2015 chegou! É tempo de renovação, de fazer aquele balanço básico do ano que passou e se organizar para o novo período que se inicia.
Este é aquele momento no qual todos nós fazemos as nossas resoluções de ano novo, listando tudo o que queremos começar a fazer, todos os maus hábitos que queremos abandonar e tudo mais.
Aprender a cuidar melhor do que temos é também uma boa resolução. E isso inclui tanto nossas coisas quanto nosso corpo. Mudar a alimentação, perder peso, praticar mais exercícios, tudo isso ajuda a conservar a nossa saúde.
E assim também é com a manutenção preventiva de nossos carros. Um automóvel bem cuidado evita gastos desnecessários e contribui para que se usufrua plenamente de todos os benefícios que ele nos provê.
Ao contrário do que se pensa, não é complicado manter uma rotina periódica de checagem do seu veículo. Basta apenas um pouquinho de paciência e boa vontade.
E para ajudar aqueles que tem disposição mas tem dúvidas de como começar, aí vão as nossas dicas de manutenção preventiva básica que pode ser seguido por qualquer um. Vamos à elas:
— PNEUS —
São os principais itens de segurança de seu carro e que devem receber de você um carinho especial nessa checagem. Em termos de importância, só perdem para o cinto de segurança. Dirigir com pneus em mau estado é algo tão perigoso quanto dirigir embriagado. Logo, devemos nos atentar para o seguinte:
# Verifique o estado geral de todo o jogo prestando bastante atenção à profundidade dos sulcos. Quanto mais profundos, mais aderência – e consequentemente mais segurança – você terá.
# Verifique a parte interna dos pneus, ou seja, o lado que fica virado para o assoalho do carro e que a gente geralmente só olha quando se examina o carro por baixo. Esta parte pode conter desgastes sérios causados por detritos da pista ou desalinho das rodas. É o que os borracheiros costumam chamar de “pneus comidos”.
# Examine as bandas de rodagem e verifique se não possuem nenhuma protuberância aparente, o famoso “ovo”, que geralmente aparecem próximos à roda. Em uma situação de stress como uma curva, por exemplo, ele pode fazer o seu pneu estourar facilmente e você perder o controle do veículo.
# Se avarias assim forem encontradas, é o caso de providenciar uma troca. Como o cenário ideal (que é o da troca de todos os quatro de uma só vez) nem sempre é possível, opte sempre por equipar as rodas da frente com pneus novos e reaproveite os que estiverem menos usados nas rodas traseiras.
A parte da frente do carro é a mais pesada por conta do motor, por isso os pneus frontais acabam sendo sempre os mais exigidos, principalmente nas frenagens, quando a força inercial da parada inclina o carro para frente.
# Providencie regularmente (em intervalos de 15.000 a 20.000 km) um rodízio dos pneus com geometria e balanceamento completos. As nossas ruas esburacadas contribuem significativamente para o desalinho das rodas e andar com os pneus assim, além de consumir mais combustível por conta do atrito desigual, pode fazer seu carro sair de lado no caso de uma frenagem mais forte – mesmo em modelos dotados de ABS.
É um pequeno investimento que ajuda em muito a aumentar a vida útil dos pneus.
# É muito importante nunca se esquecer de calibrar todos os pneus pelo menos uma vez por mês. Alguns mais perfeccionistas checam a calibragem sempre que reabastecem o carro, mas isso não é necessário.
Opte sempre por calibrar todos por igual ou, se preferir, preencha os pneus traseiros com duas libras a mais. A maioria dos carros tem um adesivo na parte interna da porta do motorista indicando a quantidade sugerida de calibragem para cada situação de carga.
Se a ideia é pegar uma estrada com o carro lotado e o porta-malas cheio, por exemplo, a calibragem tem de ser verificada.
# Muito importante: todos os cuidados acima descritos (inclusive a calibragem) devem ser obrigatoriamente estendidos ao estepe. Como esse pneu fica escondido lá no fundo do porta-malas a gente costuma esquecer dele.
O estepe é a sua salvaguarda para o caso de uma emergência, portanto deve estar sempre em perfeitas condições e pronto para ser usado. Ele pode – e deve – sempre ser calibrado, como todos os outros.
# Também é importante não esquecer de manter sempre em ordem – e no lugar certo – os equipamentos de segurança de seu carro (macaco, chave de roda, triângulo, extintor de incêndio).
Além de, geralmente, serem fiscalizados em “blitzes” policiais, também devem estar sempre à mão e em perfeito estado para o caso de necessidade em alguma emergência.
— FAROL —
Tanto na estrada quanto na cidade, tão importante quanto ver é ser visto. Verifique sempre os faróis (alto e baixo) e seu alinhamento.
Alguns modelos mais modernos possuem comandos de alinhamento dos faróis no próprio painel. Os demais modelos podem ser ajustados nas mesmas oficinas que provêm serviços de alinhamento e balanceamento de rodas.
