A recente estreia nos cinemas de “007: Sem Tempo Para Morrer” deu o que falar na Internet. Sendo a quinta e última interpretação de Daniel Craig como o agente britânico do MI6, o filme recebeu avaliações positivas por grande parte daqueles que assistiram. Além das telonas, existe outro universo popular do James Bond: os jogos do 007.
Nesse universo, os games do espião existem desde 1983. De lá pra cá, inúmeras publicadoras e desenvolvedoras produziram jogos de tiro em terceira pessoa, em primeira pessoa e até em gráficos 2D. Em novembro de 2020, a desenvolvedora IO Interactive anunciou um novo game para franquia sem data determinada – jogos da série não são lançados desde 2012. Com a boa recepção do filme, isso provavelmente motivará os desenvolvedores a produzirem um game que supere as expectativas – ou pelo menos assim esperamos.
Na lista de hoje, trazemos um ranking com os 10 melhores jogos de 007 de todos os tempos, para você revisitar e matar a saudade (dos “de menor destaque” aos melhores). Acompanhe!
10# 007 Legends
- Desenvolvedora: Eurocom
- Publicadora: Activision
- Plataformas: PS3, Xbox 360, Wii U e PC.
- Lançamento inicial: Outubro de 2012
007 Legends foi o último jogo da franquia a ser lançado, até o recente anúncio de que um novo jogo da saga está em desenvolvimento.
O game tinha tudo para ser um jogo clássico: coincidindo com os 50 anos da franquia de filmes James Bond, contemplava uma campanha single-player com uma missão da era de cada um dos seis atores que interpretaram Bond até a data. As missões ambientadas são dos filmes: Goldfinger (de Sean Connery) On Her Majesty’s Secret Service (George Lazenby), Moonraker (Roger Moore), Licence to Kill (Timothy Dalton), Die Another Day (Pierce Brosnan) e Skyfall (do próprio Daniel Craig). Ademais, é importante ressaltar que, por questões de licença, Daniel Craig interpreta Bond em todas essas missões, embora parte do elenco dos filmes originais dublaram seus personagens e estão com sua mesma aparência vista nos filmes.
Embora a ideia de trazer missões dos filmes que não tiveram jogos em 3D seja formidável, o consenso entre a crítica foi de que o jogo possuía uma jogabilidade repetitiva, continuando a se parecer mais com um Call of Duty do que um jogo FPS autêntico. Mas por ter o feito de ambientar vários filmes da franquia em um único jogo e pelo seu componente multiplayer sólido, o jogo merece entrar em nossa lista.
9# 007: Quantum of Solace
- Desenvolvedora: Treyarch e Beenox (para a versões de PS3, X360 e Wii)
- Publicadora: Activision
- Plataformas: PS3, Xbox 360, Wii e PC
- Lançamento inicial: Outubro de 2008
Primeiro jogo a estrelar Craig e a ser desenvolvido pela Activision (após ter conseguido os direitos autorais da EA), Quantum of Solace também recebeu versões completamente diferentes para PS2 e Nintendo DS (nessas plataformas, sendo apresentado como um jogo de terceira pessoa). Aqui falamos da versão “principal”, lançada para PC e para os principais consoles da sétima-geração.
Quantum of Solace pega o enredo do filme anterior (Casino Royale) e do filme homônimo. É um game divertido, mas feito aos moldes de Call of Duty, que estava começando a se tornar febre entre jogos de FPS daquele tempo. A versão principal é jogada em primeira pessoa, com pequenos momentos em que alterna para terceira pessoa (quando Bond está se protegendo dos tiros em uma parede, por exemplo).
Um dos grandes problemas do game está em sua curva de dificuldade: é fácil morrer sem saber exatamente de onde o tiro foi disparado.
Além da campanha principal, o game contemplava um multiplayer com desbloqueáveis nas versões de PC, PS3, e Xbox 360, como explosivos, armas, e outras melhorias. Um bom jogo, não obstante o fato de não conter nada de inovador.
