Não, este não é um anúncio de classificados. É uma simples constatação do que – segundo a minha então breve observação da vida e das pessoas – tem motivado os mais revoltosos reclames femininos e, em consequência lógica, insatisfação de alguns homens consigo mesmos.
Nesses breves e bem vividos vinte e um anos que me foram desfrutados, tenho observado com um riso de canto de boca os erros e acertos masculinos no quesito sexo/prazer. (Não com o olhar científico de quem julga o comportamento alheio, mas com o olhar atento e bem-humorado de quem se distrai observando as pessoas.)
E o que tenho visto são os mesmos homens repetindo os mesmos erros. Testando mil e uma formas de ter prazer e dar prazer à parceira e, em geral, fracassando.
Você pode não acreditar se for mais confortável pra você, mas é só observar à sua volta: nove entre dez mulheres reclamam das mesmas coisas; egoísmo sexual (aquela coisa irritante de gozar e dormir), síndrome da britadeira, preliminares ignoradas, falta de liberdade pra propor fantasias sexuais… os reclames se repetem em (quase) toda relação.
Mas o que eu acho que sei sobre tesão masculino é que há apenas uma questão central que engloba todas as outras das quais as pessoas tanto reclamam: os homens têm pressa. Ignoram as preliminares porque têm pressa; gozam em poucos minutos porque têm pressa; insistem, muitas vezes, em se comportar como britadeiras pura e simplesmente porque têm pressa.
Como se chegar lá fosse mais importante do que tudo o que se faz no caminho até “lá”.
Na verdade, se cada homem conseguisse se livrar de sua pressa sexual/ansiedade mórbida, a maioria das insatisfações de suas parceiras provavelmente estaria resolvida.
Não acredita? Preste atenção nas maiores fantasias das mulheres: preliminares que durem, homens dominadores, transas intensas. Ninguém falou em gozar litros ou ser penetrada freneticamente. Tudo envolve, no fundo, uma coisa simples e necessária em tudo na vida: paciência.
Agradar uma mulher na cama não é exatamente complicado. Nunca ouvi uma amiga dizer “tem que ser grande” ou “tem que ser bonito”. Somos bem menos exigentes sexualmente do que parecemos: basta não se comportar como um adolescente virgem a quem só interessa gozar.
Desfrutar do sexo é (muito) mais que isso. E desfruta quem não tem pressa.
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