Pode até fazer sentido a ideia de que fechar a boca auxilia na perda de gordura. Mas ela, simplesmente, não é verdade. Se você quer perder um pouco da circunferência abdominal – ou de qualquer outra parte do corpo (ops, com exceção do nosso melhor amigo) – não faça isso. Provavelmente não dará certo e você ainda, de quebra, estará arranjando problemas para a sua saúde.
Ficar longos períodos sem se alimentar, ao contrário do que muitos acreditam, pode te fazer engordar. A explicação é ainda mais lógica do que a falsa ideia de “menos comida, menos gordura”.
O nosso organismo é extremamente inteligente. O cérebro, como já sabemos, é uma máquina complexa e trabalha infinitamente mais rápido do que nossa consciência. O nosso corpo tem diversas funções involuntárias, e uma delas é o armazenamento de energia.
Para que possamos pensar, nos movimentar, respirar, e fazer qualquer outro tipo de atividade (qualquer mesmo) precisamos de energia. Se não a temos, não somos capazes de fazer nada (aka morremos). Como também já sabemos (mas não custa salientar), a energia é, para o ser humano, fornecida pela alimentação. Logo, se nos alimentamos obtemos as forças orgânicas necessárias para sobreviver.
Sabendo de tudo isso, o nosso organismo, quando não alimentado, entra em estado de alerta. Percebendo que as substâncias necessárias para a produção de energia não estão sendo repostas, ele começa a armazenar aquelas de que dispõe. Ele faz isso reduzindo o metabolismo do corpo (nome dado ao movimento de transformação dessas substâncias químicas). Dessa forma liberamos menos energia, ou seja, queimamos menos gorduras e calorias. A primeira coisa que o organismo elimina são líquidos, depois a massa muscular e somente por último a gordura. Isso significa que se houver emagrecimento em períodos de má alimentação, esse é decorrente da perda de líquidos e massa muscular – e se for decorrente da perda de gordura é porque o negócio está muito feio.
Então, quanto menos você se alimentar, mais gordura o seu organismo vai armazenar para se preparar para o próximo período de jejum que sabe-se lá Deus quanto tempo vai durar. Além do que, quando essa hora chegar, por conta do longo jejum, você irá comer muito mais do que se houvesse ingerido alguma coisa poucas horas antes.
Muito lógico, não?
Se não bastasse, a falta de alimentação prolongada também gera outras consequências negativas. O baixo nível de glicose no organismo (hipoglicemia) influencia de forma indesejável principalmente o raciocínio e a concentração, pois o cérebro depende dessa substância para funcionar. A produção de hormônios também sofre uma recaída em longos períodos sem comida – o que é um grande problema, uma vez que essas substâncias são responsáveis por diversos mecanismos de regulação do organismo como, por exemplo, as funções sexuais (e aí o bicho pega, né cabrón?). E o mau hálito é um dos outros presente que um jejum prolongado acarreta.
O correto é se alimentar de três em três horas com duas refeições principais – café da manhã e almoço (nessa ordem de importância mesmo). Se você não ficar miguelando alimentação para o seu corpo, ele não se preocupará em armazenar gordura para a produção de energia, pois você estará repondo as substâncias regularmente.
Dessa forma ele fica feliz, você fica feliz e as mulheres ficam felizes. O que acha?