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Preço dos apês: tá tudo muito caro. E agora?

De uns anos pra cá, a resenha com meus amigos na mesa do bar ganhou uma pauta nova. Além do futebol e das boas histórias, estamos falando muito sobre os altos preços dos imóveis no Brasil – mais especificamente em São Paulo, onde moramos. E a conclusão é a mesma: queremos começar nossas vidas, sair de casa, mas está quase impossível financiar um apê novo por aqui.

Se você está na mesma que eu e meus parceiros, duas opções: venha tomar uma com a gente na próxima semana ou leia este post com carinho. Vamos nessa.

Mundo Cão I – Um levantamento realizado pelo Banco Central do Brasil, em parceria com o Banco de Compensações Internacionais, apontou que o preço dos imóveis no Brasil aumentou 121,6% (!) entre 2008 e 2013. A valorização brasileira superou mercados aquecidos, como o de Hong Kong – cujo metro quadrado ficou 101,4% mais caro em cinco anos – e foi praticamente o dobro da observada em Kuala Lumpur, na Malásia (62,5%), e em Cingapura (61,6%).

Mundo Cão II – No final do ano passado, a revista Exame produziu um compilado de 10 quitinetes (dissimuladamente chamadas de studios) que custam mais de R$ 1 milhão (!). São apês de até 40m² (!), situados em bairros nobres de Rio Janeiro e São Paulo, que estão sendo vendidos (sim, há quem compre) a um preço absurdo. Má fé dos empresários? Claro que não: se há demanda (e há, acredite), o preço explode.

Diante dessa (ir)realidade, o que eu, você e meus camaradas podemos fazer? Tomar pra esquecer o apê que nem compramos ainda? Claro que não, hombre. A primeira dica deste colunista desesperado é investir e olhar com mais atenção para os aluguéis.

De acordo com a Secovi, sindicato das empresas de habitação do estado de São Paulo, o preço médio do aluguel na cidade de São Paulo varia de R$ 865 a R$ 4,5 mil, para imóveis de 50m² a 130m².

Supondo que você tenha dinheiro para comprar seu canto, vale a pena você colocar essa grana na poupança ou aplicar num CDB, por exemplo, e o com o rendimento bancar seu aluguel. É capaz de ainda sobrar uma graninha no final do mês.

Mas, se você não está tão desesperado pra arrumar um canto, um bom conselho é ter calma, esperar e, claro, investir. Aproveitando a alta da Selic, da qual já falamos por aqui, indico investir no Tesouro Direto, no caso os títulos pós-fixados, cuja rentabilidade segue a variação da taxa de juros.

Muitos especialistas apostam que depois da Copa do Mundo os preços dos imóveis irão baixar, até chegarem num patamar razoável em meados de 2015. Aí é hora de ir pro mercado com mais bala na agulha. Boa procura, rapaz.

André Rossi
André Rossi
Jornalista especializado em finanças, André Rossi passou pelo curso de jornalismo econômico do Estadão e atualmente é repórter da revista Capital Aberto. Toda noite, antes de dormir, ele acende uma vela para Jesus ajudar o seu Palmeiras a subir.