No segundo semestre do ano, os fãs de séries policiais e de Batman terão a oportunidade de conferir uma das estreias mais aguardadas de 2014 no mundo dos seriados. Trata-se de Gotham, produção que falará sobre o passado do universo que conhecemos do super-herói.
Porém, ela não focará no jovem Bruce Wayne (apesar de tê-lo como um dos personagens principais), e sim no novato detetive James Gordon, que precisa, entre outras coisas, resolver o caso do assassinato de Thomas e Martha Wayne e, assim, relaciona-se com o futuro cavaleiro das trevas.
O Homem-Morcego é um dos heróis mais queridos e bem-sucedidos do entretenimento audiovisual, incluindo desenhos animados. A primeira aparição em carne e osso do Batman foi em 1943, num seriado homônimo (chamado O Morcego, no Brasil) que introduziu o conceito da Batcaverna. Em 1965, foi relançado como An Evening with Batman and Robin e seu sucesso motivou a criação do famoso programa televisivo dos anos 60 protagonizado por Adam West.
Esse, com um total de 120 episódios, segue sendo um fenômeno de repercussão, com sua abordagem intencionalmente exagerada e várias marcas inesquecíveis, como os bordões de Robin e as interjeições de golpes (“POW!”, “ZONK!”).
Mas foi apenas 20 anos depois que ele ganhou nova vida, com o sombrio filme de Tim Burton (e Michael Keaton como o personagem-título), considerado um marco na história não só para o próprio Homem-Morcego, mas também para todos os super-heróis em Hollywood. Sucesso incontestável, Batman (1989) abriu caminho para mais 3 produções.
Burton e Keaton voltaram com Batman: O Retorno, talvez ainda mais dark que o primeiro. Mas a Warner quis algo mais leve, achando que, assim, conseguiria atrair ainda mais público, o que resultou no Batman Eternamente de Joel Schumacher, com Val Kilmer no papel principal. Menos bem recebido pela crítica, o divertido filme deu certo nas bilheterias, com a inclusão de Robin, Duas-Caras e o impagável Charada de Jim Carrey. E em 1997 a franquia foi sepultada com a quase paródia de Schumacher, Batman & Robin, estrelada por George Clooney.
Até que Christopher Nolan e o co-roteirista David S. Goyer revitalizaram o universo do herói com o sombrio e realista Batman Begins, dando um novo início à franquia.
O absoluto sucesso de crítica proporcionou os seguintes Batman – O Cavaleiro das Trevas e Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge. A excelente trilogia fez com que o Homem-Morcego ganhasse o respeito das novas gerações; trouxe talvez o Coringa mais icônico de todos (após os já marcantes Coringas de Cesar Romero na série televisiva e de Jack Nicholson na obra de Burton), interpretado por Heath Ledger; e nos apresentou a um interessantíssimo Comissário Gordon, vivido pelo camaleônico Gary Oldman.
E eis que chegamos a Gotham, a nova série da Fox. Possivelmente foi o carisma de Oldman que possibilitou uma história focada no personagem. E embora o super-herói esteja para voltar aos cinemas com a produção Batman vs Superman, os produtores de Gotham dizem que o trabalho está mais para o universo de Nolan, o que deve ser visto como um bom sinal pelo público.
A ideia de uma série sobre o passado dos personagens da cidade fictícia já havia sido proposta em 1999, e focaria na adolescência de Bruce, mas acabou entrando em conflito com o planejamento de Batman Begins e a produtora responsável acabou criando Smallville, produção que fala sobre a adolescência do Super-Homem.
O seriado, que será estrelado por Ben McKenzie (de The O.C.), terá também a presença de futuros vilões, como Charada, Pinguim, Coringa e Mulher-Gato, além de Alfred e de novos personagens, contando um capítulo nunca antes contado da história da tão famosa cidade e de seus habitantes mais conhecidos.
James Gordon está noivo e iniciando sua carreira como detetive, quando ocorre o assassinato de Thomas e Martha Wayne. E é nesse cenário, em meio aos perigos do submundo de uma cidade violenta e corrupta como Gotham, que se inicia a amizade de Gordon com o jovem Bruce
Considerando as últimas tentativas sérias de levar o herói às telas, estou até com dificuldades para controlar a ansiedade. O trailer liberado pela Fox mostra que a abordagem mais realista e crua, à la Nolan, está mesmo presente. E esse é um ponto muito favorável às nossas expectativas. Até a trilha sonora lembra as composições de Hans Zimmer (que trabalhou na trilogia) para o cinema.
Podemos testemunhar também uma fotografia bem trabalhada, um desenho de produção bastante apropriado e atuações instigantes. O fato de incluir, aos poucos, a construção de diversos vilões (que, nos filmes, muitas vezes acabam sendo muito rápidas ou superficiais, quando mostradas) é mais um grande atrativo.
Ainda faltam alguns meses para a serie ir ao ar, mas, como falei, a expectativa já é alta. Agora nos resta esperar para sabermos se Gotham será a série que merecemos ou a que precisamos.
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