Quando crianças, brincávamos com Lego. Construíamos pontes, rodas (quadradas), pessoas, animais, castelos, torres e… carros.
Esses últimos, os automóveis, sempre estavam lá. Totalmente tortos, frágeis, de difícil reconhecimento. Mas estavam lá. Dizem que o que vale é a intenção – então eles estavam lá.
E eles também funcionavam. Percorriam ruelas de grandes cidades, estacionavam em garagens de prédios, roncavam por estradas inacabáveis. Alguns até voavam. Nossos pais não viam tudo isso. Mas, ah, acontecia.
Eis que encontro o trabalho de Fernando, um espanhol que constrói carros de Lego que pai nenhum negaria neles a qualidade de automóveis reais.
Ok, os carros que o rapaz produz não são do tamanho real. Eles costumam vir numa proporção de 1:8, mais ou menos. Mas são perfeitos. Os modelos são muito semelhantes aos reais.
Mas Fernando decidiu não ficar apenas na semelhança – ele os faz funcionar. Sim, eles andam. Perfeitamente. Os carros são controlados por controle remoto e contêm com todas as peças que catacterizam um carro de verdade.
Fernando não dá muitas informações suas em seu site. Sabemos apenas que seu nome é Fernando, que ele tem 28 anos, mora em Madrid, na Espanha, está no terceiro ano de engenharia civil e seu projeto chama-se Sheepo’s Garage.
O espanhol já construiu dezenas de carros, sempre homenageando as máquinas mais clássicas. Os números de peças que ele utiliza varia de obra para obra. Nesse Land Rover Defender 110, por exemplo, ele usou 2.800 peças. Já nesse Ford Mustang Shelby GT500 3500 pedacinhos de plásticos foram amontoados.
Para os carros funcionarem Fernando acopla uma bateria. Mas o que realmente impressiona é a mecânica. Todos têm caixa de transmissão; os motores funcionam perfeitamente, é possível ver os pistões se movimentando sincronizadamente dentro do cilindros; os freios são à disco ou de tambor (depende do modelo); os eixos dianteiros e traseiros são uma miniatura dos reais; e o sistema de suspensão é montado com todos os detalhes necessários. Tudo com peças de Lego.
E Fernando faz questão de construir cada máquina com suas peculiaridades. O Bugatti Veyron, por exemplo, tem o sistema elétrico para abrir a capota e o aerofólio traseiro.
No entanto, uma de suas obras mais incríveis, mecanicamente falando, é o caminhão Peterbilt 379, que uniu mais de 5 mil peças. Ele utiliza um sistema pneumático (de ar pressurizado) para controlar a suspensão e freios que, quando em ação, nos faz ficar boquiabertos.
Nem tudo é perfeito, lógico. A troca de marchas é um tanto truculenta (os carros dão uma leve parada no processo) e a velocidade não é lá essas coisas, variando de 3 a 5 km/h, dentre os modelos que eu observei.
Mas eu não seria maluco de considerar esses aspectos como um defeito observando os resultados que as obras de Fernando apresenta.
Como apaixonado por carros, eu fiquei impressionado com esse trabalho, mas o estudante de engenharia não vende suas construções. O máximo que ele faz é disponibilizar no site alguns documentos com instruções para quem se interessa em montar os carros. O que, convenhamos, já é bastante coisa.
Se você está estranhando o Lego ter peças tão específicas como essas, saiba que os carros na verdade não são feitos das peças da empresa. Fernando, na verdade, compra as peças nesse revendedor não oficial de Lego.
É incrível.
Separei abaixo as três máquinas que mais me impressionou e deixo o vídeo do fusquinha (1967) que Fernando fez recentemente. Em seu canal do YouTube você consegue ver os vídeos das outras máquinas.
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