Uma breve discussão filosófica. Somos todos atormentados pela ideia da solidão, não somos? Certo.
Almoçar sozinho, ir ao cinema sozinho, viajar sozinho: estes são alguns dos nossos pesadelos de todos os dias. A solidão é um anátema, um estigma, quase uma marca cravada na carne do solitário.
Mas por quê? Bem, uma das razões é que a solidão é tratada a pontapés em todos os filmes, em todas as novelas e em todas as conversas que vemos e travamos.
Ninguém basta a si próprio. Essa a mensagem contínua que recebemos.
Faz sentido? Não, não faz. Isso nos leva a depender sempre dos outros para sermos felizes.
Cícero disse o seguinte: “Quem depende apenas de si mesmo e em si mesmo coloca tudo tem todas as condições de ser feliz.”
Muito tempo depois, Dostoievski escreveu que ficar sozinho é uma “necessidade natural, como dormir e comer”.
Schopenhauer disse que as pessoas não suportam a solidão porque não suportam a si mesmas.
Os chineses ricos, no final da vida, costumavam abandonar toda a riqueza e conforto para, numa vida solitária e remota, terem a chance de meditar e refletir.
Uma única vez vi, num filme, uma mensagem sábia sobre o tema. Foi em Beleza Americana.
A menina adolescente presencia uma briga horrível entre os pais num jantar. Fica chocada e vai para o seu quarto, onde a mãe depois aparece e diz: “Hoje você aprendeu a maior das lições. Conte apenas com você mesma.”
Platão não teria dito uma frase melhor.
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