Já pensou brigar com sua esposa, namorada ou noiva depois de uma discussão ou pelo fato de você não ter lavado a louça ou passado sua roupa? Imagine agora se sua companheira for boa de briga, forte e bem treinada.
Hombre, esta é a vida nada fácil de Flávio Ramos, noivo-sparing da lutadora Aline Silva – medalhista de prata no Campeonato Mundial Senior de Luta Olímpica.
“Ele é meu sparring, então, seja em dia em que estamos carinhosos um com o outro ou em dia mais complicado por alguma briguinha, nós temos que cair no tapete (nome utilizado para o local da prática de luta olímpica). Vou confessar que quando eu estou brava eu não amoleço para ele (risos)”, brinca Aline, em conversa com o El Hombre.
“Obedeço ela em tudo. A mulher é a melhor do Brasil em luta olímpica, você acha que eu vou brincar com ela?”, comenta Flávio bem humorado.
A atleta foi a responsável por alcançar a primeira conquista brasileira na história da modalidade, que aconteceu no dia 10/9, em campeonato mundial realizado no Uzbequistão. Ela teve que vencer três adversárias (Gulmira Ismatova do Uzbequistão, Andrea Olaya da Colômbia e Burmaa Ochirbat da Mongólia) para ir à final contra a americana Adeline Gray, campeã mundial em 2012, em luta que decretou a prata para a brasileira.
E Flávio foi muito importante para a medalha de Aline. “Ele me ajuda muito e é tão dedicado quanto eu sou”, comenta a apaixonada boa de briga Aline. “Ele me deixa a cada dia mais apaixonada, mesmo quando pega pesado comigo no treino.”
O encontro de ambos foi há mais de anos. Aconteceu quando treinavam juntos judô no Centro Olímpico. Quis o destino que se separassem, mas com a ajuda de uma rede social se reencontraram. Estão noivos com data para o casamento: começo de dezembro.
“Nós tínhamos que estar juntos em tudo. E não tinha como ser diferente no tapete e na luta olímpica”, conta Flávio, que se dedicou a Aline até em sua vida profissional. “Eu também era judoca, mas abandonei para vir para a luta olímpica ajudá-la. Agora também penso em competir pela mesma modalidade. Tive que largar o emprego, mas tudo valeu a pena.”
Tomara que esta dedicação traga frutos para a atleta na Olimpíada de 2016, no Rio. “Tenho certeza que trará”, aposta o noiva. “Estou treinando forte todo dia para isto. Quero chegar lá e acredito que tenho condições, só preciso permanecer focada como estou. Esta medalha de prata me deu ainda mais motivação e confiança que posso conquistar no Rio de Janeiro”, finaliza Aline, que faz questão de lembrar do companheiro: “E se eu ganhar vai ter uma grande parcela do meu Flávio.”
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