Certa vez presenciei uma conversa entre duas pessoas na sala de espera de uma clínica. O assunto girava em torno do que cada um faria se conseguisse acertar os números da Mega-Sena.
Um deles expôs o sonho de 99% dos apostadores: comprar casa própria, carro, ajudar a família, viajar, etc. O outro disparou: “Deixaria de trabalhar imediatamente!”
Não sou de me meter em conversas alheias, mas não pude deixar de fazer algumas reflexões a respeito da visão daquele sujeito em relação ao trabalho e à carreira. Muito provavelmente, ele devia estar enfrentando algum tipo de crise profissional.
Em outra hipótese, não trabalhava naquilo que gostava de fazer. Ou ainda estava se sentindo excessivamente cansado, sobrecarregado.
Estou convicto que aqueles que realmente se sentem realizados naquilo que fazem nem pensariam em se desligar de forma tão abrupta. Poderiam redirecionar suas atividades, reduzir a carga e o ritmo – mas nunca romper radicalmente o vínculo com seu trabalho.
Observe que estamos falando de trabalho, não de emprego, especificamente. Ele poderia se desligar da empresa onde trabalha, mas não deixar de se dedicar a uma ou múltiplas atividades produtivas. Abrir mão disso, fará o ser humano sentir uma incômoda sensação de inutilidade – o que será bastante prejudicial.
Peço que você faça a mesma reflexão: caso ganhasse na Mega Sena você deixaria, para sempre, de trabalhar?
Caso responda que sim, espero que repense como anda sua relação com seu atual emprego e comece a traçar planos para estabelecer uma relação mais saudável e comprometida com sua carreira.