Atitude

“Se você não é feliz agora, não será nunca”: a importância de viver no presente

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Num mundo tão efêmero e repleto de distrações, a busca incessante pela felicidade parece nunca terminar. A sensação de que a alegria está sempre no próximo objetivo, no próximo relacionamento ou no próximo gadget nos distancia da magia do agora. E, com isso, cada um de nós continua a sentir que ainda não é feliz o bastante.

Mas o budismo, com suas raízes profundas na introspecção e consciência, nos presenteia com lições de como encontrar o contentamento no seio do presente.

O agora – e apenas o agora

Diferente da nossa cultura ocidental que valoriza metas, resultados e planos futuros, o budismo concentra-se no agora, no presente. Segundo esta filosofia, a vida acontece no momento presente e é só nele que temos o poder de agir, mudar e ser feliz.

Para o Budismo, a busca constante por felicidade no futuro ou a nostalgia do passado são armadilhas que nos impedem de apreciar e viver o momento atual. Estamos sempre à espera do próximo grande evento, do próximo grande passo em nossas vidas, acreditando que “quando isso acontecer, serei feliz”.

No entanto, ao fazer isso, negligenciamos a beleza e as possibilidades do que está acontecendo agora.

Aprendendo a ser

O meditador e mestre budista Thich Nhat Hanh frequentemente comenta sobre a importância de “aprender a ser“. Em vez de estar constantemente fazendo, correndo ou buscando, podemos encontrar a paz em simplesmente ser. Isso não significa passividade, mas sim uma atenção plena e consciente ao momento presente.

O ato de lavar pratos, por exemplo, pode ser uma meditação se feito com plena atenção. Ao invés de apressadamente limpar os pratos enquanto pensa sobre a próxima tarefa, você pode se concentrar na sensação da água, no movimento das mãos, no som dos pratos se chocando. Esta prática, conhecida como mindfulness, ou atenção plena, pode transformar tarefas mundanas em momentos de paz e clareza.

A fugaz natureza da vida

Um dos princípios fundamentais do Budismo é a impermanência. Tudo muda, tudo passa. Em vez de temer essa realidade, podemos abraçá-la e, assim, aprender a apreciar o que temos enquanto temos. A flor que hoje desabrocha com beleza pode murchar amanhã, mas isso não diminui sua beleza. De fato, sua natureza efêmera torna-a ainda mais preciosa.

Ao internalizar a impermanência, começamos a valorizar o agora, pois reconhecemos sua preciosidade. Não há garantia do amanhã. O futuro, como diz o ditado, é incerto. Portanto, por que adiar a felicidade?

“Se você não é feliz agora, não será nunca”

“Se você não é feliz agora, não será nunca”.

Essa não é uma frase para nos desesperar, mas para nos despertar. O Budismo nos oferece uma lente através da qual podemos ver o valor inestimável do momento presente. Em vez de correr incessantemente para o futuro ou de se perder em lembranças passadas, talvez seja hora de simplesmente parar, respirar e ser.

O agora, com todas as suas imperfeições e beleza, espera por nós. E nele, talvez encontremos a felicidade que sempre buscamos.

Camila Nogueira Nardelli

Leitora ávida, aficcionada por chai latte e por gatos, a socióloga Camila escreve sobre desenvolvimento pessoal aqui no El Hombre.

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