O seguinte texto, que detalha os sintomas do transtorno de personalidade evitativa, foi publicado no site Mental Help e é da autoria do psicoterapeuta Allan Schwartz. Caso deseje ler o texto original, ele se encontra aqui.
Há um número significativo de pessoas que sofrem do transtorno de personalidade denominado evitativa. Esse transtorno é, por vezes, confundido com o transtorno de ansiedade social, que consiste na ainda mais comum fobia social. A distinção entre o transtorno de fobia social é o de personalidade evitativa reside, em suma, na natureza dos transtornos de personalidade: um transtorno de personalidade é um padrão vitalício de comportamento que causa problemas em ambientes profissionais e nas relações pessoais, e o caráter crônico deste padrão de comportamento torna a tratamento ainda mais desafiador.
Os sintomas do transtorno de personalidade evitativa englobam padrões de comportamento persistentes, tais como:
A vergonha é uma emoção humana universal presente em todas as civilizações e culturas, mas existem diferentes raízes das quais os motivos da vergonha emergem. Na civilização ocidental, coloca-se muito ênfase no individualismo, na falta de emoções e na autonomia. Filmes de Hollywood com atores como Clint Eastwood, John Wayne e Gary Cooper, para citar alguns, retratam o herói masculino sendo alguém forte, corajoso e silencioso. Esses papéis retratam o grau mais alto de autossuficiência.
O alto valor dado à individualidade e autossuficiência na sociedade ocidental desempenha um papel significativo em complicar a vida daqueles que lutam com o transtorno de personalidade evitativa, pois o valo atribuído à profunda individualidade se torna uma racionalização ou desculpa para evitar a interação social. Para esses indivíduos, a interação social é tão dolorosa que deve ser evitada a todo custo. No entanto, em muitas carreiras, é necessário se comportar de maneiras socialmente aceitáveis para obter sucesso.
Precisar da cooperação de outros é vivenciado como uma ameaça, pois são forçados a enfrentar seus medos sociais e padrões de comportamento já estabelecidos. Na verdade, a pessoa socialmente evitativa pode sentir que depender dos outros é uma humilhação. Fortemente investidos na crença de que é melhor “fazer sozinho”, há um verdadeiro dilema entre o desejo de evitar o contato social e ta necessidade de outras pessoas para funcionar com sucesso.
Todos nós, como membros da espécie humana, temos necessidade de pertencer. Enquanto a maioria de nós precisa passar algum tempo sozinho, demasiada solidão resulta em depressão. Mesmo pacientes que sofrem de transtorno de personalidade evitativa ficam deprimidos se estiverem sozinhos por muito tempo. Muitas vezes, a necessidade de se sentir aceito e pertencer acaba sendo capaz de superar o desejo de evitar os outros.
Em todos os casos de transtorno de personalidade evitativa que tratei, os indivíduos estavam casados ou em relacionamentos de longo prazo. Além disso, a maioria estava trabalhando ou havia trabalhado até renunciarem aos seus empregos devido à ansiedade avassaladora e depressão severa. A maioria das pessoas que tratei também era extremamente inteligente e havia alcançado altos níveis de educação e status profissional. Eles enfrentaram problemas logo após iniciarem suas carreiras devido à demanda para serem sociais em seu trabalho ou profissão. E, como resultado desse problema, foram forçados a buscar psicoterapia.
Entre as pessoas com transtorno de personalidade evitativa, aquelas que estavam casadas também enfrentavam dificuldades com seus cônjuges. Os motivos das dificuldades matrimoniais estavam ligados ao fato de que o cônjuge com o transtorno de personalidade raramente queria sair e socializar. A relutância em estar em situações sociais incluía ir ao cinema, restaurantes e receber amigos e familiares para visitas sociais.
Existem diversas abordagens terapêuticas disponíveis para o transtorno de personalidade evitativa. Medicamentos podem ser úteis na redução da ansiedade e depressão. Entre os tipos de medicamentos usados estão os antidepressivos e/ou os ansiolíticos. Quando esses sintomas são reduzidos, indivíduos com esse transtorno frequentemente acham mais fácil se beneficiar da psicoterapia.
A terapia cognitivo-comportamental é especialmente útil para fobias sociais e transtornos evitativos porque o foco é em mudar padrões de pensamento, bem como modificar comportamentos em si. O enfoque está em ajudar o paciente a enfrentar e tornar-se dessensibilizado aos estímulos (situações sociais) que lhe causam mais problemas. A modificação do comportamento inclui aprender as habilidades sociais necessárias para funcionar na sociedade. Entre as habilidades a serem desenvolvidas estão: fazer contato visual com as pessoas, aprender a cumprimentar as pessoas com um sorriso e ensaiar interações verbais comuns entre as pessoas, aprender a ser assertivo de maneiras apropriadas, aprender o que dizer ou como responder em diversas situações sociais, e aprender e ensaiar como manter conversas cotidianas com as pessoas.
Participar de aulas de treinamento assertivo também pode ser benéfico para esses indivíduos, assim como a terapia em grupo, e aprender as habilidades sociais necessárias para funcionar na sociedade. E lembre-se que, se se reconhecer na metade ou mais dos sintomas aqui listados, o ideal é procurar um psiquiatra que possa auxiliá-lo em um diagnóstico e tratamento em potencial.
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