A soja é utilizada como alimento há muito tempo: desde a dinastia Zhou (1134 – 246 a.C.), quando descobriu-se o processo de fermentação do grão, na China. Originária do Oriente, o alimento só se difundiu pelo mundo a partir do século XIX. No Brasil, especificamente, foi na primeira metade do século XX que a soja começou a ganhar proporções consideráveis — mas foi na década de 70 que aconteceu o grande boom da indústria da soja no país. Surgindo como um substituto saudável dos óleos ricos em gorduras saturadas (como os óleos de palma e coco), o óleo de soja rapidamente passou a ser adotado pela grande maioria dos brasileiros e também se tornou a opção dos restaurantes.
De lá para cá o grão tem sido alvo dos melhores elogios. Muitos dizem que ele ajuda a combater diversos tipos de cânceres, reduz os efeitos da menopausa, diminuí o colesterol, tem efeito antioxidante, entre outros benefícios. Se não bastasse, a soja também passou a ser vista como a principal substituta da proteína animal, e, como o vegetarianismo vem conquistando rapidamente a mentalidade alimentar de muita gente, a proteína texturizada ganha cada vez mais espaço nas gôndolas dos super mercados.
Ok, até aqui nenhuma novidade; estamos apenas recapitulando fatos já conhecidos por todos. O que pode ser uma surpresa para você é a realidade de que a soja não é essa maravilha da qual normalmente é rotulada.
Mesmo que essa informação não seja nova — afinal, diversos estudos não recentes já falaram sobre os malefícios da soja — é sim algo pouco divulgado. Por quê? Possivelmente porque a indústria da soja no Brasil é a segunda maior do mundo (ficando atrás apenas da americana) e rica o suficiente para influenciar a mídia de acordo com seus interesses. Mas isso é apenas uma possibilidade, certo?
Você pode estar se perguntando: “Então quer dizer que os orientais, tidos como uma referência quando o assunto é alimentação, consomem altas quantidades de soja sem saber de tudo isso?”. Não, isso não é verdade. Os orientais consomem soja — contudo, em quantidade muito menor do que costumamos imaginar (8g por dia contra 220g dos ocidentais). Eles não usam o grão para substituir a proteína animal — como costumamos fazer — mas em forma de condimento (missô, shoyu e etc). Além disso, os asiáticos costumam ingerir a soja depois de ser fermentada. E esse é um detalhe essencial que separa o bom consumo do mau consumo do alimento.
A soja somente se encontra em condições ideais após passar por um longo processo de fermentação. Portanto, aquela preparação que você costuma fazer ao deixar a proteína texturizada mergulhada em água morna por alguns minutos ou horas, não serve de nada para livrar o grão de suas toxinas e anti-nutrientes (tampouco qualquer outro método que não seja a fermentação). Algumas dessas substâncias maléficas provém da própria soja, enquanto tantas outras advém do processamento industrial dos alimentos derivados da soja (proteína texturizada, leite e etc). São justamente essas toxinas e anti-nutrientes (compostos que interferem negativamente na absorção de nutrientes pelo organismo) que fazem da soja (da maneira que a consumimos) uma vilã.
A The Weston A. Price Foundation (respeitável fundação nutricional americana) realizou uma lista sobre os perigos da soja. Reproduzimos abaixo alguns pontos importantes.
A isoflavona (fitoestrógeno altamente presente na soja) é amplamente divulgada como um fator positivo do grão. Acontece que, quando consumida em grandes quantidades, ela não é nada benéfica. Essa é uma substância que tem função semelhante a do estrógeno, o hormônio feminino. No organismos da mulheres, quando em excesso, irá provocar diversos desequilíbrios; e nos homens podem acarretar em efeitos feminilizantes, como, por exemplo, a ginecomastia (crescimento das mamas). Não é uma boa ideia, certo, cowboy?
É importante lembrar que a soja está presente em diversos tipos de alimentos, como biscoitos, salgadinhos, macarrão, suplementos alimentares e muitos outros. Por isso, é fundamental checar a composição dos alimentos na hora de fazer as compras se você quiser evitá-la.
Se você tem filhos, faça de tudo para que eles não consumam alimentos que contenham o grão em questão, pois ele está relacionado a diversos problemas de desenvolvimento (principalmente hormonal). É verdade que muitos produtos voltados para bebês apresentam orgulhosamente sua composição com soja, mas a recomendação de variados estudos é de manter as crianças longe dela.
E, pelo que estamos vendo, os adultos também.
Fontes: Puravida, Mecrola, Small Foot Print Family, The Weston A. Price Fundation, eganhealth.org
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