A torcida brasileira precisa gritar mais no estádio

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Hino nacional brasileiro, a torcida canarinha faz a festa. Aumento o som da TV e me arrepio com o canto que virou emblemático. Não há como não se emocionar.  O nosso sentimento patriota fica aflorado. Depois disso…

E depois disso?

Cadê o grito da galera?  A torcida brasileira não é bem uma torcida. São torcedores espectadores. Não cantam, motivam ou empurram o time com gritos.

“Eu sou brasileiro, com muito orgulho e com muito amor” é o principal canto. E também o único.  Você pode achar que isto é bobagem, mas não é.

Mexicanos, chilenos, argentinos e uruguaios estão dando uma aula de como é torcer pelo país. Seus clubes ficam de lado e a única cor que vestem é a da camisa de suas seleções. Não há clubismo, há, sim, fanatismo e patriotismo.

Estes torcedores não pararam de cantar um segundo durante todo o jogo. E até já imitaram o seguimento do canto do hino nacional. Estamos perdendo neste quesito.

Quem viu Brasil contra o México pode perceber que a torcida mexicana cantou muito mais que a brasileira em Fortaleza durante o jogo e ainda provocou, com cantos questionando “como era se sentir visitante jogando em casa”.

Vimos muitos brasileiros mais preocupados em mostrar para quais clubes torcem, com bandeiras e faixas, do que motivar os jogadores brasileiros.  Temos espectadores brasileiros.

Não quero ser crítico. Apenas relato o que sinto. Entristece-me. Não temos uma torcida pelo Brasil. Por que não podemos fazer pelo Brasil o mesmo que fazemos pelos nossos clubes durante uma grande competição, como a Libertadores?

Se o hino empolga os jogadores brasileiros, vale lembrar que cantos durante toda a partida motivam ainda mais os rivais. Eles que podem ser os nossos adversários nas oitavas, quartas e final. O Chile colocou mais de 30 mil no Maracanã contra a Espanha. A Argentina também. A torcida uruguaia cantou do início ao fim contra a Inglaterra. E viram no que deu.

Faço então um apelo aos torcedores irão ao estádio: vamos motivar e empolgar nossos guerreiros. E seremos mais homogêneos. Vamos torcer, vibrar e mostrar que futebol também se faz com o torcedor nas arquibancadas.

Felipe Piccoli

Felipe Piccoli é especializado em jornalismo esportivo desde 2008. Com passagens pela Rádio Bandeirantes e pelo jornal Marca Brasil, hoje ele é coordenador de reportagem da Band.

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