8# James Bond 007: Blood Stone
- Desenvolvedora: Bizarre Creations
- Publicadora: Activision
- Plataformas: PS3, Xbox 360 e PC
- Lançamento inicial: Novembro de 2010
Sendo um dos games mais únicos da nossa lista, Blood Stone deixa de lado a ação frenética inspirada em Call of Duty da era Craig, por uma abordagem de stealth action, que se assemelha mais a personalidade de James Bond.
Jogado em uma perspectiva de terceira pessoa, Blood Stone é um daqueles títulos que não se inspirou em nenhum filme ou livro, ampliando ainda mais o universo da franquia. Com bons valores de produção (Daniel Craig e Judi Dench dublaram inteiramente seus personagens) e com um tema-abertura cantado por Joss Stone, Blood Stone se assemelha mais a uma versão menos complexa de Splinter Cell, enquanto mistura elementos dos jogos de terceira pessoa da saga.
Uma continuação, inclusive, chegou a ser anunciada pela Activision. Mas, pouco tempo depois, a desenvolvedora do título fechou suas portas, impossibilitando por completo a ideia de uma sequel.
Uma versão completamente diferente de Blood Stone, por uma desenvolvedora diferente, também foi lançada para Nintendo DS, sendo a única versão diferente do game.
7# James Bond 007: From Russia with Love
- Desenvolvedora: EA Redwood Shores e Rebellion Developments (apenas na adaptação para PSP)
- Publicadora: Electronic Arts
- Plataformas: PS2, GameCube, Xbox e PSP
- Lançamento inicial: Novembro de 2005
Durante um período, em que Pierce Brosnan se despedia do papel de James Bond e Daniel Craig tomaria posse do personagem, a Electronic Arts lançaria seu último jogo para a série em 2005. Ao invés de colocar um dos dois atores no papel do agente britânico, a empresa contratou o próprio Sean Connery do filme original. Essa seria a última performance de Connery como James Bond, até sua morte, que ocorrera 15 anos depois. Connery concedeu uma entrevista meses antes do lançamento do jogo, afirmando que estava ansioso para ver o resultado final.
From Russia with Love é um lindo game que não é só uma homenagem ao primeiro ator a interpretar Bond, mas também um ótimo jogo de tiro em terceira pessoa com ótima a variada jogabilidade, belos gráficos (para a época), excelente trilha sonora e um script feito por Bruce Feirstein (que já havia feito scripts para vários dos filmes da franquia e viria a escrever para jogos futuros).
De forma geral, o jogo foi bem recebido por grande parte dos críticos de sua época, que elogiaram os gráficos, as novas adições em relação ao filme original e o retorno de Sean Connery. As maiores críticas foram direcionadas ao design de fases pouco criativo. Mas com críticos gostando ou não, o game hoje é visto como um clássico e uma bela despedida da Electronic Arts para com seu último jogo do 007.
6# James Bond 007: Agent Under Fire
- Desenvolvedora: EA Redwood Shores
- Publicadora: Electronic Arts
- Plataformas: PS2, GameCube e Xbox
- Lançamento inicial: Novembro de 2001
Originalmente concebido como uma versão de The World is Not Enough para PlayStation 2, Agent Under Fire viria a se tornar um dos primeiros títulos a não ser baseado nos filmes, com uma história inteiramente original. Embora Pierce Brosnan fosse o James Bond daquele período, a caracterização do personagem é diferente, sendo uma mistura de todos os atores que interpretaram 007.
Tenho boas recordações de jogar Agent Under Fire no GameCube. O título era muito mais linear que os games anteriores, com objetivos fixos e poucos desbloqueáveis. Por outro lado, algumas fases da campanha principal incorporavam fases que não eram jogadas em primeira pessoa, mas em que você tinha que pilotar o veículo de Bond. A história era razoável, mas o que contava aqui era a diversão em si.
Do lado do componente multiplayer imbuído no jogo, era bom e único: com a possibilidade de utilizar um “gancho” para saltar para pontos altos de uma arena deathmatch, o jogo lembrava, estranhamente, um pouco Quake III nesse sentido. E não era de se surpreender, visto que o jogo faz o uso da engine do próprio Quake III.
