Um cara centrado e simpático. Ao começar uma conversa com Diogo Silva para o El Hombre tive uma impressão positiva, além daquela que conhecemos nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, e Londres, em 2012.
O taekwondista, medalha de ouro no Pan Americano de 2007, é pós-graduado em Marketing e Gestão Esportiva, letrado e politizado. Rara exceção no esporte brasileiro.
Não à toa ele luta pela melhoria da modalidade no país com o sonho de o Brasil conseguir a primeira medalha de ouro da modalidade em uma Olimpíada (Natalia Falavigna foi bronze em 2008, em Pequim).
Conhecido por ser crítico para conseguir aperfeiçoar a sua classe de atletas, ele, em 2012, travou uma batalha com o presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD), Carlos Fernando, que foi alvo de uma série de denúncias, como desvio de dinheiro público e desfiliação irregular de federações estaduais. Algo que acredita ter lhe atrapalhado na relação com a entidade e convocações. Atualmente está fora da seleção.
Entretanto, a mesma força que tem para dar à modalidade uma qualidade melhor é a que usa todos os dias em seus treinos e também em competições que participa para conseguir alcançar mais uma Olímpiada, a de 2016, no Rio de Janeiro.
Engasgado com dois quartos lugares, um em 2004 e outro em 2008, Diogo acredita que, caso consiga uma vaga, vai ter motivação a mais para, enfim, subir ao pódio em uma Olimpíada.
“Ter o público a favor, como teremos no Rio, conta muito. Eu sempre tive o hábito de competir com torcida contra, então competir com torcida a favor muda muito. Muda resultado, a gente fica com mais desejo. Eu tive essa energia positiva no Pan de 2007 e senti bastante como vai ser aqui em 2016”, nos disse Diogo.
Apesar de estar fora da seleção atualmente (perdeu a vaga em 2013 na categoria até 68 quilos para Nicollas Pigozzi), Diogo acredita que ainda tem tempo e gana para recuperá-la aos 32 anos.
“Nos últimos dois anos a gente já vem fazendo a preparação, neste novo ciclo olímpico. Então são várias etapas de classificatórias e somando pontos para o ranking mundial. E o melhor atleta que tiver mais pontos vai ser o representante do Brasil em 2016. Quero muito conseguir esta vaga para lutar na minha terceira Olimpíada”, disse Diogo, que sabe bem quais são as principais potências da modalidade.
“Coreia do Sul e Irã. Esses dois países tem representantes que estão fazendo as principais finais neste ciclo olímpico. E a Rússia é outra potência também no esporte”, explicou.
Com a experiência ou não de Diogo Silva, o bom é saber que, apesar de o taekwondo ser uma das modalidades esportivas do Brasil que mais se envolvem em polêmicas, estaremos bem representado em 2016.
Apesar de tantas polêmicas (mais uma em julho deste ano manchou a modalidade), ainda assim o taekwondo do Brasil consegue descobrir talentos e mostrar resultado. Assim como Diogo Silva, temos outra esperança: chama-se Edival Marques, de apenas 17 anos.
Guarde este outro nome também, hombre!
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