava, vinha a crise depressiva“, diz. “Eu ia para casa, bebia e chorava sozinha, cheia de culpa e dor.”
A ninfomaníaca não fica sem sexo, assim como o drogado não fica sem a droga. Se ela é comprometida e o parceiro não quer transar, vai realizar seus impulsos fora de casa. Não é uma simples vontade, é uma compulsão.
Assim como o tratamento de outros transtornos, o viciado em sexo deve procurar auxílio terapêutico e psiquiátrico para enfrentar o problema. Frequentar um grupo de dependentes, para ouvir relatos de outras pessoas e se abrir com elas, também pode ajudar.
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