5# GoldenEye 007 (reimaginação de 2010)
- Desenvolvedora: Eurocom
- Publicadora: Activision
- Plataformas: Wii, PS3 e Xbox 360
- Lançamento inicial: Novembro de 2010
Quando soube de que um novo GoldenEye 007 seria desenvolvido pela Eurocom (que já havia anteriormente desenvolvido The World is Not Enough para Nintendo 64) há mais de 10 anos atrás, fiquei entusiasmado. Após a abertura inicial que remetia diretamente ao clássico original da Rare de 1997, com gráficos inteiramente refeitos, achei que seria a nova e melhor forma de jogar GoldenEye. Mas após zerar a campanha, vi que não era o que eu esperava.
GoldenEye 007 de 2010 se assemelha muito mais a uma reimaginação do filme com Daniel Craig no lugar de Pierce Brosnan, do que uma nova versão do game de N64. E se ver o game mais como um jogo diferente do que um remake, notará que é, sim, um bom game com seus méritos.
Diferentemente dos outros títulos da Activision da franquia, GoldenEye 007 se destaca como o melhor deles. Nota-se uma grande diminuição no fator “Call of Duty” e uma maior ênfase em stealth action. A campanha em si é linear, mas acrescenta fases não vistas no jogo de N64 e diferenças entre este e o filme, já que o Bond aqui é Daniel Craig. Um exemplo disso é que ao invés de utilizar o relógio, o agente utiliza um celular para realizar as tarefas.
Os gráficos eram lindos no Wii, e seu modo multiplayer proporcionava horas e dias de diversão, sendo um dos melhores jogos de FPS de toda a biblioteca de jogos do console da Nintendo.
Em 2011, uma versão em HD chamada de GoldenEye 007: Reloaded, foi lançada exclusivamente para PS3 e Xbox 360. Se você procura revisitar este jogo, talvez essa seja a melhor opção disponível.
4# James Bond 007: Nightfire
- Desenvolvedora: Eurocom
- Publicadora: Electronic Arts
- Plataformas: PS2, GameCube e Xbox
- Lançamento inicial: Novembro de 2002
Vale ressaltar aqui que estamos falando da versão do jogo lançada para consoles. A versão para PC, desenvolvida por outra companhia é extremamente inferior, sendo um jogo completamente diferente.
Voltando ao foco, Nightfire foi desenvolvido pela já conhecida Eurocom, que anteriormente havia trabalhado no excelente – mas esquecido – The World is Not Enough para Nintendo 64. Sendo considerado por alguns como o melhor jogo do espião desde GoldenEye 007, da Rare, Nightfire é um jogo com uma ampla jogabilidade. Existem missões de puro tiroteio, stealth, combate veicular e até uma última missão no espaço.
Tendo seu desenvolvimento iniciado logo após o término de The World is Not Enough para Nintendo 64, lá em 2000 (chamemos de “TWINE” daqui em diante), Nightfire também possui um enredo inteiramente novo e superior ao de Agent Under Fire. Embora Pierce Brosnan tenha emprestado e digitalizado seu rosto para o game, além de imagens de propaganda de Nightfire, ele não dublou o jogo, tendo sido substituído pelo famoso ator Maxwell Caulfield.
Nightfire é um dos melhores jogos de toda a série 007. Se você pretende jogar/revisitar, não se esqueça que a versão que estamos falando aqui é exclusiva para consoles.
3# James Bond 007: Everything or Nothing
- Desenvolvedora: EA Redwood Shores
- Publicadora: Electronic Arts
- Plataformas: PS2, GameCube e Xbox
- Lançamento inicial: Fevereiro de 2004
Embora muitos acreditem que o filme Die Another Die de 2002 tenha sido a última atuação de Pierce Brosnan como James Bond, na realidade, Everything or Nothing consta como sua despedida do papel. Enquanto Brosnan ajudou pouco (ou quase nada) nos jogos anteriores, ele demonstrou grande interesse em assumir pela última vez o papel do agente britânico do MI6. Não só ele, mas praticamente todo o elenco do filme está aqui presente, tanto na sua representação ingame como na dublagem.
