Parece que Ronda aprendeu mesmo uma lição depois do coro que tomou de Holly Holm no final do ano passado. Você deve se lembrar da postura da lutadora antes daquela disputa: ela exalava arrogância.
Certa vez chegou a declarar isso: “Eu estava pensando o que é mais impossível: eu perder uma luta ou o Cubs (um time de beisebol que com certeza é muito ruim) ganhar o campeonato”.
Bem, a resposta ela já obteve.
Não dá para dizer que não ficamos comovidos diante da queda de um gigante. Já experiênciamos isso com Spider, acabamos de ver Messi ruindo, Djoko caíndo inexperadamente diante de Sam Querrey… É como se, junto deles, nós caíssemos também.
Nessas pessoas nós expressamos o desejo pela perfeição — e ver que a perfeição não existe é um choque de realidade muito duro.
Mas Ronda tem um recado para todos nós: a perfeição é um tédio sem tamanho.
A americana acabou de gravar uma campanha da Rebook que leva o slogan “Be more human” — seja mais humano (vídeo no final do texto). E nela, enquanto caminha se livrando de artifícios estéticos, faz um pequeno — mas objetivo — discurso sobre a perfeição:
“A perfeição nunca é testada. A perfeição nunca tem que silenciar seus críticos. A perfeição nunca tem a chance de redenção.
Então sim, eu estou bem em não ser perfeita.”
É como se ela aplicasse um jab certeiro na cara de cada um dos idealizadores da perfeição (vulgo, nós).
Isso faz muito sentido. A perfeição é monótona. Com ela não há desafios, tudo já está conquistado. É uma bela e entediante vida irretocável.
A gente só deseja a perfeição porque não somos perfeitos. Ouso dizer que a pessoa perfeita desejaria mais ardentemente a imperfeição do que nós, imperfeitos, a perfeição.
Onde o tesão de superar os limites se já alcançou-se o auge? Onde o prazer de ver a ausência de argumentação dos malas de plantão se não há motivos para crítica? Onde o êxtase de se ver capaz de fazer algo que inicialmente falhou se não houver falha?
É isso o que Ronda está nos fazendo refletir.
O Esporte Interativo aproveitou a conquista de Portugal e publicou essa arte:
Junto veio os dizeres:
“Você não pode mudar o passado, mas pode lutar e escrever um novo futuro!“
Bingo! (Eu ia escrever “pefeito”, mas diante do contexto preferi “bingo”!)
A perfeição nos tira esse tesão expresso na foto. Então, como diria Ronda, perfeição my ass!
Se você busca esse status, mude a visão e considere a perfeição como a bravura de dar a volta por cima — porque se há uma certeza relevante para o nosso crescimento na vida, não é a de que vamos morrer, mas a de que vamos cair.
Você vai cair. Mas você pode levantar!
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