Certifique-se de que o facho de luz atinja a altura referente às lanternas traseiras do veículo da frente. Se for direcionado para uma altura maior, a luz pode ofuscar motoristas que estiverem trafegando em sentido contrário.
Verifique também os piscas e as luzes de freio. É comum demorarmos a notar lâmpadas de freio queimadas porque não costumamos prestar atenção nelas. Avisar ao carro que vem atrás que você está diminuindo a velocidade é essencial para evitar acidentes.
Além do mais, o custo de reposição dessas peças é baixo e a substituição é simples.
— ELÉTRICA —
Com o tempo de uso prolongado a bateria dos carros tende a deixar de reter carga e, consequentemente, as falhas começam a aparecer. O primeiro sintoma é a demora no arranque.
Se você notar que a frequências desse tipo de falha tem aumentado, verifique os polos da bateria. Se eles estiverem sujos, cobertos por uma substância verde (chamada de zinabre), significa que já está na hora de começar a pensar em comprar uma nova.
A vida útil de uma bateria varia em média de 2 a 3 anos, no entanto, no caso de dúvida vale consultar um profissional.
— FILTROS —
Os principais filtros que devem ser controlados são os de ar, óleo e combustível. São itens comumente verificados e trocados quando levamos o carro às revisões.
Caso o seu automóvel seja mais antigo, procure trocar o filtro de ar a cada 10.000 km, o de óleo a cada 20.000 km e o de combustível a cada 30.000 km.
Estas medidas variam muito em função do tipo e do uso do veículo, portanto, não são exatas. No entanto, esses números podem ser utilizados como referência para checagens.
— FLUIDOS —
Esteja sempre atento aos períodos de troca de óleo do seu carro. Geralmente a troca se mede por quilometragem, no entanto, em regiões mais quentes ou em condições onde se faz uso constante do motor em altas rotações (viagens frequentes) o desgaste torna-se maior e o óleo deve ser trocado mais seguidamente.
Em média, convém agendar trocas em intervalos de 10.000 a 20.000 km. Nesses casos é importante consultar o manual do seu veículo, onde também é informado o tipo de óleo que ele utiliza.
Não esqueça também de sempre verificar o nível da água. Isso pode ser feito em qualquer posto de gasolina e mantém seu carro livre de superaquecimento.
Também convém sempre checar o nível do fluido de freio. Em carros mais novos, ainda dentro do programa de revisões isso já é feito pela revenda. Mas para carros mais antigos cabe sempre verificar.
— FREIOS —
Não podemos nos esquecer de mencionar o cuidado com os freios. O sistema de freios conta com dois componentes os quais precisamos nos atentar: os discos e as pastilhas.
A maioria dos carros que rodam no país possuem discos apenas nas rodas frontais (alguns modelos mais caros possuem freio a disco nas quatro rodas). Os principais sintomas de mau funcionamento do sistema são a trepidação do volante e/ou chiado nas rodas no momento da frenagem.
Quando o problema chegar nesse ponto, recomenda-se a verificação geral dessas peças em todas as rodas e sua substituição imediata caso seja necessário.
A função da pastilha de freio é literalmente “segurar” a roda quando você freia. Elas ficam ligadas a pinças que, acionadas pelo pedal do freio, pressionam as pastilhas contra o disco obrigando o carro a parar.
Com o tempo, a superfície dos discos e das pastilhas vai desgastando naturalmente em função do atrito e, se não forem substituídas no tempo certo, podem gerar danos aos pneus.
A vida útil das pastilhas de freio depende de vários fatores (tipo do veículo, tamanho, peso, potência, modo de condução, regime de uso, etc), no entanto, convenciona-se verificar o estado delas a cada 10.000 km.
Aproveite essa parada para também verificar a espessura dos discos. Eles duram muito mais tempo do que as pastilhas e são trocados muito mais raramente – o que é uma coisa boa, porque eles são bem mais caros.
— SUSPENSÃO —
O uso diário do carro em nossas ruas repletas de buracos castiga por demais o conjunto da suspensão. Já ouviram falar do termo “tropicalização”? É o nome que se dá ao processo pelo qual os carros passam antes de serem comercializados aqui no Brasil.
As montadoras fazem várias mudanças para adequar seus modelos à nossa realidade e uma delas é justamente o reforço na suspensão – e tudo por conta deste problema.
Mesmo sem apresentar vazamentos de óleo, os amortecedores podem conter defeitos escondidos e acabar travando no meio de uma viagem. Por isso, é sempre importante designar um tempo na agenda para ir até um profissional habilitado e requisitar uma revisão completa dessas peças.
Em linhas gerais, essas verificações já lhe garantem ficar a salvo de quase 90% dos problemas mais frequentes em veículos de passeio.
Se você já mantém essa pequena agenda de verificação como uma rotina periódica, parabéns está no caminho certo. E se você vai começar agora, já viu que não é nada complicado manter seu carro em ordem. Portanto, mãos à obra. Esperamos que nossas dicas te ajudem.