Desenvolvido para ser o mais parecido possível com um filme, o jogo conta com uma própria abertura cantada por Mýa (que também dublou a “bondgirl” do jogo) e um roteiro escrito novamente por Bruce Feirstein), Danny Bilson, e Paul DeMeo. Embora os gráficos sejam ultrapassados para os padrões atuais, notamos o esforço de todos os envolvidos em produzir algo que se assemelhe a um filme.
Falando do jogo em si, desta vez temos a perspectiva de terceira pessoa e uma longa campanha single-player – que também pode ser jogada em dois jogadores num modo cooperativo, inédito nos games da série. Além do tradicional modo em terceira pessoa, o jogo também possui seus momentos de combate veicular, visto nos dois títulos anteriores a este.
Há ainda uma versão bacana para Game Boy Advance, mas a versão definitiva para se jogar Everything or Nothing é a dos consoles.
2# The World is Not Enough
- Desenvolvedora: Eurocom
- Publicadora: Electronic Arts
- Plataformas: Nintendo 64
- Lançamento inicial: Outubro de 2000
Como já mencionamos em nossa lista de melhores jogos de Nintendo 64, a Rare não teve a oportunidade de lançar uma continuação para seu GoldenEye 007. Por outro lado, seguindo o sucesso do clássico de Nintendo 64, a Eurocom (novamente vista nessa lista) seguiu os passos do título da Rare, e construiu TWINE aos moldes de GoldenEye 007.
A jogabilidade em relação aos dois está praticamente intacta, com o mesmo sistema de mira, grande arsenal de armas, várias opções de controle, fases em que existem mais objetivos a serem cumpridos conforme a dificuldade se eleva, e outros atributos.
Outras características derivadas são algumas fases que não estão presentes no filme original – assim como GoldenEye 007 fez com “SILO”, nível não existente no longa-metragem.
Além disso, a Eurocom fez melhorias em relação ao GoldenEye 007, como um modo multiplayer com bots e personalização, uma maior quantidade de desbloqueáveis e armas com disparo secundário ou alternativo.
Para os fãs chamados de “die-hard” de GoldenEye 007, TWINE é o jogo que mais se assemelha a este primeiro, merecendo estar no segundo lugar de nossa lista.
Vale ressaltar que assim como é praxe nos jogos da franquia até agora, uma versão completamente diferente do mesmo título foi desenvolvida Black Ops Entertainment para PlayStation em novembro do mesmo ano. A versão não é ruim, mas possui fases e jogabilidade radicalmente diferentes da versão de TWINE para Nintendo 64.
1# GoldenEye 007
- Desenvolvedora: Rareware
- Publicadora: Nintendo
- Plataformas: Nintendo 64
- Lançamento inicial: Agosto de 1997
Vendo a forma como a lista se encaminhava, era de se imaginar que GoldenEye 007 estaria no topo de nossa lista. Excluindo o fato de que foi o game que inovou jogos de tiro em primeira pessoa em consoles (em uma época que esse gênero era quase que estrito aos gamers de PC), GoldenEye 007 possui uma jogabilidade complexa, não-linear e muito diferente dos jogos de tiro da sua época (e até dos jogos atuais deste gênero).
GoldenEye 007 foi desenvolvido por uma equipe de pouco menos de 10 desenvolvedores, tendo sido lançado dois anos após o filme, o que resultou em uma baixa expectativa durante o período que foi anunciado. Por outro lado, os desenvolvedores tiveram acesso aos sets de filmagem do filme, podendo criar uma atmosfera extremamente autêntica – um feito pouco visto em jogos nos dias de hoje.
Tratando-se de jogos de James Bond (mesmo tendo em vista todas as suas limitações técnicas de 1997), GoldenEye 007 é a experiência definitiva, com todos os elementos chave que definem o clássico e todos os atributos que definem um 007. Caso tenha um Nintendo 64 e ainda não zerou o game ao menos uma vez, nós altamente recomendamos.
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