O sexo na modernidade vem se tornando cada vez mais roteirizado: na maioria das vezes a ideia é, pura e simplesmente, chegar lá. A quantidade supera a qualidade, os detalhes são deixados de lado e o prazer se resume em alguns segundos de orgasmo.
Em meio à mecanização das relações sexuais, muita gente abdica das preliminares e especialmente do ingrediente mais importante para muitas mulheres: o sexo oral.
Prova disto é uma pesquisa recente que apontou que mais de um terço dos homens sentem nojo de sexo oral, e preferem ir direto ao ponto – o que se coloca como motivo de decepção e frustração para muitas mulheres.
Mais do que o prazer propriamente dito, o sexo oral significa, para muitas, intimidade. Trata-se de um agrado que a gente não pode fazer por nós mesmas: é a demonstração de que o outro se importa com o nosso prazer e, melhor ainda, que sente prazer em nos proporcionar isto.
Por este pensamento, muitas mulheres dedicam-se a presentear seus parceiros com sexo oral bem feito – mesmo aquelas que, de fato, não sintam prazer com a prática – com o simples objetivo de satisfazer o outro.
E, por isso mesmo, negar-se a proporcionar este prazer demonstra uma completa falta de etiqueta sexual – que é a troca de gentilezas em uma relação sexual.
Mais que trocar prazer, é preciso, muito além disso, se importar com o outro. Observar seu comportamento, apurar suas reações, certificar-se de seu prazer: não por obrigação, obviamente, mas pelo desejo de proporcionar ao outro aquilo que queremos que nos seja proporcionado.
O sexo é, em síntese, uma grande troca de prazeres: nada mais justo – e mais gostoso – que se importar com o prazer de nosso parceiro e esperar uma recíproca verdadeira.
Isso é fazer sexo. O resto é punheta.
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