Um tributo ao gol de bico do Oscar

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Ok. O pênalti foi inexistente. O Brasil não jogou como na Copa das Confederações. Marcelo fez o primeiro gol contra da história da seleção brasileira num Mundial.

Mas tivemos o gol mágico, transcendente, de Oscar. Oscar Emboaba, meu primo.

De bico é mais gostoso. Oscar foi o nome do jogo. Não foi uma atuação brilhante, mas foi decisiva. O camisa 11 correu, marcou, deu um chute no primeiro tempo que o goleiro Pletikosa defendeu milagrosamente.

No segundo tempo, depois de uma roubada de bola no meio de campo, ele avançou, se viu no meio de dois zagueiros e chutou. De bico.

Mais tarde, explicou que foi “o recurso”. “Sempre joguei futsal e sempre fazia isso. Jogador de futsal sabe fazer isso e eu usei para fazer o gol.”.

Ronaldo fez antes dele, em 2002, contra a Turquia. Romário fez contra a Suécia em 1994.

No gol de bico a bola vai reto, sem efeito e forte, como o Papa Léguas fugindo do Coiote. É um chute feio e que, geralmente, não dá em nada. O grosso dá bicuda porque não tem ideia. O craque usa o bico como uma relíquia guardada desde tempos imemoriais.

Oscar, meu primo distante, sabia o que estava fazendo. Quem não acredita nisso, pode ficar com uma das máximas de Alex, o antiheroi do livro “Laranja Mecânica”: “Acreditem em mim ou chupem meu shako”.

Davi Nogueira

Paulistano, meia-direita clássico, viciado em futebol e campeão mundial no Fifa 14.

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