Faço depois, deixo para amanhã, quem sabe semana que vem? A procrastinação é o hábito de deixar todas as obrigações para outra hora, esperando ter mais disposição e tempo no futuro para botar a mão na massa. O resultado já é conhecido: é necessário correr em dobro, além de fazer muito em pouco tempo para compensar a falta de esforço antes.
Por mais nocivo que isso pareça, muitos dos procrastinadores dizem que não conseguem deixar de ser assim, ainda que tentem mudar. A especialista em psicologia positiva Nicole Fuentes, mesmo com seus anos de estudo na área, escreveu ao portal Entrepreneur que sempre teve problemas em focar nas obrigações dentro dos prazos.
“Muitas vezes, sei com meses de antecedência o dia exato em que tenho de dar uma palestra, conduzir um workshop, preparar uma aula ou entregar um artigo”, escreve Nicole. “Planejo ter tudo pronto com uma semana de antecedência e trabalho um pouco mais silenciosamente a cada dia. Essa é minha intenção.”
Ainda assim, Nicole relata que não consegue fazer tudo como planejado, mesmo tendo organizado tudo previamente: “E quanto mais perto estou da data crítica, maior a minha vontade de consertar uma gaveta, lavar roupas, ler um livro (mesmo que seja de física quântica), tomar um café…”.
Essa procrastinação faz com que as tarefas acumulem para muito perto das datas limite. Com isso, é preciso correr para fazer um milhão de coisas em um curto período de tempo. Além do desespero, é comum ter estresse e ansiedade enquanto precisa terminar tudo. Como lidar com isso?
A vontade de deixar as coisas para depois tem relação com se sentir bem. Quando evitamos algo que parece difícil, nos sentimos mais aliviados. Esse escape acontece fazendo coisas que gostamos, como mexer no celular, jogar videogame ou assistir séries.
Em sua apresentação “Inside the mind of a master procrastinator” no TED Talks, o palestrante Tim Urban explica de forma bem-humorada os três personagens que existem na cabeça de um procrastinador:
Tim confessa que também é um procrastinador. Ele explica que, na sua mente, o macaco acaba ficando no controle a maior parte do tempo. Assim, quando algo está perto da entrega final, o Monstro do Pânico surge e assusta o macaco, deixando o caminho livre para o Tomador de Decisões Racionais recuperar o tempo perdido e fazer tudo aquilo que ainda não foi feito.
Isso acontece com todos aqueles que sofrem com a procrastinação. O trabalho acaba sendo feito, mas somente perto do prazo final. Além disso, o desgaste mental desse hábito acaba sendo maior do que de alguém que foi mais rígido no comportamento.
Mesmo com a correria, os procrastinadores são alertados pelo Monstro do Pânico e conseguem finalizar tudo antes do prazo. Mas o que acontece com aquelas tarefas sem uma data específica marcada?
É para isso que Tim Urban chama a atenção no final de seu discurso. Existem muitas coisas na vida que não terão uma data específica. Fazer novos amigos, entrar em contato com familiares, entrar ou sair de um relacionamento. Todas essas são coisas que o Monstro do Pânico não aparecerá para as coisas funcionarem.
Para que o Macaco da Gratificação Instantânea não fique no controle da sua mente para sempre, é preciso ter atitude e responsabilidade. Tudo aquilo que você pode fazer hoje, nesse momento, faça. Não deixe a procrastinação tomar conta, fazendo com que você vire espectador da própria vida.
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