O oceano, um universo que cobre mais de 70% da superfície da Terra, é um mistério a ser explorado. A sua profundidade, tão vasta que supera a altura da maior elevação terrestre, é um verdadeiro desafio ao conhecimento humano. Imagine submergir o ponto mais alto da Terra, o Monte Everest, no oceano. Ainda assim, sobraria mais de 2 kms de água entre o pico do monte e o ponto mais profundo do oceano, segundo uma reportagem da Insider.
A jornada começa: primeiros 500 metros
Para colocar as coisas em perspectiva, a altura média de um ser humano é cerca de 1/16 do comprimento de uma baleia azul, o maior animal da Terra. Essas baleias, que geralmente vivem a uma profundidade de 100 metros, conseguem chegar até 500 metros, uma façanha impressionante, considerando que a pressão a essa profundidade é 26 vezes maior que na superfície, o que seria letal para os pulmões humanos.
Conquistas humanas
Aos 210 metros, encontra-se o marco da viagem do USS Triton, o primeiro submarino a circunavegar a Terra em 1960. Já aos 253,5 metros, temos a façanha do mergulhador austríaco Herbert Nitsch, que estabeleceu o recorde de mergulho livre mais profundo. Contudo, essa jornada quase custou sua vida devido à síndrome de descompressão severa, resultando em múltiplos derrames cerebrais. Apesar disso, Nitsch sobreviveu para contar sua história.
Além da luz: de 1.000 metros para cima
Nesse ponto da jornada, estamos a 828 metros de profundidade, onde se encontraria a ponta do prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, se estivesse submerso. À medida que avançamos para 1.000 metros, a luz solar já não consegue nos alcançar e entramos na zona da meia-noite.
Aqui, a vida marinha se adapta de maneiras surpreendentes, como o camarão sem olhos que vive perto de vulcões submarinos a 2.286 metros de profundidade, em temperaturas apenas alguns graus acima do congelamento.
Por volta dos 2.993 metros, temos o recorde do mamífero que foi mais fundo: o baleia-de-bico de Cuvier. No entanto, nem mesmo essa espécie poderia explorar o naufrágio do Titanic, que repousa a impressionantes 3.810 metros de profundidade.
O abismo e a exploração humana: passando dos 6 mil metros
A 6.096 metros de profundidade, encontramos a zona hadal, nome dado às trincheiras oceânicas mais profundas, como a Fossa das Marianas. Se o Monte Everest fosse colocado nesta trincheira, seu pico alcançaria 8.848 metros, ainda não chegando às missões mais profundas já realizadas.
Em 1960, o oceanógrafo Jacques Piccard e o tenente Don Walsh desceram ao ponto mais baixo da Terra, o Abismo Challenger, atingindo uma profundidade recorde de 7.918 metros. Este recorde foi mantido por décadas, até que o explorador Victor Vescovo desceu três vezes ao Abismo Challenger em 2019, estabelecendo um novo recorde no terceiro mergulho, com uma profundidade de 10.927 metros.
O desconhecido espera
Estima-se que os humanos tenham explorado apenas entre 5% a 10% dos oceanos da Terra. À medida que submersíveis não tripulados continuam a explorar o Abismo Challenger, novas espécies são descobertas, sugerindo a existência de milhares de espécies marinhas ainda desconhecidas. O vasto e misterioso mundo que flui abaixo de nós, portanto, aguarda a contínua exploração e entendimento humano.
Fonte: Insider
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